27.7.09

Bolo de banana da Elise

É, outro.
Eu sempre compro bananas e mesmo assando, empanando e comendo várias todos os dias, não consigo dar cabo de todas antes que elas amadureçam demais, então preciso encontrar outras soluções. A receita desta vez é da Elise do Simply Recipes. O bolo ficou muito gostoso, denso e úmido do jeito que gosto. Piquei um restinho de chocolate que estava no armário e adicionei à massa.

Bolo de banana da Elise

3-4 bananas maduras amassadas
1/3 x de manteiga derretida
1 x de açúcar (usei demerara, coloquei pouco mais de meia xícara e achei que ficou doce na medida certa)
1 ovo batido
1 c chá de essência de baunilha (troquei por um pouco de canela em pó)
1 c chá de bicarbonato de sódio
1 pitada de sal
1 1/2 x de farinha

Preaqueça o forno à 175C. Misture a banana amassada com a manteiga. Adicione o açúcar, o ovo e a baunilha. Polvilhe o bicarbonato de sódio e o sal, misture. Adicione a farinha e mexa. Despeje a massa em uma forma de bolo inglês untada e asse por cerca de 1h ou até dourar.


17.7.09

Bolo de maçã com amêndoas, aveia e passas

Vi a receita no La cucinetta, como tinha todos os ingredientes, decidi prepará-lo. Nada melhor do que um bolo de maçã para um lanche no meio da tarde...

Bolo de maçã com amêndoas, aveia e passas

1 x de leite integral
1 ovo
8 c sopa de manteiga
1 c chá de essência de baunilha
1/2 c chá de essência de amêndoas
1 3/4 x de farinha
1/2 x de açúcar cristal orgânico
1 c sopa de fermento em pó
1/2 c chá de bicarbonato de sódio
1/2 c chá de canela em pó
1/4 c chá de sal
1/4 x de açúcar mascavo
3/4 x de aveia em flocos
1 maçã com casca cortada em cubinhos (eu usei duas maçãs pequenas)
1/2 x de amêndoas picadas
1/3 x de passas

Preaqueça o forno à 200C. Unte e enfarinhe uma forma ou assadeira de 20cm.
Derrata a manteiga e deixe esfriar. Misture a manteiga como o leite, o ovo, as essências.
Em outra tigela, junte a farinha, o fermento, o bicarbonato, a canela, o açúcar cristal e o sal. Misture e adicione o açúcar mascavo e, em seguida, a aveia.
Junte a mistura líquida à seca. Adicione a maçã, as amêndoas e as passas. Misture pouco.
Deite a massa na assadeira e asse por cerca de 30-35 min ou até que fique dourado e um palito inserido no meio da massa saia limpo.

14.7.09

Lombo assado no leite

"Roubei" a receita do blog Da cachaça pro vinho e ela virou meu curinga, faço no final de semana, fatio, congelo e deixo guardado para aqueles momentos em que a inspiração acaba e o tempo é escasso. A carne fica muito saborosa e macia.

Lombo de porco assado no leite

Eu tempero o lombo com sal, suco de limão, pimenta do reino, alho e alecrim, mas isso depende do gosto de cada um, outras ervas podem ser adicionadas. Selo de todos os lados em uma panela antiaderente e coloco em um refratário fundo forrado com cebolas fatiadas (umas duas grandes). Coloco leite quente até atingir a metade do lombo e deixo assando por duas horas, viro e deixo assar por mais meia hora. Na receita original o molho vai para uma panela e é cozido para reduzir, no meu caso, como faço tudo mais ou menos a olho, nunca sobra tanto caldo assim...


10.7.09

Cake de legumes grelhados

Receita da revista Cuisine et vins de France. Adoro cakes salgados e este aqui pode ser servido como acompanhamento, entrada ou lanche. Ficou muito bom. Uma boa forma de dar fim aos restos de caponata ou ratatouille.


