29.6.08

Biscoitos digestivos

Há algum tempo a Ana pediu uma ajuda para traduzir algumas receitas de Digestive Biscuits de um blog francês, ela testou uma delas, mas não gostou do resultado. Recentemente, a Andrea, uma leitora que sempre me passa os links de blogs que acha interessantes, passou o endereço do Chez Omelette, um blog muito bem feito e divertido de uma francesa, a maioria das receitas segue a linha "bio", saudável e integral, como parece ser uma tendência muito forte nos países europeus. Passeando pelos arquivos, encontrei uma receita dos biscoitos e resolvi testá-la. A confecção foi bem fácil e rendeu 13 biscoitos crocantes. Eu nunca provei os digestive biscuits originais, portanto, não posso dizer se os que fiz ficaram parecidos. Achei o gosto de farinha pronunciado, mas não tenho reclamações, O. mordeu um e detestou. Que dizer? Cada um com seu gosto.
Acho que vou usar a receita como massa integral para tortas doces também.


Digestive biscuits

 
3/4 x de farinha de trigo integral
1/4 x de farinha
1/2 c chá de fermento em pó
1 c sopa de aveia em flocos finos (ou ligeiramente triturada no processador)
4 c sopa de manteiga
4 c sopa de açúcar demerara
4 c sopa de leite

Preaqueça o forno à 190C. Unte as formas de biscoitos (eu geralmente só cubro a forma com uma folha de papel manteiga ou alumínio).
Peneire a farinha e o fermento. Adicione a aveia.
Bata a manteiga com o açúcar e junte os ingredientes secos. Adicione o leite até que a mistura se transforme em uma massa densa. Amasse até que fique boa para trabalhar. Abra a massa e corte os biscoitos. (Como não tenho espaço nenhum para fazer isso, enrolei a massa em um tipo de "salsicha", cortei fatias e amassei cada uma delas com as mãos, não ficou perfeito, mas funcionou).
Coloque na forma e pique com um garfo.
Asse por 15-18 min, ou até que dourem. Deixe esfriar e conserve em recipientes bem fechados.

23.6.08

Mais Turguenev

Li mais duas histórias escritas por Ivan Turguenev, dois romances que mais parecem contos, pois Turguenev é bem econômico se comparado com alguns de seus conterrâneos como Dostoievski e Tolstoy, mas claro que isso não serve de critério para avaliar a qualidade de uma obra.

Li
Diário de um homem supérfluo e Primeiro amor. O primeiro é um tipo de diário escrito por um homem em seu leito de morte. Ele conta sua paixão não correspondida por uma garota e as situações patéticas na qual se coloca devido ao seu ciúme. Na segunta obra, o autor narra um episódio real de sua juventude de forma romanceada. É a história de um garoto de dezesseis anos que se apaixona por uma garota cinco anos mais velha que, posteriormente, ele descobre ser a amante de seu pai.


Por alguma razão, as duas hitórias, respeitadas as devidas proporções, lembraram-me de dois romances curtos de Dostoievski que li no começo do ano. O
Diário lembrou-me de Subsolo, a história de um homem que também não possui nenhum tato nas relações sociais e age por impulso, o que o coloca em situações no mínimo constrangedoras; Primeiro amor, por sua vez, lembrou-me de Noites Insones, uma história muito bonita também de um amor não correspondido, ambos os romances têm um sabor agridoce.

Do
Diário de um homem supérfluo:

"Meu Deus! É possível que vinte anos tenham se passado? Alguém diria que está tão longe o tempo em que , montado sobre meu alazão de pêlos longos, eu percorria a velha cerca de nosso jardim onde, em pé sobre os estribos, colhia as flores bicolores dos álamos? No instante em que vive, o homem não possui o sentimento de sua própria vida, como o som, ela só se torna perceptível depois de um certo intervalo de tempo."


20.6.08

Frango circassiano

 
Receita do Chili und Ciabatta, muito gostoso, uma combinação de frango com um molho cremoso de nozes que me surpreendeu. Não usei as medidas exatas, tinha menos frango e foi no "olhômetro" mesmo. Talvez por isso o molho não tenha ficado tão avermelhado quanto na receita original.

"Circassiano" refere-se aos habitantes do Cáucaso e que, segundo a Petra, hoje habitam a Turquia.




Frango Circassiano

 
500 g peito de frango sem pele e sem ossos
400ml caldo de frango

2 c sopa de azeite
2 c chá de páprica doce

2 c sopa de salsinha picada
metades de nozes para decorar

Molho de nozes:
 

2 fatias de pão amanhecido sem casca
2 c sopa de manteiga clarificada (usei manteiga normal)
1/2 cebola picada
2 dentes de alho amassados

1 1/2 c sopa de paprica doce

1 c chá de páprica picante (não tinha, usei uma pitada de pimenta de caiena)
200 g de nozes picadas


Cozinhar o peito de frango com o caldo em uma panela tampada, abaixar a temperatura e deixar cozinhar até que esteja cozido (não cozinhe demais ou a carne perderá sabor). Retirar a carne da panela e deixe esfriar. Reserve o caldo de cozimento.


