Li If the oceans were ink no mês passado. A autora, Carla Power, é jornalista e passou um ano acompanhando as palestras e tendo aulas sobre o Corão, o livro sagrado do Islã, com uma autoridade da religião, Mohammad Akram Nadwi, um pesquisador e estudioso que nasceu na Índia e mora na Inglaterra. Apesar de sua posição conservadora, Akram deixa claro que Maomé não prega a opressão feminina. Em seus estudos ele realizou o levantamento do nome de várias mulheres que se dedicaram ao estudo do Alcorão no mundo islâmico.
A autora claramente foca o livro na questão feminina no islamismo e, por meio das explicações de Akram, procura mostrar que o texto sagrado não é tão opressivo em relação às mulheres, ao contrário, as interpretações e leis estabelecidas posteriormente é que teriam restringido seus direitos e liberdade. (Descobri que o profeta nunca disse que uma mulher não deveria conduzir um camelo, inclusive, suas mulheres o seguiam dessa forma, algumas até mesmo expressavam sua opinião e ela era respeitada).
A autora claramente foca o livro na questão feminina no islamismo e, por meio das explicações de Akram, procura mostrar que o texto sagrado não é tão opressivo em relação às mulheres, ao contrário, as interpretações e leis estabelecidas posteriormente é que teriam restringido seus direitos e liberdade. (Descobri que o profeta nunca disse que uma mulher não deveria conduzir um camelo, inclusive, suas mulheres o seguiam dessa forma, algumas até mesmo expressavam sua opinião e ela era respeitada).
É um livro muito interessante. Como qualquer religião, Akram explica que o fundamento do Islã é a compaixão, a paciência e a modéstia. Mas como qualquer texto, o Corão é aberto a várias interpretações e suas palavras podem ser distorcidas para satisfazer interesses pouco elevados. Quando o secular e o sagrado, as leis e a religião, são uma coisa só, o perigo é grande. Há diversos pontos controversos que Akram tenta elucidar para a autora, ela nem sempre fica satisfeita com as explicações, mas a leitura é ótima para compreender, mesmo que pouco, a perspectiva do islamismo.
As vozes de Marrakech (li em italiano, pois foi a tradução que encontrei), do escritor e ensaísta búlgaro Elias Canetti, é uma espécie de diário com cenas e experiências vividas pelo autor durante uma viagem a Marrakech feita em 1954. Gosto de Canetti, adorei a trilogia autobiográfica (A língua absolvida, O jogo dos olhos, Luz em meu ouvido) na qual ele narra sua infância, sua relação tempestuosa com a mãe, sua juventude e formação literária durante os anos dourados de Viena e seu relacionamento com Veza, uma mulher mais velha que considerava sua musa e com quem se casa. No livro sobre Marrakech, a pobreza e a privação estão sempre muito presentes nas cenas narradas pelo autor, o pouco de lirismo que surge aqui e ali sucumbe rapidamente diante da realidade.
Getting more of what you want de Margaret Neale e Thomaz Lys é sobre estratégias de negociação, sobre como maximizar ganhos em diversos tipos de interação aliando aspectos psicológicos e econômicos. Apesar de não me considerar uma grande negociadora, gosto desse tipo de assunto. Nossos julgamentos, preconceitos e temperamento afetam nossas decisões e é sempre bom ter consciência disso.
Healthy brain, happy life é uma mistura de livro de bem-estar/autoajuda com neurociência, área estudada pela autora Wendy Suzuki, professora da Universidade de New York. Ela procura mostrar a importância do cérebro para se ter qualidade de vida, mas acho que esse aspecto é explicado de forma superficial, pois o texto acaba priorizando mais sua vida pessoal. É uma leitura que procura ser divertida e informativa ao mesmo tempo sem ser chata, mas fica meio açucarada. (Apesar disso, até gostaria de participar de seu curso sobre como a atividade física afeta a atividade cerebral, ela faz os estudantes realizarem exercícios enquanto gritam palavras de encorajamento e abre uma discussão sobre o tema na segunda parte da aula).
Os dias têm sido quentes, ensolarados. Gosto muito do outono. Decidi tentar remediar as trincas da piscina eu mesma, comprei massa époxi e rejunte e estou aplicando pouco a pouco. Se o vazamento diminuir, podemos chutar o problema para algum momento futuro. Por enquanto, não vi resultado, mas também ainda não terminei. A massa é ruim de aplicar e faço uma ou duas trincas por vez dentro da água.
A horta continua na mesma. Continuo colhendo berinjelas, mas as mudinhas novas continuam desaparecendo misteriosamente. Plantei batata-doce em um dos canteiros porque cansei de semear verduras e perder todas as sementes. Tenho bastante gengibre e os pés de cúrcuma estão vistosos. Colhi algumas mandiocas, elas são muito macias, as mudas foram dadas por meu pai.
O pão continua caseiro e estou tentando melhorar minha técnica com o levain. Sempre busco dicas no blog da Neide Rigo, acho que estou melhorando, mas ainda não consegui aquele tão desejado pão de casca crocante e miolo cheio de furos.
Flor de maracujá |
Berinjelas e um pepino |
primeira colheita de mandioca |
alguns passeiam de balão aos domingos |
pão caseiro |
Oi, Karen,
ResponderExcluirEu tenho estado mais fora do que dentro da Internet, mas sempre que vejo que houve atualização em seu blog, gosto de ler o que você escreveu. As suas leituras têm sido bem diversificadas, né? Eu também costumo diversificar as minhas, rsrs. É de se imaginar que o Corão realmente não pregue muitas das coisas que a gente vê na prática (eu tenho um exemplar do Corão, mas confesso que ainda não o abri, rsrs). Porém, as interpretações distorcidas parecem ser generalizadas, pois as mulheres (ou muitas delas) realmente vem sendo oprimidas, por praticantes dessa religião. Mas é como foi dito: nesta - e em outras religiões - os princípios elevados são distorcidos, para que se ajustem aos egoístas interesses humanos.
Os demais livros também me pareceram interessantes. Se os tivesse à mão, eu já leria o Healthy brain, happy life, antes dos outros, por tratar de assunto que muito me interessa, que é a interação entre a atividade cerebral e as condições do corpo (e da vida!).
Ah, obrigada pelas palavras gentis, a respeito da perda do meu gato.
Um beijo e boa noite.
Oi, Marly! Agora vi que escrever o "al" antes de "Corão" é redundante e retirei. rs Tenho lido de tudo um pouco, talvez menos literatura e mais história e assuntos práticos. Ando mais "utilitarista" esses dias. Gostei de ler sobre a vida da Wendy Suzuki, acho que o livro é mais sobre como ela conseguiu mudar e se sentir completa em diversos aspectos do que sobre neurociência, que aparece como pano de fundo, mas não deixa de ser uma boa leitura.
ResponderExcluirGrande abraço, espero que este esteja sendo um bom ano para você e sua família!