22.9.06

Birchermüsli

Não tenho cozinhado grande coisa desde que voltei de Fortaleza, os três dias sem pisar na cozinha parecem ter durado uma eternidade e arrefeceram meu entusiasmo pelas panelas. Acho que voltei para o estágio em que estava quando me casei, quando preferia estar fazendo outras coisas a cozinhar. Mas deve passar logo, tem que passar, afinal, a comida não se faz sozinha!

Contrariando meus hábitos, comprei um livro de culinária! Eu já o estava namorando há um ano, eu o vi pela primeira vez em uma livraria de SP, fomos a um lançamento de um livro no qual O tinha um artigo e, enquanto ele papeava com seus conhecidos, eu fiquei percorrendo as prateleiras. Ele se chama Fazenda Pinhal: Caderno de receitas e histórias de família. A autora, Helena Carvalhosa, é proprietária da Fazenda que, hoje, é um hotel-fazenda em São Carlos e faz parte da Associação Roteiros de Charme. Não conheço, mas parece um bom local para relaxar. As receitas são simples, foram contribuições de hóspedes, e são interessantes porque estão impressas da forma como cada um as escreveu no caderno de visitas.


Fiz esta aqui para comer no café da manhã, é bem gostosinha, deve fazer um bem danado para a saúde e para a beleza! rs


Birchermüsli (Do Caloca Fernandes)

1 c sopa de aveia em flocos
3 c sopa de água
1 maçã ralada com casca
2 c sopa de iogurte natural (ou 2 c sopa de leite evaporado)
1 c sopa de mel
1 c sopa de suco de limão

Na véspera, deixe a aveia de molho na água em uma tigela. Na manhã seguinte, adicione os demais ingredientes e misture. Se quiser, coma salpicado com frutas secas, como passas, damascos picados, amêndoas torradas....


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Sorry people, I haven't been cooking much lately. I've bought a cookbook and hope it'll inspire me. This is a simple breakfast dish, it is written that it can do wonders for your health if eaten everyday!

Birchermüsli (Caloca Fernandes recipe)
1 tbsp oats
3 tbsp water
1 small grated apple
2 tbsp natural yoghurt
1 tbsp honey
1 tbsp lemon juice

Soak oats in water in the night before. The following morning, stir in all the remaining ingredients. Serve sprinkled with raisins, apricots, berries, nuts....

20.9.06

Fortaleza 5 - Mercado Central

Interior do Mercado Central


Para alívio de todos aqueles que já devem estar cansados de ler sobre minhas andanças em Fortaleza, este é meu último post sobre a cidade (há outros no blog Nos quatro cantos do mundo). O Mercado Central fica perto do centro (como o nome diz) e é enorme, quatro andares (+ o estacionamento) ligados por escadas e rampas onde você encontra vários boxes vendendo de tudo. No primeiro andar concentram-se as lojinhas de itens da culinária local como castanhas de caju torradas, glaçadas, cruas, salgadas ou não; vidros de cachaça com cajus inteiros dentro da garrafa ou lagostas, rapadura, etc. Os preços variam, as castanhas de caju "tipo exportação" são as mais caras, mas são graúdas, nunca tinha visto castanhas tão bonitas e custando cerca de metade do preço do que pago em SP. Se você levar castanhas "machucadas", um pouco quebradinhas, irá pagar ainda menos pelos pacotes de 500g ou 1kg. As castanhas do Pará, apesar de não serem encontradas em todas as lojas, também são bem mais bonitas e baratas do que aqui no sudeste. 

Em nome da curiosidade, comprei uma garrafa de cajuína, uma bebida não alcóolica e não fermentada feita com caju, o vendedor disse que eu deveria bebê-la bem gelada. Deixei-a algumas horas no frigobar do hotel e experimentei. O aroma é forte e um pouco desagradável, mas o sabor é muito bom, suave e doce, apesar de não levar açúcar. A cajuína também não leva nenhum outro tipo de aditivo ou corante químico e se estivesse à venda por aqui eu a compraria sempre! Vi sorvetes de massa feitos com frutas da região e mesmo de tapioca em uma sorveteria lá dentro, mas não experimentei. Ainda no primeiro andar, você também encontra descansos de mesa feitos com palha (acho que é palha) de todos os tamanhos e artigos como colares de semente, brincos e bolsas.