Cake de legumes grelhados

2 abobrinhas pequenas
1 pimentão (vermelho, verde ou amarelo)
1 berinjela média
180g de farinha
3 ovos
100ml de leite
100g de parmesão ralado (ou outro queijo de sua preferência)
1 c sopa de fermento em pó
200ml de azeite (usei metade)
1 ramo de tomilho fresco (usei seco)
sal e pimenta

Preaqueça o forno à 180C. Corte os legumes em tiras de cerca de 5cm no sentido do comprimento. Disponha-os em uma assadeira, coloque 100ml de azeite, polvilhe com o tomilho, tempere com sal e pimenta e misture tudo muito bem. Asse por 30 min.
Forre uma forma com papel manteiga (ou unte como de costume). Bata os ovos com o resto do azeite, o leite, a farinha, o fermento e o parmesão. Adicione os legumes grelhados, salgue caso ache necessário e coloque a mistura na forma preparada. Asse por cerca de 45-50min.




15.6.09

Torta de limão

Olá a todos! Como já virou um hábito, peço desculpas outra vez por não estar atualizando o blog com muita frequência e por não fazer/responder (aos) comentários, mas o tempo é curto e é preciso fazer escolhas, infelizmente, o blog é o primeiro a dançar... Espero que compreendam e saibam que sempre leio os comentários que vocês fazem aqui e que eles sempre me alegram, se houver perguntas específicas, procuro sempre responder.

Fiz a receita da torta publicada pela Akemi, uma delícia, o creme é realmente muito leve e gostoso, fiquei imaginando como ficaria substituindo o suco de limão pelo de maracujá, acho que dá samba....


Torta de limão

Massa:

*xicara medidora de 240ml

1 xícara de farinha de trigo
1 colher (sopa) de fermento em pó
1 colher (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) de manteiga ou margarina
1 ovo grande

Misture todos os ingredientes e depois amasse até ficar uma massa lisa e homogênea. Espalhe a massa com as maos no fundo e nas laterais de uma forma de torta de fundo falso. (A minha não era, por isso não deu para desenformar)

Leve para assar em forno brando (160oC) preaquecido por 15 a 20 minutos ou até que fique levemente corado.

Deixe esfriar e cubra com o creme. Leve para a geladeira até que fique firme. Fica melhor de um dia para o outro.

Creme:
1 lata de leite condensado
1 lata de creme de leite com soro
1/2 lata de suco de limão
raspas de limão para decorar

No copo do liquidificador, coloque o leite condensado e o creme de leite. Bata por alguns instantes e vá adicionando o suco de limao aos poucos ate engrossar. Depois é so empregar.

3.6.09

Doce de mamão

Sabem aqueles mamões que vão amadurecendo mas não ficam macios de jeito nenhum? (Aliás, alguém sabe por que isso acontece e se há como evitar?). Pois é, usei um desses para fazer este doce. A receita é para mamão verde e foi retirada o blog da saudosa Prizokita.

Doce de mamão

Descascar um mamão formosa médio. Cortar em cubos, lavá-lo bem e deixar de molho em uma vasilha com água e uma colher de sopa cheia de bicarbonato de sódio ou fermento em pó. Deixar por 3 horas. Depois desse tempo, lavar bem e colocar em uma panela com água até cobrir os pedaços de mamõ com 1/2 kg de açúcar e alguns cravos (coloquei um pau de canela). Deixar fervendo até a água diminuir de volume, formando uma calda, mais ou menos 2 horas. Não precisa ficar mexendo. Colocar em um vidro e levar a geladeira.

7.5.09

Adobo de frango

Adobo é um prato das Filipinas e, segundo li na revista Saveur de onde tirei esta receita, o nome vem do espanhol "adobar" que significa "marinar", mas fora o fato da carne ser cozida com muito vinagre, ele não tem muito em comum com o que conhecemos como "marinada". Uma das características do prato é o fato da carne (pode ser frango, peixe, porco) ou mesmo legumes (quiabo ou berinjela) serem cozidos lentamente em uma mistura de vinagre, louro, alho e às vezes leite de coco e até shoyu (para dar mais cor) e dourados apenas no fim do cozimento. A receita da revista é bem simples e foi passada pela anfitriã da pessoa que escreveu a reportagem sobre a culinária nas Filipinas. A carne fica muito macia, temi que ela ficasse ácida devido a quantidade de vinagre, mas isso não acontece, ela ficou muito saborosa (embora a cozinha tenha ficado com um cheiro bem forte, é bom fechar a porta...). O fundo da panela fica uma redução do caldo de cozimento que pode ser aproveitado para refogar um arroz já pronto, fica muito gostoso.
A Migas também tem uma receita de adobo que foi bastante elogiada.


