Ganhei a coleção de presente. Gosto muito de coletâneas de poemas, agora tenho quase todos os meus favoritos em versão completa: Pessoa, Bandeira, Quintana, Emily Dickinson e Drummond. Fica faltando o Bukowski por quem me apaixonei recentemente.
Não conhecia este poema:
O que a gente procura muito e sempre não é isto nem aquilo. É outra coisa.
Se me perguntam que coisa é essa, não respondo, porque não é da conta de ninguém o que estou procurando.
Mesmo que quisesse responder, eu não podia. Não sei o que procuro. Deve ser por isso mesmo que procuro.
Me chamam de bobo porque vivo olhando aqui e ali, nos ninhos, nos caramujos, nas panelas, nas folhas de bananeiras, nas gretas do muro, nos espaços vazios.
Até agora não encontrei nada. Ou encontrei coisas que não eram a coisa procurada sem saber, e desejada.
Meu irmão diz que não tenho mesmo jeito, porque não sinto o prazer dos outros na água do açude, na comida, na manja, e procuro inventar um prazer que ninguém sentiu ainda.
Ele tem experiência de mato e de cidade, sabe explorar os mundos, as horas. Eu tropeço no possível, e não desisto de fazer a descoberta do que tem dentro da casca do impossível.
Um dia descubro. Vai ser fácil, existente, de pegar na mão e sentir. Não sei o que é. Não imagino forma, cor, tamanho. Nesse dia vou rir de todos.
Ou não. A coisa que me espera, não poderei mostrar a ninguém. Há de ser invisível para todo mundo, menos para mim, que de tanto procurar fiquei com merecimento de achar e direito de esconder.
Lindo o poema, deu uma pontinha de angústia também - vivo procurando essa coisa que não sei o que é...
ResponderExcluirSabe que essa postagem alegrou o meu dia,? Drummond para mim sempre traz luz.
ResponderExcluirVocê sabe que me correspondia com ele?Um dia contei lá no blog.
Coisa de menina, mas uma emoção indescritível!
É sempre bom quando encontro uma apaixonada por Drummond como eu.
Bj,
Lylia
Tatiane, então somos duas... :(
ResponderExcluirLylia, eu li seu post. Bárbaro ter tido o privilégio de trocar cartas com ele!
:) pelo poema.
ResponderExcluir:) pela coleção.
:D pras coisas a se encontrar...
Ah! que coletânia, quero pra mim também. Adorei o poema, procurar o quê? estou procurando tbém,rs. Gostou do Bukowski né, uma paixão que vale a pena investir!!
ResponderExcluirAh! obrigada Karen pela indicação, encontrei num sebo o livro do Ototake Hirotada (pela bagatela de 100 yen :)), tem furigana, mas ainda assim estou tendo dificuldade.
madoka
Quéroul, um brinde a elas!
ResponderExcluirMadoka, pois é, adorei os poemas do Bukowiski!
Eu usei bastante o dicionário, o bom é que as palavras são mais simples e não há kanjis muito cabeludos... rs
Preciso de um sebo japonês...
Que otimo presente! Eu estou num período de ler e reler Ferano Pessoa, Drummond faz tempo que nao leio. Abs.
ResponderExcluirWair, Pessoa é sempre novo, não importa quantas vezes o leiamos.
ResponderExcluirOi Karen, como vai? Gostei muito desse poema do Drummond, não conhecia. Esses tempos mandei ele para algumas pessoas, e muitos disseram que esse poema deveria ser algum texto que é atribuído ao Drummond, mas que é de um autor desconhecido. Seria pedir demais que você me passasse a referência completa dele? Desde já agradeço! Parabéns pelo blog!
ResponderExcluirOi, Henry! Ele aparece no terceiro volume da coletânea Nova Reunião, Edições Bestbolsos, RJ, 2009. p. 177. Originalmente, foi publicado na coletânea "O Menino e os Grandes", se descobrir algo, avise!
ResponderExcluirProcurar....Procurar.....me pego nessa procura já à muito tempo...entre estradas, rodovias,paisagens...ou até mesmo em cada olhar, cada corpo...Procurar vou viver a vida nessa infinita procura de encontrar!!!
ResponderExcluirRegina Miguel.