No estacionamento, há barraquinhas que vendem enfeites de casca de coco e outros balangandãs.
Não resisti e comprei alguns colares e brincos de resina e sementes por R$5,00 e R$3,00.

Nos andares superiores, há lojas abarrotadas de roupas, toalhas e caminhos de mesa, panos de prato e os mais variados artigos de cama, mesa e banho bordados, feitos no tear ou de renda. Há lojas com artigos de couro (de jegue, segundo os vendedores me informaram) por preços bons e bolsas de palha muito bonitas.
Os preços não variam muito, mas é bom andar bastante para não fazer o que eu fiz, logo no primeiro andar, fiquei olhando uns caminhos de mesa, perguntei o preço para o vendedor e ele me disse um valor, fiquei em dúvida e ele o baixou um pouco mais, porque, dizia, ele já estava de saída e precisava fechar as contas... Acabei achando que era um bom negócio e fiz a compra, à medida que ia subindo para os andares superiores, descobri que o mesmo artigo custava menos em todas as lojas, faltou pouco para eu voltar e fulminar o espertalhão!

Não sei se os vendedores agem da mesma forma com todos, mas me sentia uma turista em um mercado árabe, todos procuravam mostrar seus produtos e me convencer a entrar em suas lojas, cansei de dizer "Não, obrigada!". Chegou uma hora em que eu já nem olhava para os lados. Como nos mercados árabes, quando perguntava por um preço e recusava a oferta, os vendedores faziam alguma proposta "irrecusável".
De qualquer forma, se for a Fortaleza, não deixe de ir ao Mercado Central, vale a pena! Vá ao Centro Cultural Dragão do Mar que também fica perto e, se ainda der tempo e não estiver cansado, passe pela ponte dos Ingleses. Da Avenida Beira Mar, é possível pegar o Circular e ver tudo andando um pouco ou fazendo visitas em etapas. Se tiver coragem, e eu não recomendo, vá de moto-táxi, é mais barato do que o táxi comum!


Cajuína



Castanha do Pará e de caju

19.9.06

Fortaleza 4 - Restaurantes

As escolhas de restaurantes em Fortaleza foram quase todas baseadas em sugestões de conhecidos e guias de viagem e acho que elas não foram de todo más. Tivemos várias boas surpresas.

No primeiro dia, após descobrirmos que a comida do hotel não era a melhor opção, decidimos nos aventurar por restaurantes próximos, pois não tínhamos tempo para ficar indo para locais mais afastados. À noite, a professora que nos ciceroneava pela cidade nos levou para jantar no restaurante La France. Você entra em um salão cheio de quadros nas paredes e se senta em uma das várias mesas de madeira. Pedimos um "peixe à belle meunière", ele veio bem temperado com limão e grelhado em uma mistura de ervas e manteiga, acompanhado de batatas cortadas bem fininhas e fritas até ficarem crocantes. Estava bom, apesar de achar que havia um pouco mais de óleo na refeição do que estou acostumada a comer. Nossa cicerone gosta muito desse restaurante e acho que é uma boa opção, ele está fora da rota dos turistas e os pratos servem duas pessoas por bom preço.