Adobo de frango

4 sobrecoxas de frango (foi o que usei)
4 coxas de frango
sal
14 dentes de alho picado
1 2/3 x de vinagre de vinho branco (ou maçã, um vinagre mais suave)
2 c chá de grãos de pimenta do reino (não usei pois a carne tinha sido temperada com sal e pimenta no dia anterior)
10 folhas de louro

Tempere o frango com com sal e coloque os pedaços em uma panela antiaderente com o alho, vinagre, pimenta e louro. (A receita diz que você pode cortar os pedados ao meio, mas uma faca de açougueiro não está entre os itens da minha cozinha). Coloque no fogo, espere ferver e abaixe a temperatura. Cozinhe mexendo de vez em quando até que o líquido tenha quase evaporado, cerca de 40 min. (Eu mantive a panela tampada). Aumente a temperatura e espere todos os pedaços dourarem virando-os sempre.


30.4.09

Pão de aveia

Gostei muito desta receita de pão de aveia do Allrecipes. Entretanto, fiz algumas modificações, ao invés de 3 x de farinha normal, substituí uma delas por farinha integral e também adicionei sementes de girassol à massa. Amassei na máquina e assei em uma forma de bolo inglês. Rendeu um pão grande e muito saboroso.


Pão de aveia

1 1/4 x de água morna
2 c sopa de manteiga
1 c chá de sal
2 x de farinha
1 x de farinha integral
1/2 x de aveia
2 c sopa de açúcar mascavo
1 1/2 fermento biológio instantâneo seco

Coloque todos os ingredientes na forma da máquina de pão na ordem indicada pela fabricante e escolha a função desejada.

14.4.09

Manjar branco

Eu sei que ando sumida, mas preciso de tempo para colocar o barco em movimento... Mas continuo por aqui e procurarei publicar algo no blog quando tiver um tempo livre, como esta receita de manjar branco que vi no Paprika na feijoada. Fiz algumas reduções de quantidades porque as latas de creme de leite, leite condensado e leite de coco vendidas nos mercados daqui parecem ter medidas diferentes daquelas usadas pela Odete.

Manjar branco

1 lata (440g) de leite condensado (usei uma lata de leite moça, a quantidade é menor)
1/2 litro de leite integral
1/2 litro de creme de leite fresco (também usei uma lata, cuja quantidade é menor, completei com leite)
250ml de leite de coco
5 col. (sopa-bem cheias) de amido de milho
1 xic. de coco ralado, fino ou grosso (uso seco, integral, sem adição de açúcar)

Preparo:

Primeiro misture o coco seco com o leite de coco e deixe hidratando por uns 20 minutos.
Depois junte todos os ingredientes numa panela de fundo grosso, misture bem e leve ao fogo brando sem parar de mexer com um batedor de arame (whisk) até estar cozido e cremoso. (Ter o cuidado de cozinhar bem para evitar que fique com gosto de amido cru). Despejar o creme numa forma, previamente untada bem levemente com óleo de canola (ou outro óleo neutro em cheiro de sabor) e passada ligeiramente por agua fria. (isso ajuda a desenformar o doce sem quebrá-lo).
Cubra com filme plástico tocando toda a superfície do creme - isso evita formação de película mais dura.
Leve a geladeira por no mínimo 4 horas, ou overnight.
Para desenformar ou transferir ao prato de servir, passe uma faca fina pelas bordas da forma antes de virar o manjar sobre o prato.

