Im Western nichts Neues (ou Nada de Novo no Front, em português) é um romance do escritor alemão Erich Maria Remarque publicado em 1929. É um livro sobre a primeira guerra, na qual o próprio autor tomou parte e, provavelmente, a melhor obra sobre o assunto que já li, superando, inclusive, os filmes de guerra que já assisti, muito bem escrito, muito realista, muito humano. Não esperava nada quando comecei a lê-lo, mas fui fisgada. (É verdade que o li no meu ritmo de lesma semianalfabeta em alemão).
O narrador é Paul Bäumer, um jovem que vai para a guerra aos 18 anos junto com alguns colegas de escola de sua cidade. Combatendo, vendo companheiros morrerem das mais diversas formas, ele perde sua inocência, seus sonhos e sua juventude, mas é entre as trincheiras, na vida em comum e na tentativa de sobreviver, que se forjam elos e cresce o sentimento de companheirismo entre os soldados, as únicas coisas positivas em meio à tragédia que se desenrola ao redor.
Em um dos capítulos, Paul volta para casa para um breve período de férias e constata que a guerra o transformou, sua cidade, sua casa, seu quarto, a vida de alguns anos atrás não tem mais relação com a pessoa que ele se tornou após passar pelo campo de batalha e, de certa forma, ele prefere voltar para junto de seus companheiros, aqueles com os quais compartilhou bons e maus momentos e conseguem compreendê-lo.
O livro virou filme, ganhou o Oscar e foi queimado pelos nazistas que devem ter entendido o quanto ele poderia ser subversivo. Acho que o tema continua atual mesmo hoje, eu entregaria um exemplar de Nada de Novo no Front para cada soldado.
Essa é uma reflexão feita por Paul quase no final do livro e quase no final da guerra que seu país, a Alemanha, irá perder:
"Se tivéssemos retornado em 1916, teríamos desencadeado uma tempestade com a dor e a intensidade de nossas experiências. Mas se voltarmos agora, estaremos cansados, destruídos, esgotados, desenraízados e sem esperanças. Não saberemos o que fazer. Também não seremos compreendidos - pois, antes de nós, há uma geração que mesmo tendo convivido conosco, possui um lar e um trabalho e agora retorna a suas antigas posições, nas quais a guerra será esquecida -, e, depois de nós, há uma geração, parecida com a nossa no passado, que nos será estranha e nos deixará de lado. Somos supérfluos para nós mesmos, iremos envelhecer, alguns irão se adaptar, outros irão se ajustar e muitos ficarão perdidos, os anos passarão e, finalmente, pereceremos."
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