Outro restaurante que ficava próximo do hotel (apenas dois quarteirões) era o Cemoara, no Guia 4 Rodas de 2005, constava que ele era o melhor restaurante de pescados da cidade. Confiando nessa avaliação, liguei para o número do guia para saber qual o horário de funcionamento e o número foi parar em uma cantina com o mesmo nome, alguém me informou que o restaurante havia sido dividido em dois (cantina e pescados) e me passou o número do outro estabelecimento. Confirmei que o restaurante funcionava na hora do almoço e fomos lá. Ele fica no saguão do hotel Mercure e, apesar de não ser grande, é bem arrumadinho. Os garçons são super simpáticos e ficamos papeando um pouco, éramos praticamente os únicos comensais da casa. Pedimos um carpaccio de salmão como entrada (muito bom!), e continuamos com um Filé de beijupirá à Delícia (um peixe local grelhado e coberto com uma banana e bechámel, muito bom, se você entrar em outro restaurante e ler "peixe à Delícia", experimente!) e um salmão com molho de laranja. Ambos os pratos eram bem feitos, mas não sei se o restaurante merecia a estrela do Guia. A carta de vinhos é divertida, eles trazem um carrinho onde estão expostos todos os vinhos da casa com os respectivos preços, você escolhe e eles trazem uma garrafa da adega climatizada. O dono do restaurante é português e importa os vinhos diretamente de Portugal, havia muito pouca coisa da América do sul, uma pena. (Vi uma garrafa de Pera Manca por R$750,00!). Bebemos uma garrafa de Chardonnay chileno que estava mais em conta, mas bem esquecível (já nem lembro o nome), como não íamos beber tudo, perguntamos se eles poderiam guardar o que sobrasse para quando voltássemos ao restaurante e eles disseram que sim. Ah! O pessoal era tão atencioso! Acho que decidimos retornar por isso. Voltamos lá na noite seguinte para comer lagosta e terminar nossa garrafa! Li que ela era mais barata naquela região, mas eu não achei. O diferencial do restaurante, segundo o maître, era que a lagosta deles era grande, eles não compravam lagostas menores do que as especificadas por um determinado padrão. Você tinha a opção de pagar pelo peso (cada 100g) ou o valor do prato, escolhemos a primeira opção e dividimos o rabo de uma lagosta em dois pedaços, o de O virou uma "lagosta ao molho Thermidor" e o meu foi grelhado e servido com batatas coradas. Não era uma quantidade fenomenal, mas estava bom. (O não gostou muito do prato dele, achou salgado). Comemos crepes suzettes de sobremesa. Eles fazem a calda de laranja na hora, em um fogareiro no meio do restaurante, muito gostoso.


Para aliviar o nosso bolso e voltar à nossa dieta, almoçamos em um restaurante natureba por quilo chamado Gergelim (outra sugestão de nossa cicerone), ele fica meio escondido em uma avenida movimentada, você pode comer no salãozinho climatizado com mesas de granito bruto (a superfície delas é irregular, há uma certa dificuldade em manter os pratos e copos em uma posição estável) ou do lado de fora, no pequeno jardim arborizado dos fundos. Há opções de saladas e pratos quentes feitos com soja, peixe e frango. Gostei bastante do lugar, a lista de sucos é enorme e eles preparam a mistura que você quiser, O pediu um suco de aipo, cenouras e pepinos eu fiquei no de melancia. As sobremesas também são pagas por quilo, são quase todas light, há salames de chocolate, cheesecakes (não gostei), bolo de frutas e um tiramisú de tofu fantástico! Ele não tinha gosto nenhum de tofu e era melhor do que muitos tiramisús que já provei, fiquei tão impressionada!


O último restaurante da lista é o Pulcinella, onde jantamos em nosso último dia em Fortaleza, prometi a mim mesma que se voltasse algum dia (e pretendo voltar!), iria comer lá mais uma vez! Apesar do restaurante ser italiano, ele não tem nada de uma cantina, muito sofisticado, com uma decoração de bom gosto. Ar condicionado no salão e mesinhas, à noite, do lado de fora (e muitos seguranças ao redor do restaurante). Além de pratos de massa muito criativos, há opções igualmente interessantes de carne, aves (até avestruz!) e peixes. Como tínhamos comido um sanduíche à tarde, escolhemos pratos leves. Havia uma mesa com antepastos a quilo, mas ficamos em uns pasteizinhos de salmão de entrada e espaguete integral com brócolis, tomates secos e camarões. Os pasteizinhos eram redondinhos e massudos, (lembravam aquelas massas fritas feitas com pinga) bem crocantes e recheados com uma porção de salmão. Eu gostei, O esperava pasteizinhos com massa fina, de feira. O espaguete estava muito bom. Só o O leu a carta de vinhos e disse que ela precisava melhorar, só vi as garrafas nas prateleiras e aquelas que estavam expostas eram as de marcas mais populares.