Sirva com ameixas em calda. (Fiz metade da receita e usei ameixas inteiras, mas achei que levou mais tempo para a calda encorpar).

Ameixas em calda:

400g de ameixas secas sem caroços
1/2 litro de agua filtrada
1/2 xic. de açúcar cristal grosso
1 pau de canela

Coloque as ameixas na água até estarem hidratadas. Junte o açúcar e pau de canela e leve a ferver por 10 minutos. Deixe esfriar para servir, ou sirva quente sobre o doce frio.

18.2.09

Praia, comida, passeios

(vista da praia de Juquehy do restaurante Chápeu de sol)

O. e eu não somos muito fãs de praia e sol, quer dizer, não gostamos de ter muita intimidade com eles, ver as ondas quebrarem na praia, sentir o cheiro de mar, isso tudo é muito lindo, mas achamos que passar o dia na areia tomando sol é o fim da picada. Quando vamos ao litoral, nosso negócio é fazer pequenas excursões pelas redondezas com o mar como pano de fundo. E quando vamos a praia, nós nos besuntamos com um filtro fator 50 e passamos no máximo uma hora na areia, sempre pela manhã (um eventual banho na água salgada não está descartado ). O. detesta sol e calor, por isso, ele prefere ficar sentado curtindo a paisagem na sombra, como gosto de caminhar, costumo fazer caminhadas ao longo da praia e volto para baixo do guarda-sol em seguida. Isso é tudo.

Durante nossa estadia em Barra do Una, fomos apenas duas vezes à praia depois do café da manhã. Saíamos para comer no almoço e no jantar, pois o hotel não servia refeições. Tinha feito uma pequena lista dos restaurantes das imediações, mas acabemos almoçando apenas em dois deles, uma vez na praia vizinha, em Juquehy, no restaurante Chápeu de sol que fica de frente para o mar e tem uma vista ótima (av. Mãe Bernarda, 2001) e outra no Restaurante Antigas, na praia de Camburi (vi a recomendação no Chá com arroz). No Chápeu de sol, O. foi de risotto com camarões e calda de laranja (ou será que era maracujá?) e eu pedi uma robata de lulas e uma salada verde com bruschetta de brie. A robata estava ok, a salada também, mas as bruschettas pareciam feitas com broas de milhos (um pão mole e amarelo) e não com um pão italiano crocante, como tinha imaginado. O., que esperava comer muitos camarões, ficou um pouco decepcionado com os cinco exemplares ao redor do risotto (este estava bem feito).

No Antigas, pedimos uma casquinha de siri, pescada grelhada com molho de tomates e camarões e abadejo grelhado com molho de tomates com lulas. Os peixes estavam bons, eram servidos com arroz branco, mas deixamos a casquinha de lado, pois ela estava com um sabor esquisito, meio azeda, o garçom perguntou se algo estava errado e dissemos o que tínhamos achado, ele a retirou e depois disse que realmente havia um "azedinho" no final e explicou que aquele era um lote novo ou final de uma antigo, não entendi direito, mas que a casquinha não seria cobrada.

À noite, preferimos comer em Barra do Una mesmo, no domingo, jantamos no restaurante Giselle que fica na beira do rio (av. Magno Passo Bittencourt, 367), o ambiente é bem informal com mesinhas ao ar livre. Pedimos camarões grelhados acompanhados de arroz à grega e batata frita.

Como o Giselle parece abrir apenas entre quinta e domingo, nos demais dias, jantamos no restaurante do Hotel Canoa, também em Barra do Una, os pratos à base de peixe grelhado acompanhados de arroz à grega e batata são o forte da casa. Comida caseira muito boa. O pessoal do hotel também é muito simpático, tinha pensado naquele hotel como alternativa de hospedagem, mas O. desistiu porque não havia cofres nos quartos. Só não gostei muito do prato de peixe grelhado com molho de tomates e camarões porque o molho de tomate não era fresco, devia ser enlatado.

