28.7.07

Pão com fibras Refúgio das Pedras

Encontrei esta receita de pão integral no site de uma pousada em Ilha Bela, a Refúgio das Pedras, adoro hotéis e pousadas que servem um pãozinho caseiro para os hóspedes e se ele for integral, ganha alguns pontos extras. Estava fazendo uma pesquisa sobre lugares para onde poderíamos ir descansar sem precisar pegar um avião (por razões óbvias) e me deparei com a pousada, eu a achei muito charmosa, mas O. já a vetou, ele tem alergia a picadas de borrachudos e prefere ficar longe de Ilha Bela, uma pena!

O pão é delicioso, um dos melhores pães integrais que fiz! Como sempre, amassei na máquina de pão, modelei e deixei crescer. Substituí 1 x de farinha por farinha de trigo integral e ainda assim a massa cresceu bastante.




Pão com Fibra

 
02 tabletes de fermento biológico (15 g cada), ou cerca de 7 g de fermento biológico seco
01 xícara de chá de água morna

1/4 xícara de chá de açúcar mascavo
03 xícaras de chá de farinha de trigo (substituí 1 x por farinha de trigo integral e a farinha usada foi aquela Premium para pães e massas da Fleischmann)

01 xícara de chá de farelo de trigo
01 colher de sopa de margarina

01 colher de chá de sal
01 ovo


Modo de fazer:

Dissolva o fermento na água morna, junte o açúcar, margarina, sal, ovo e uma xícara de farinha, bata na batedeira em velocidade baixa e aumente p/ três minutos em velocidade alta.
Junte o resto da farinha de trigo e o farelo até obter uma massa homogênea. Unte uma forma de bolo inglês e coloque a massa deixando descansar de 30 a 40 minutos ou até que dobre de volume. (Eu dividi a massa em pães menores para congelar). Asse em forno moderado por 30-50 minutos, até dourar.

Depois de pronto pincele com manteiga para dar brilho (opcional).

26.7.07

After the quake - Haruki Murakami

Demorei um pouco para ler este livro do Murakami, temia que ele fosse meio baixo astral porque foi escrito depois do terremoto de Kobe em 1995, mas estava enganada. O terremoto é apenas mencionado vagamente em cada um dos seis contos que compõem a coletânea, alguém vê a notícia e descobrimos que o personagem morou ou conhece alguém que mora na região e o assunto meio que morre ali. Gostei bastante deles. Murakami trata da solidão e da dificuldade envolvida nos relacionamentos pessoais sempre de modo muito delicado.

Ufo em Kushiro, é sobre um rapaz que é deixado pela esposa e vai até Hokkaido levar um pacote para a irmã de um amigo e para se esquecer de sua situação.

Paisagem com Ferroplano, mostra o relacionamento de um pintor de meia idade que gosta de fazer fogueiras com a madeira que encontra na praia e uma garota que fugiu de casa quando era mais jovem.

Todos os filhos de Deus podem dançar, é sobre um rapaz que busca respostas sobre quem é seu pai.

Tailândia, um de meus preferidos, é sobre uma médica que vai até a Tailândia para uma conferência e estende sua estadia em um resort em um local isolado.

Super-sapo salva Tóquio, também é um barato, muito divertido e bonito. Um dia um cara que trabalha em um banco encontra um sapo gigante em seu apartamento que diz que ele precisa ajudá-lo a derrotar "Verme", um ser que vive no subsolo e ameaça destruir a cidade de Tóquio...

Torta de mel, conta a história de três amigos e de seu triângulo amoroso. Também muito terno.

Agora estou sem Murakamis para ler e tenho que esperar...

23.7.07

Oh, dear Emily!

Adoro a Emily Dickinson, gosto tanto de seus poemas:

I'm nobody! Who are you?
Are you - Nobody - Too?
Then there's a pair of us!
Don't tell! they'd advertise - you know!

How dreary - to be - Somebody!
How public - like a Frog -
To tell one's name - the livelong June -
to an admiring Bog!

Este também:

I've seen a Dying Eye
Run round and round a Room -
In search of Something - as it seemed -
Then Cloudier become -
And then - obscure with Fog -
And then - be soldered down
Without disclosing what it be
'Twere blessed to have seen -

Elizabeth Costello - Coetzee

Li "Disgrace" (traduzido como "Desonra" no Brasil) antes do escritor sul-africano John Maxwell Coetzee ganhar o Nobel de literatura em 2003 e o achei ótimo, depois li O mestre de São Petesburgo, cujo personagem principal é Dostoievski e, ontem, terminei Elizabeth Costello. Respectivamente, um romance sobre a questão racial na África do Sul, um livro que traz um Dostoievski atormentado em busca de respostas sobre a morte de seu enteado e as cenas da vida de uma escritora já consagrada no final de sua carreira, Elizabeth Costello.