Bem, não comi a famosa caranguejada! Fiquei na vontade, o maître do Cemoara nos disse que todas as quintas é dia de caranguejada na cidade e se você for até as barracas da Praia do Futuro à noite, vai ouvir o "toc, toc, toc" dos martelinhos quebrando as cascas dos bichos logo que chegar. Para não dizer que fui a Fortaleza e não passei pela praia do Futuro, eu peguei um táxi e pedi para ser levada até a barraca do "Chico do Caranguejo"! A praia fica meio afastada da cidade e, para quem estava esperando uma área tão urbanizada quanto a Avenida Beira Mar, foi uma surpresa e tanto ver uma praia cercada por terrenos quase vazios (a imaginação da gente prega peças!). As barracas são enormes e com boa infraestrutura. O taxista disse que não havia quase ninguém na praia naquele horário (16:00hs) e que o pessoal das barracas estava se preparando para receber gente para o forró da noite. Acabei pedindo para ele me levar de volta sem descer do táxi. Achei que era um programa meio furado ficar por ali sozinha. Se ainda tivesse alguém para me acompanhar, teria descido, andado pela praia e dividido alguns caranguejos. Também não tinha como avisar O sobre onde estava, o celular da Vivo não funciona em Fortaleza, vivíamos marcando nossos encontros pelo relógio. Para banhos de mar, fui informada, aquele é dos melhores locais e devo concordar


E assim, após nossas incursões gastronômicas, retornamos para casa falidos!

16.9.06

Fortaleza 2 - O hotel

Av. Beira Mar de frente para hotel


Idem


Ficamos hospedados em um hotel chamado Olympo, na praia do Meireles, a localização é ótima, pois fica na praia logo na frente da Av. Beira Mar, onde há um calçadão que vive cheio de gente fazendo caminhadas e correndo de um lado para o outro. A opção não foi nossa, como há um convênio entre o hotel e a universidade, não tivemos opção. O primeiro quarto em que entramos, ficava no terceiro andar voltado para um outro prédio e para o exaustor da cozinha e, além do barulho, havia o cheiro de comida sendo feita (peixe frito naquele momento). Pedimos para mudar e fomos encaminhados para um quarto no primeiro andar, ele parecia não ter sido reformado como o anterior, mas ficava voltado para o mar e não havia (tanto) barulho, não gostei do guarda-roupas, parecia que alguém havia deixado roupas molhadas na prateleira superior e o cobertor que estava por lá cheirava à coisa molhada que não havia secado direito, apesar disso, não pedimos para mudar de quarto, sabe-se lá onde iríamos parar. Acho que não recomendaria o hotel para ninguém, talvez haja quartos melhores, mas tenho minhas dúvidas. No último dia, eu saí cedo para assistir à uma conferência e quando voltei pouco antes do almoço, havia uma bandeja com meio hambúrguer e algumas fritas em uma bandeja no chão do corredor, alguém devia ter pedido o prato para o serviço de quarto e deixado do lado de fora para ser retirado depois, vocês acreditam que ele continuava por lá até às 17:00hs? Já havia uma mosca rondando, foi quando O foi avisar a recepção que logo algumas baratas iam passar e levar tudo. A internet lá era um roubo: R$ 5,00/15min, andando 5 min havia um internet café que cobrava R$6,00/hora, vi por menores preços perto da universidade, mas aí ficava fora de mão. O uso do cofre também era cobrado, ele ainda funcionava com o uso do "trancão" e não de modo automático, eu tinha que andar com a chave de um lado para o outro e se a perdesse ainda pagaria R$100,00. Pouco prático.