Um restaurante que não estava na lista e no qual paramos porque seguimos a avenida do lado contrário em busca de outro restaurante foi o Sapore di mare, também em Juquehy, ele fica na mesma avenida do Chapéu de sol, à beira-mar, lá, pedi um robalo grelhado com risoto de figos frescos e o O. foi de abadejo com crosta de amêndoas e purê de mandioquinha e um molho de frutas, os dois pratos estavam muito bons.

O que nos deixou realmente surpresos com os restaurantes no litoral norte foram os preços, achamos tudo tão caro comparado com o interior! Talvez eles regulem com o que é cobrado na cidade de SP e os paulistanos não estranhem tanto, mas nós achamos quase tudo mais caro do que em nossa região.

Também passamos por alguns outros hotéis em outras praias para termos mais opções de hospedagem no futuro. O primeiro no qual passamos foi o Ilha de Toque Toque, ele fica razoavelmente afastado e mais próximo da cidade de São Sebastião, em um ponto isolado da rodovia Rio-Santos. Os quartos ficam em chalés em um terreno em declive com vista para o mar (alguns com mais mar do que outros), mas não há acesso para a praia, é preciso ir de carro ou caminhar por uma trilha até a praia de Toque Toque Grande onde o hotel tem um apoio de praia. A idéia era almoçar no restaurante do hotel para ter uma idéia de como era a comida, mas, quando chegamos, fomos informados de que a pessoa que cozinhava tinha torcido o pulso. Uma pena, lugar é agradável. Vimos dois quartos, mas aquele em que estava interessada e que tem uma vista linda estava ocupado e não pude dar uma olhada.

Também passamos pelo Villa Bebek, segundo os guias, o hotel mais charmoso da região. E ele realmente é diferente. O lugar todo é um misto de loja de produtos indianos (inclusive com cheiro de incenso em todos os lugares) e foto de revista de decoração. Achei os bangalôs de muito bom gosto, mas O. achou que há um excesso de frufrus e cortinas de contas coloridas. Enfim, acho que seria um lugar ótimo para ir com uma amiga ao invés do marido ou namorado, pois uma mulher entenderia as exclamações de "Que fofo!" da outra. O jardim é muito bem cuidado e há um living com sofás confortáveis cheio de revistas para leitura. O restaurante é pequeno e os preços são altos. Uma refeição com entrada e prato principal à base de peixe para o casal não sai por menos de R$150,00, acho que talvez valha a pena escolher a opção de diária com jantar incluído se você não quiser sair para comer fora à noite. Provamos um tartare de salmão por lá, muito bom.

Por fim, passamos pelo Juquehy Hotel do qual a Estalagem do Pier, onde estávamos hospedados, é filial. Ele tem boa estrutura e fica bem na frente da praia. Também era o único lugar onde havia ar condicionado na recepção e o O. quase não quis sair mais de lá. Fazia tanto calor! Ausência de ar condicionado em restaurantes e recepções de hotéis é uma constante. Sentimos falta...

14.2.09

Estalagem do pier - Barra do una

Acho que depois de mais de três anos de blog, perdi um pouco do tesão que sentia para escrever aqui, com exceção da leitura, não sou uma pessoa muito fiel em matéria de passatempos e atividades, antigamente ficava pensando no que devia cozinhar para poder blogar e tirava fotos de tudo, mas a febre passou, voltei a cozinhar só para comer e ponto. Blogar foi uma terapia, serviu de válvula de escape para minhas frustrações pessoais e, por meio do "Kafka", tive a chance de conhecer muita gente interessante.

Enfim, escrevi isso apenas para justificar minha ausência, não para dizer que vou deixar o blog. Voltarei sempre que fizer algo digno de ser publicado, como no caso deste post. Passei alguns dias em em Barra do Una em São Sebastião, no litoral norte de SP. Fazia praticamente uma década que não ia para lá. Apesar das últimas semanas chuvosas, tivemos manhãs de sol para passear e ir até a praia, chovia apenas na parte da tarde. E, com exceção do dia em que fomos embora, fez calor, muito calor!

