31.10.11

Que Ciudad?

 (entrada de Ciudad del Este)

Certo, o objetivo da maioria das pessoas que vai para Ciudad del Este é comprar "muambas": eletrônicos, roupas, cosméticos, equipamentos para o carro, etc. No nosso caso, isso é apenas parcialmente verdadeiro, O. queria um aparelho muito específico e nada mais, eu comprei uma lente para uma câmera que ainda não possuo (isso é que é pensar a longo prazo!), ficamos dentro da cota e não compramos bugigangas ou roupas, só uns pistaches.

Chegamos na terça à tarde, quando tudo estava fechando. Fizemos nossas compras pontuais só na parte da manhã de quarta, fomos a Itaipu à tarde e usamos os outros dois dias para ir às Cataratas brasileiras e argentinas, até voltávamos cedo dos passeios, mas tão cansados que nem tínhamos energia para ir ao microcentro.

Fomos com preços e lojas já anotados, compras rápidas em duas lojas que ficavam no mesmo lugar, questão de entrar e sair. Deixamos as coisas no hotel e voltamos para dar uma passada na Monalisa para ver aquela que é considerada uma das lojas mais chiques da cidade (a outra é a Sax, acima, na foto, mas não a visitamos). Ela funciona em um prédio, cada andar vende um tipo de artigo, de cosméticos a tacos de golfe. Os preços estão todos em dólares e há desconto para pagamento em dinheiro. Dá para gastar um bom tempo ali. Mas só olhamos mesmo. Gostei foi da adega no subsolo, ela é enorme e tem preços bastante interessantes. 


adega da Monalisa

Há restaurante, café e um quiosque de comida japonesa lá dentro. Foi onde almoçamos. Pedimos teishokus de sashimi e sushi, ambos bons. Como ocorre com frequência, impliquei com o tempero do arroz do sushi, gosto dele mais adocidado e menos ácido. O arroz branco também era temperado como o do sushi, preferiria o arroz simples.


sushi teishoku


Não nos aventuramos muito pelo microcentro. Realmente há muita gente, camelôs ocupando as calçadas, carregadores levando mercadoria e brasileiros fazendo compras. Logo que chegamos, pegamos um táxi e fomos ao Shopping del Este para acertarmos nossos passeios com a agência de viagens que funciona por lá. Nossa primeira impressão não foi nada boa, era final de tarde e as barracas estavam sendo desmontadas, as ruas estavam cheias de lixo e ainda havia muita gente carregando coisas de um lado para o outro. Tudo isso tornava o trânsito bem lento. (Com exceção do Shopping del Este, a maioria das lojas fecha lá pelas 17h00 no horário local, 18h00 no horário brasileiro, o comércio parece abrir e fechar em função do fluxo de compradores brasileiros).

Há lojas para públicos muito distintos, de artigos refinados, de marcas famosas, a falsificações. A maioria das lojas pertence a árabes, chineses e até brasileiros, inclusive, há muitos brasileiros que moram em Foz e trabalham no Paraguai. O garçom do quiosque de comida japonesa morava em Foz, perguntamos se ele conhecia algum lugar que vendesse produtos árabes nas imediações porque queríamos comprar pistaches. Ele disse que não conhecia quase nada da cidade e pediu indicações para outro colega de trabalho que nos recomendou uma loja de produtos libaneses a duas quadras da Monalisa, foi onde compramos dois pacotes de pistache e um de mixed nuts. Era uma loja meio largadona, pequena e o casal do balcão conversava entre si em árabe. Havia narguilés, queijos, leguminosas, sementes tostadas, etc. Os preços estavam em dólares, pagamos nessa moeda e recebemos o troco em dólares e guaranis. Acho que perdemos alguns reais no processo.

Com o tempo, nossa percepção da cidade foi mudando, passamos várias vezes pelo microcentro quando saíamos para os passeios. Certamente há um caos ali, carros disputando espaço com compradores, vendedores, carregadores e mototáxis, e nenhum semáforo. Mas não vi nenhum acidente, tudo parece se ajeitar de alguma forma. Na volta de um de nossos passeios, um carregador derrubou uma caixa de pão doce que foi arrastada pelo carro da agente de viagens que nos levava, ela parou, o cara pegou a caixa de volta e prosseguimos. Não ouvi gritos, reclamações ou buzinadas em momento algum. Mas é preciso estar acostumado para achar que é normal dirigir por aquelas ruas abarrotadas tirando "finas" de tudo. A agente de viagens ria de nossas caras de espanto e dizia que era sempre assim. Os mototaxistas ultrapassavam pela direita e pela esquerda e ela exclamava "ellos son locos!".

Um outro agente de viagens com o qual tivemos contato disse que estão construindo um shopping bem ao lado do Shopping del Este com capacidade para cerca de três mil lojas. (Acho que ele exagerou ou ouvi errado, não é mesmo? É loja demais, entretanto, é verdade que há obras sendo realizadas ali). Parece haver muito investimento sendo feito na cidade. Outro dia mesmo tinha lido que há o projeto de se construir um complexo de cassino e hotel em Hernandarias, cidade vizinha, antes da Copa. Ciudad del Este provavelmente ainda irá mudar bastante até lá.

O engraçado é que a alguns quarteirões da muvuca do microcentro, há uma Ciudad del Este bastante arborizada e bairros muito agradáveis. O mesmo agente que comentou a construção do novo shopping disse que morava em um deles e contou que a tranquilidade era tanta que os moradores fizeram protestos para impedir a passagem de uma linha de coletivo.

Em suma, Ciudad tem várias faces.

 .

2 comentários:

  1. Eu nunca pensei em ir no Paraguai, acho que pra mim, que moro tão longe, não valeria tanto a pena. Bj! ;-)

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  2. Luna, o país também estava bem lá embaixo na minha lista de lugares para ir... rs

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