Recebemos "vales" da universidade para comermos no hotel, mas só o usamos no primeiro dia, assim que chegamos, sem almoço e cansados. O pediu um prato de peixe ao molho de manga com arroz e batatas no menu à la carte. Não minto se disser que o peixe não tinha gosto nenhum! Estava lamentável, decidimos não voltar mais lá, pois, se o menu à la carte era assim, imaginamos que o bufê do almoço e do jantar não deveria ser melhor. Devolvemos os "vales" e ficamos comendo aqui e ali. Acho que foi a melhor coisa que fizemos. Um outro dia, quando voltávamos do nosso almoço, encontramos outros professores comendo no restaurante do hotel e o prato de penne que dois deles pediram parecia o macarrão que serviam na merenda escolar da minha época de primário, uma massa corada com extrato de tomate, não havia molho em lugar algum. Um professor português que tinha se aposentado em Portugal e estava dando aulas como convidado em uma universidade da Paraíba olhava para aquilo e dizia, com aquele sotaque maravilhoso, "vocês não vão conseguir chegar à metade do prato! Está horroroso!" e, olhando para seu próprio prato de salmão com batatas e arroz, dizia resignado "Está horrível, no primeiro dia ainda estava bom, mas hoje, está horrível!" (Ele falava sério, não gostaria de convidá-lo para uma refeição, pois ele dizia exatamente o que pensava, sem dó nem piedade! rs) Quando fomos comer em outro restaurante, ele pediu um prato de bacalhau a Gomes de Sá e disse que devolveria o prato se não estivesse bom. Acho que nós ainda nos sentimos meio constrangidos em agir dessa forma, mas ele está certo, não está? Se pagamos, se nos garantiram que o que pedimos vai estar ótimo e se o prato nos desaponta, temos que reclamar! Felizmente o bacalhau estava bom e não precisamos ver o simpático garçom levar o bacalhau de volta. 
O café da manhã do hotel, entretanto, era muito bom. Havia uma mulher preparando tapiocas na hora e cada um podia escolher o recheio: queijo, presunto, manteiga, leite condensado... Havia bolos de batata-doce (não gostei), milho, fofo e macaxeira, e ainda pão de queijo e arroz doce. Encontrei até um sapoti entre as frutas e tratei de experimentá-lo. Ele lembra um kiwi sem os pelinhos e mais arredondado na forma, por dentro, ele é meio marrom-alaranjado com sementes achatadas, compridas e pretas. Sua consistência lembra um pouco a do caqui maduro um pouco mais granulosa. Seu sabor é suave, mas não consegui lembrar de nada com que pudesse compará-lo.
Minha opinião: acho que há hotéis mais interessantes nos arredores.

*Escrevo mais sobre Fortaleza também no blog coletivo Nos quatro cantos do mundo.

5.9.06

Balzac e a costureirinha chinesa

Vi um filme muito bonito nesse final de semana, chama-se "Balzac e a costureirinha chinesa", ele é baseado em um romance autobiográfico do autor-diretor Dai Sijie. A história se passa na China comunista dos anos 70. Dois rapazes, Luo e Ma, são mandados para um vilarejo em uma região montanhosa linda e miserável para serem educados de acordo com os princípios maoístas, pois seus pais são considerados reacionários e inimigos do comunismo. Seus dias são dedicados a carregar estrume de porco para fertilizar as plantações e a trabalhar em uma mina.

É ali que eles conhecem a costureirinha que decidem instruir por meio de livros de Balzac e Flaubert roubados de um outro jovem que também está no vilarejo para ser reeducado. Ao final, são essas leituras de livros proibidos que vão decidir muito do destino dos personagens.


Logo no início do filme, quando o chefe do vilarejo verifica a bagagem dos dois em busca de materiais proibidos pelo regime, ele encontra um livro de culinária. Ele pede para que Luo leia um pedaço para ter uma idéia do conteúdo e a receita é mais ou menos a seguinte:


100g de carne de frango, gengibre, 10 nozes... Alguém pergunta se no lugar das nozes poderia usar amendoins... O chefe bufa, pega o livro e joga no fogo, dizendo: "Ninguém será corrompido por seu frango burguês!" O violino de Ma só não vai para o fogo porque Luo é mais esperto e diz que Ma irá tocar uma música chamada "Mozart está pensando em Mao". Hahaha! Sei que situações desse tipo não devem ter sido nada engraçadas, mas o filme é assim... Simples, belo, comovente...

