Sabia que quando pegasse uma antologia de poemas escritos por Mario Quintana, mesmo uma fina como esta que comprei em uma tarde quente de sexta-feira e li de um só golpe, eu seria conquistada, pois já tinha lido alguns poemas dele aqui e ali e a simpatia foi imediata. Agora minha trindade de poetas nacionais está completa: Drummond, Bandeira e Quintana. Todos escrevem com a facilidade e a simplicidade de quem repete gestos cotidianos, sem qualquer afetação e, assim mesmo, conseguem ser profundos, fazem carícias na alma da gente.
Se o Natal não tivesse passado, pediria para o O. me dar a antologia que compreende quinze de seus livros publicada pela Nova Aguilar, mas agora terei que economizar ou esperar até o dia dos namorados/ aniversário de casamento, ambos em junho (*suspiro!*). Aliás, alguém sabe se algum livro ficou de fora da edição da Nova Aguilar?
Se o Natal não tivesse passado, pediria para o O. me dar a antologia que compreende quinze de seus livros publicada pela Nova Aguilar, mas agora terei que economizar ou esperar até o dia dos namorados/ aniversário de casamento, ambos em junho (*suspiro!*). Aliás, alguém sabe se algum livro ficou de fora da edição da Nova Aguilar?
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O que nos faz simpatizar com um escritor ou poeta? Acho que Quintana diz bem na carta que dirige a um poeta anônimo:
“Agora, que poetas deves ler? Simplesmente os poetas de que gostares e eles assim te ajudarão a compreender-te, em vez de tu a eles. São os únicos que te convêm, pois cada um só gosta de quem se parece consigo. Já escrevi, e repito: o que chamam de influência poética é apenas confluência. Já li poetas de renome universal e, mais grave ainda, de renome nacional, e que no entanto me deixaram indiferente. De quem a culpa? De ninguém. É que não eram da minha família”.
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Mais um pouquinho, só para fazer vontade:
A carta
Hoje encontrei dentro de um livro uma velha carta amarelecida,
Rasguei-a sem procurar ao menos saber de quem seria...
Eu tenho um medo
Horrível
A essas marés montantes do passado,
Com suas quilhas afundadas, com
Meus sucessivos cadáveres amarrados aos mastros e gáveas...
Ai de mim,
Ai de ti, ó velho mar profundo,
Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios.
Rasguei-a sem procurar ao menos saber de quem seria...
Eu tenho um medo
Horrível
A essas marés montantes do passado,
Com suas quilhas afundadas, com
Meus sucessivos cadáveres amarrados aos mastros e gáveas...
Ai de mim,
Ai de ti, ó velho mar profundo,
Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios.
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Recordo ainda... e nada me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...
Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...
Estrada afora após segui... Mas, ai,
Embora idade e senso eu aparente,
Não vos iluda o velho que aqui vai.
Eu quero os meus brinquedos novamente!Embora idade e senso eu aparente,
Não vos iluda o velho que aqui vai.
Sou um pobre menino... acreditai...
Que envelheceu, um dia, de repente!...
Eu tb gosto dos três! Muito bom gosto o seu hehe
ResponderExcluirKaren dê uma passadinha em meu blog deixei um desafio para vc!! Amei as poesias . Bjs
ResponderExcluirQue palavras lindas, obrigada por partilhar.
ResponderExcluirBeijocas
Voce me fez lembrar algumas conversas com meu avo que eu era crianca. Quando ele viajava para Porto Alegre, ficava no Hotel Majestic e teve algumas longas conversas com Mario Quintana. Lembro que eu ficava sentadinha ouvindo e sorrindo enquanto ele contava.
ResponderExcluirabracos
Meninas, adoro poemas, que bom que gostaram!
ResponderExcluirLeila, quem dera ter conhecido algum dos três poetas, se bem que acho que não conseguiria dizer uma palavra, mas só estar perto faria com que ganhasse meu dia! Seu avô gostava do Mario Quintana?