Amoleça as fatias de pão em um pouco do caldo, esprema e esmigalhe.


Aqueça a manteiga e refogue a cebola até que fique macia, mas não dourada. Adicione o alho e as duas pápricas. Retire do fogo e reserve.


Bata as nozes no processador de alimentos até que fiquem bem moídas. Adicione 250ml do caldo de cozimento, a mistura de cebola e páprica e o pão e bata até que o molho fique homogêneo. Tempere com sal caso necessário (se o caldo usado não contiver sal). Se o molho ficar muito espesso, adicione mais.


Corte o frango cozido em fatias finas e misture a carne com o molho preparado. Coloque sobre um prato. Para finalizar, aqueça o azeite em uma pequena panela com a páprica doce, derrame esse óleo sobre o frango. Polvilhe com a salsinha e sirva com pão tipo pita.

Nota da Petra: o molho é excessivo para 500 g de frango e insuficiente para 1 kg, mas se ele sobrar, pode ser servido com um dip para legumes ou pão. (Aliás, delicioso!)

 

8.6.08

Pais e filhos - Ivan Turguenev

A primeira vez que ouvi falar do livro Pais e filhos de Turguenev foi no primeiro ou segundo ano da faculdade da boca de um colega de turma que gostava dos existencialistas alemães. Lembro que ele me disse que aquele era o primeiro romance no qual a palavra "nihilismo" era mencionada. Os anos se passaram e só voltei a pensar em Turguenev depois de ler The Moveable Feast, do Hemingway. Fiquei curiosa. Lembrei daquele colega de faculdade e li a tradução francesa do romance que encontrei em casa.

Como os russos escrevem bem, não é mesmo? Eles sabem descrever as relações humanas com muita perspicácia. O livro é sobre a amizade de dois jovens amigos, Bazarov e Arcade. O primeiro diz ser um nihilista, alguém que não acredita em valores e não respeita qualquer autoridade, Arcade o admira e pretende ser seu discípulo, mas ele é muito diferente de Bazarov e não consegue reprimir sua natureza sensível. Uma ruptura com o seu "mentor" é inevitável.

O conflito se estabelece quando Arcade retorna à propriedade de sua família após terminar seus estudos e reecontra seu pai. As novas "idéias" do filho decepcionam-no, além disso, influenciado por Bazarov, Arcade dá a entender que a geração paterna está ultrapassada. A relação de Arcade e Bazarov com seus pais é retratada de forma tocante. Os genitores amam seus rebentos apesar de não os compreenderem e os dois jovens, por sua vez, não deixam de sentir afeição por seus pais apesar de chamarem-nos de "românticos".

No final do século XIX, o livro provocou diversas controvérsias e Turguenev foi criticado devido às idéias de Bazarov, hoje, quem liga? Em nossa sociedade, quem se importa se alguém disser que não acredita em nada? Que todas as formas de ideal são vazias?



4.6.08

Bolo de iogurte

Este é o meu primeiro bolo de iogurte.

Quem me deu a receita foi uma leitora que mora na Bolívia e sempre me dá dicas de blogs interessantes e outras coisitas, a Andrea. Ela aprendeu a receita com a sua professora de francês. Além da receita, ela também me passou a dica de untar a forma com manteiga e açúcar ao invés de farinha, pois, segundo a sua professora, o açúcar queima menos do que a farinha e dá para desenformar os bolos da mesma forma. Eu testei usando açúcar demerara que é um pouco mais grosso do que o açúcar refinado (que nunca uso) e deu certo, tive até a impressão de que a "casquinha" do bolo ficou mais crocante.


A receita é muito simples e fácil de preparar. Rende um bolinho leve e gostoso para ser degustado com café ou chá. Você pode usar iogurte natural ou um iogurte com sabor para dar um gostinho diferente à massa, como coloquei raspas de limão, preferi o natural.

Obrigada, Andrea! E agradeça à sua professora também! ;)







Bolo de iogurte

 
3 ovos
175g de açúcar
4 c sopa (rasas) de óleo (ou 3 cheias)
1 potinho de iogurte de 140g (natural ou com sabor, segundo a Andrea, também fica muito bom)
200g de farinha
1 c sopa de fermento
raspas de laranja (ou limão) opcional

Bater os ovos e o açúcar na batedeira até formar um creme, adicionar o óleo em fio, depois a farinha, o iogurte e o fermento ao final. Colocar em uma forma untada com manteiga e açúcar e levar ao forno para assar.
Espere dourar e faça o teste do palito para verificar seu cozimeto.