As mil e uma noites

"Ora, naquela noite, a mãe de Hassan tinha preparado uma refeição excelente. Primeiro, ela lhes serviu galettes grelhadas na manteiga, recheadas de carne moída e de piñolis; depois, um capão bem gordo, cercado por quatro grandes frangos; depois, um ganso recheado de passas e pistaches, e, finalmente, um guisado de pombos. E tudo aquilo era, de fato, agradável ao paladar e aos olhos. Logo, sentando-se diante dos pratos, os dois comeram com grande apetite e Abul-Hassan escolhia os pedaços mais delicados para servir ao seu hóspede. Quando eles tinham terminado de comer, o escravo lhes trouxe o jarro e a bacia, e eles lavaram as mãos enquanto a mãe de Hassan retirava os pratos de comida para servir os pratos de frutas repletos de uvas, tâmaras, marzipam e todos os tipos de coisas deliciosas. E eles comeram até ficarem satisfeitos para, em seguida, começarem a beber."


História do rapaz adormecido que foi despertado - As mil e uma noites, 623a. noite.


Voltei a ler
As mil e uma noites, estou na noite número 629. Tinha deixado o livro de lado por quase 2 anos, estou no segundo volume de quase 1000 páginas. No começo havia a novidade, aquele mundo mágico que trazia Bagdá para perto de você, mas depois de quinhentas noites, as histórias começam a ficar repetitivas e não dá mais para lê-las de um trago só. Aos poucos é melhor. Ainda não cheguei em "Ali Babá e os 40 ladrões" ou em "Aladdin e a lâmpada mágica".

O que é interessante é descobrir como as histórias chegam até nós em versões deturpadas, elas estão longe de ser contos infantis ou doces. Elas tratam abertamente de sexo e de todos os outros prazeres humanos.
As mil e uma noites celebram a vida e não deixam nada de fora.

4.9.06

Pão integral

Achei esta receita aqui. Os ingredientes dos pães que faço não variam muito, sempre uso farinha de trigo integral e grãos, mas a quantidade dos ingredientes faz bastante diferença no produto final. Adorei a textura destes pães, eles são macios e crescem bastante. Nota 10 com louvor. Amassei por 10 minutos na máquina de pão, mas não é preciso, foi preguiça mesmo, a massa é super manuseável. Modelei os pães, deixei crescer um pouco e assei. CORREÇÃO: Fiz 1/3 da receita e adicionei sementes de linhaça e girassol, mas nem é necessário, pois o pão já super nutritivo.


Pão integral

3x de água morna
1x de óleo
3 ovos
1 c sopa de sal
1 x de açúcar mascavo
1 x de farelo de trigo
1 x de gérmen de trigo
2 x de farinha de trigo integral (fino)
2 x de aveia em flocos ou farinha de aveia
2 c de chá de fermento biológico instantâneo seco
Aproximadamente 1 kg de farinha de trigo

Misture o óleo, os ovos, o sal e o açúcar mascavo. Mexa e coloque o farelo de trigo, o gérmen de trigo e a água morna. Misture e acrescente o fermento, o trigo integral e a aveia. Misture novamente e coloque trigo até ficar uma massa dura. Sove bem, por cerca de 10 min. Leve para crescer por aproximadamente 1 ou 2 horas. Divida a massa em três partes. Enrole o pão e coloque em assadeiras de bolo inglês untada com óleo e deixe crescer por mais 1 ou 2 horas, até que cresça bastante. Leve para assar em forno médio por cerca de 40 min.
Nota: Se usar a máquina para amassar coloque os ingredientes na ordem sugerida pelo fabricante.