Gosto de Coetzee, ele mereceu o Nobel e um dia espero encontrá-lo em uma Flip da vida apenas para conferir se ele é parecido com seus personagens: um pouco cínico, um pouco cansado, alguém que responderia "Whatever" para qualquer questão que lhe fizessem como se tivessem lhe perguntado algo como "Would you like to have tea or coffee?".

Acho que em Elizabeth Costello ele deixa bem clara a forma como encara a vida de um escritor. A protagonista viaja de um lado para o outro para dar palestras sobre a literatura ou para falar sobre assuntos como a crueldade com os animais, mas apesar de aceitar os convites, ela não deixa de se exasperar em ter que conversar com pessoas com as quais não se importa quando preferiria estar descansando.

No último capítulo, uma alegoria sobre a morte parecida com alguns episódios das histórias de Kafka, Elizabeth está em uma cidade estranha e quer atravessar um portão para sair de lá, mas para isso, precisa apresentar-se diante de um júri e dizer no que acredita. Ela já está na segunda audiência e se desespera, pois sabe que sua busca por alguma paixão, por algo em que professar sua fé, parece estar condenada ao fracasso.

"When she was young, in a world now lost and gone, one came across people who still believed in art, or at least in the artist, who tried to follow in the footsteps of the great masters. No matter that God had failed, and Socialism: there was still Dostoevsky to guide one, or Rilke, or Van Gogh with the bandaged ear that stood for passion. Has she carried that childish faith into her late years, and beyond: faith in the artist and his truth?

Her first inclination would be to say no. Her books certainly evince no faith in art. Now that it is over and done with, that lifetime labour of writing, she is capable of casting a glance back over it that is cool enough, she believes, even cold enough, not to be deceived. Her books teach nothing, preach nothing; they merely spell out, as clearly as they can, how people lived in a certain time and place. More modestly put, they spell out how one person lived, one among billions: the person whom she, to herself calls she, and whom others call Elizabeth Costello. If, in the end, she believes in her books themselves more than she believes in that person, it is belief only in that sense that a carpenter believes in a sturdy table or a cooper in a stout barrel. Her books are, she believes, better put together than she is."

16.7.07

Creme de mamão com iogurte

Para quem não pode se dar ao luxo de bater colheradas de sorvete de creme com mamão, aqui vai uma sugestão:
Bata mamão formosa (dizem que leva menos pesticidas do que o mamão papaya) com um pouco de iogurte natural desnatado no liquidificador e tome na hora do lanchinho. Eu não adoço, mas se você preferir, pode adicionar mel na hora em que bater.

15.7.07

Como acabar de uma vez por todas com a cultura - Woody Allen

Descobri Woody Allen como escritor recentemente, quando li um dos artigos que ele escreveu para a revista New Yorker no qual mistura teorias filosóficas e dietas. Eu o achei extremamente divertido, um exemplo da típica ironia woodyalleniana e fiquei feliz ao encontrar uma coletânea com outros artigos em um livro bem velhinho, publicado pela primeira vez em 1974.

O. compra livros "curiosos", então tive que ler tudo em espanhol.

Em "Como acabar de uma vez por todas com a cultura" Allen satiriza tudo e todos, desde a psiquiatria, biografia, revoluções, filosofia até o cinema e a máfia. Achei alguns artigos melhores do que outros, acho que há algumas tiradas que fazem mais sentido se você é americano ou judeu, mas no geral, é uma leitura bem interessante e que flui rápido. Eis um trecho do artigo "Como acabar com as revoluções na América Latina", os revolucionários estão na selva e um deles escreve um diário da campanha:

"10 de julho: Hoje foi, em linhas gerais, um bom dia levando em consideração que os homens de Arroyo nos emboscaram e quase nos liquidaram. Em parte, a culpa foi minha, porque revelei nossa posição ao invocar a Santíssima Trindade aos berros quando uma tarântula subiu por minha perna. Durante alguns segundos, não consegui me livrar da tenaz da maldita aranha enquanto ela abria caminho nas secretas profundezas de minha roupa fazendo com que eu corresse como um louco até o rio e me jogasse nele, o que me pareceu que durou três quartos de hora. Pouco depois, os soldados de Arroyo abriram fogo sobre nós. Lutamos com valentia, embora a surpresa tenha criado uma leve desorganização e durante os primeiros dez minutos nossos homens tenham atirado uns nos outros. Mesmo Vargas se salvou por um fio da catástrofe quando uma granada aterrissou a seus pés. Ele ordenou que me jogasse sobre ela. Consciente de que somente ele era indispensável para nossa causa, eu o fiz. O destino quis que a granada não explodisse, e saí inteiro do incidente com apenas um ligeiro tremor e a incapacidade de adormecer a menos que alguém segure uma de minhas mãos."