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I've found this recipe here (in Portuguese). Even if the main ingredients i use when I make bread don't change much, (I always use whole wheat flour and grains) their quantities are never the same and it makes a big difference when it comes to texture. I loved the texture of these breads, they were soft and delicious. I kneaded the dough for 10 minutes in the bread machine, (but you can knead it as you are used to), shaped and let them rise before baking. CORRECTION: I made 1/3 of the recipe and added linseeds and sunflower seeds, but it is optional, the bread is great the way it is.


Whole wheat bread

3 cups warm water
1 cup oil
3 eggs
1 tbsp salt
1 cup dark brown sugar
1 cup wheat bran
1 cup wheat germ
2 cups whole wheat flour
2 cups oats or oat flour
2 tsp active dry east
About 1 kg flour

Combine oil, eggs, salt and sugar. Add wheat bran, wheat germ and warm water. Stir well. Add east, whole wheat flour and oats. Combine everything well and add the flour little by little until you are able to work with the dough. Knead for some minutes (the longer the better). Allow it to rise for about 1 to 2 hous. Divide the dough into three balls. Shape each of them and put in greased loaf pans. Leave them to rise for 1 to 2 hours. Bake at 190C for about 40 min.
N.B.: If you use the bread machine add the ingredients in the order recommended by the manufacturer.


2.9.06

Bolo de cenoura com nozes e passas

Esta receita está em uma daquelas coleções que contém receitas "ultra-secretas" de grandes redes de restaurantes dos Estados Unidos. Este bolo é de um café chamado Mimi. Fiz algumas alterações, mas gostei muitíssimo dele. (Assei em forminhas de muffins, porque assim posso congelar)

Bolo de cenoura com nozes e passas

1 1/2 de farinha (substituí metade da farinha normal pela farinha integral)
1 c chá de canela
1 c chá de fermento em pó
1 c chá de bicarbonato de soda
1 c chá de sal
1 x de óleo de canola (coloquei 3/4 x)
1 x + 2 c sopa de açúcar (coloquei apenas 3/4 x de açúcar mascavo)
3 ovos
1/4 x de melado
1/2 c chá de essência de baunilha
1 x de cenoura ralada no ralador grosso
1 x de passas
3/4 x de nozes picadas

Preaqueça o forno à 200C.
Misture a farinha, o fermento, o bicarbonato e o sal e uma tigela.
Em outro recipiente, coloque os ovos, a baunilha, o óleo, o açúcar e o melado, misture tudo muito bem com um mixer ou com uma batedeira (não usei). Adicione a cenoura e mexa. Adicione as passas e as nozes. Coloque os ingredientes secos e misture bem. Coloque a massa em duas formas de bolo inglês (20cm) untadas. Asse por cerca de 60 min ou até que inserindo um palito, ele saía limpo.

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This is one of those recipes which is supposed to be a version of a famous recipe from some famous restaurant or eating place in the EUA. This cake is supposed to be from Mimi's Café, i don't know the place, but i liked it.

Carrot cake with nuts and raisins

1 1/2 cups all-purpose flour (I substituted half the flour with whole wheat flour)
1 teaspoon cinnamon
1 teaspoon baking powder
1 teaspoon baking soda
1 teaspoon salt
1 cup vegetable oil (I used only 3/4 c)
1 cup plus 2 tablespoons granulated sugar (I used 3/4 c dark brown sugar)
3 eggs
1/4 cup molasses
1/2 teaspoon vanilla extract
1 cup shredded carrot
1 cup raisins
3/4 cup chopped walnuts

Preheat oven to 350 degrees.
Combine flour, cinnamon, baking powder, baking soda, and salt in a large mixingo bowl. In another bowl, combine oil, sugar, eggs, molasses, and vanilla with an electric mixer. Add shredded carrot and mix. Add raisins and walnuts and mix well by hand.
Pour flour mixture into the other ingredients and stir until combined.
Pour batter into two ungreased 8-inch loaf pans (i used muffin tins because it would be easier to freeze). Bake for 60 min, or until done.