7.7.07

Risoto de roquefort e erva-doce

Uma idéia de risoto sem medidas exatas: refogar cebola, alho e erva-doce picados em uma panela com um pouco de azeite, adicionar o arroz arbóreo, misturar. Colocar um pouquinho de vinho branco, deixar evaporar, adicionar o caldo de frango (o quanto baste, não tenho paciência para ficar do lado da panela adicionando o caldo aos poucos e mexendo, o resultado até que não deixa nada a desejar), cozinhar até que o arroz esteja quase pronto e tenha absorvido boa parte do caldo, adicionar pedaços de roquefort, misturar até o queijo derreter, (corrigir o tempero caso o caldo usado não seja salgado), retirar do fogo, deixar descansar cinco minutos e servir.


6.7.07

Cake de pesto e atum

Cake salgado da revista Cuisine et vins de France, uma boa pedida para comer com uma cervejinha, bem simples e rápido de preparar.

Cake de atum com pesto

 
300g de atum aos pedaços enlatado em óleo, escorrido
3 c sopa de pesto
100g de gruyère ralado
3 ovos
100ml de leite
100g de farinha
2 c chá de fermento em pó
1 c sopa de conhaque

Preaqueça o forno à 180C. Peneire a farinha com o fermento, abra um buraco no meio da farinha, coloque os ovos, adicione o gruyère, o atum e o pesto, misture bem e incorpore o leite pouco a pouco, até obter uma massa homogênea. Coloque o conhaque e misture bem.
Derrame a massa em uma forma para bolo inglês untada e enfarinhada. Asse por cerca de 40min. Teste enfiando a lâmina de uma faca no meio da massa, se ela sair limpa, está assado.
Desenforme o cake e deixe esfriar. Se quiser guardar para mais tarde, envolva em filme plástico e deixe no refrigerador. Sirva frio, cortado em pedaços para um aperitivo ou com uma salada.




3.7.07

Bolo mármore

Fiz este bolo mármore na semana passada para presentear o pessoal da portaria que sempre nos dá uma mãozinha quando precisamos carregar coisas pesadas de um lado para o outro aqui em casa. Assei o bolo em uma forma retangular e separei um pouco da massa em formas de muffins para ter uma idéia de como era o bolo, pois era a primeira vez que fazia a receita. Ele ficou muito bom, acho que a parte escura é até mais macia do que parte branca, talvez devido à quantidade de gordura do chocolate. Entreguei o bolo quando passei pela portaria na manhã seguinte, mas como O. tinha comido meus últimos exemplares de controle, não deu para saber se a massa havia ressecado. Bem, ninguém reclamou! rs
A receita é deste site em francês.

Bolo mármore

4 ovos
200g de açúcar
250g de farinha
1 potinho de iogurte (o meu tinha 185g)
2 c chá de fermento em pó
120ml de óleo
150 à 200g de chocolate meio amargo

Preaqueça o forno à 180C. Bata os ovos com o açúcar. Adicione o iogurte, a farinha e o fermento, misture bem.
Adicione o óleo misturando com cuidado até que a massa fique bem lisa.
Em outro recipiente, coloque o chocolate meio amargo picado em pedaços e derreta no microondas ou em banho-maria. Retire do microondas e misture o chocolate derretido para que fique homogêneo, depois derrame metade da massa sobre ele e misture vigorosamente para obter uma massa de cor uniforme. Ela é mais espessa e menos fluída do que a massa branca.
Coloque a massa branca em uma forma untada e enfarinhada e depois distribua a massa com chocolate sobre ela. "Risque" a superfície do bolo com uma faca em todas as direções para que o bolo fique "marmorizado" e as duas massas se misturem. Asse à 180C por cerca de 45 min. Faça o teste do palito.

Nota. O iogurte não é indispensável, mas ele dá mais maciez ao bolo. Ele pode ser substituído por creme de leite ou queijo branco.