Escolhi o hotel e a praia pela internet, não conhecia nenhum dos dois, (aliás, nunca tinha ido para essas bandas do litoral), apenas li que Barra do Una era um lugar tranquilo e o hotel escolhido, a Estalagem do Pier, me atraiu pelo fato de estar à beira do rio Una, ficar em um lugar tranquilo e oferecer caiaques e bicicletas para os hóspedes.

O hotel é pequeno, a entrada é voltada para a rua e os fundos dão para o rio. Ficamos em um quarto chamado de "especial" (há apenas dois), com o diferencial de uma cama maior e de um ar condicionado do tipo "split" que acho mais silencioso, mas não sei se foi a melhor escolha, pois ao contrário dos quartos normais, a janela do banheiro não tinha tela para evitar a entrada de mosquitos e como esqueci de colocar o raid elétrico providenciado pelo hotel antes de ir jantar, quando voltei havia dezenas de pernilongos lá dentro, passei um tempão caçando um por um para poder dormir. Sorte que levei repelentes e inseticida. Outra coisa de que não gostei no quarto foi o fato da cama ficar praticamente colada no corredor, se alguém passasse ao lado iria ouvir o que estava ocorrendo do lado de dentro e vice-versa (não recomendado para casais afoitos em lua-de-mel), já os demais quartos têm uma disposição diferente e a cama fica no fundo, separada da saleta. Na foto ilustrativa do site o quarto também aparece com uma varanda que dá para um jardim, mas o jardim não existe, a varanda dá para um muro, não sei se ele existiu em algum momento. Também pedi para que retirassem um tapete feito com algum tipo de fibra que ficava na frente da televisão, ele exalava um odor desagradável e o ambiente ficou muito melhor sem ele.

Apesar desses detalhes, o pessoal do hotel é atencioso e era legal poder pegar uma bicicleta para dar uma volta pelo bairro ( algo que você faz em alguns minutos, pois ele é minúsculo). A praia fica um pouco afastada, mas pode ser facilmente alcançada a pé, o hotel também oferece um serviço de leva-e-traz em um tipo de barquinho muito divertido. Um rapaz nos deixava na praia com guarda-sol e cadeiras e, na hora combinada, vinha nos buscar. O café da manhã é servido em um pequeno restaurante cercado de árvores, o local é bem agradável, infelizmente o hotel serve apenas "petiscos" e é preciso procurar lugares para jantar e almoçar. (Escreverei um post sobre nossas experiências e sobre alguns hotéis que visitamos para possíveis viagens futuras).

A praia era gostosa, como fomos durante a semana, ela estava praticamente deserta pela manhã. Descemos a Mogi-Bertioga no domingo e havia pouco tráfego, entretanto, a outra mão estava muito congestionada, havia muita gente voltando, vimos a fila começar na serra e ir até a rodovia nas imediações da divisa de Bertioga - São Sebastião.

Nossa volta também foi calma, não havia ninguém subindo, mas pegamos chuva até em casa, o que tornou a viagem de volta meio tensa, pois não conhecíamos muito bem o trajeto que o GPS programou, felizmente, chegamos sãos e salvos. Essa foi uma boa oportunidade para testar o GPS, ele funcionou muito bem nas vias expressas, gostamos das opções de trajeto que ele escolheu, mas, na ida, ele se perdeu na serra e nunca mais se achou. Sorte que dava para ver o mapa e podia me localicar mesmo sem receber as instruções. Acho que preciso programá-lo para evitar cidades, pois ele nos fazia passar por dentro de Mogi das Cruzes ao invés de seguir pela avenida que passa por fora.

O hotel

Detalhe do jardim

Detalhe do jardim

O pier de onde sai o barquinho que leva até a praia

Do barquinho no rio Una


Pontezinha de madeira sobre o rio

A pontezinha mais de perto

A pequena igreja do bairro

1.2.09

Bolo úmido de laranja


Este bolo é da revista francesa Régal, uma delícia, a massa fica mesmo muito úmida.



Bolo úmido de laranja

4 laranjas
175 g de manteiga à temperatura ambiente (usei 125g)
300 g de açúcar (175g + 125g)
175g de farinha
3 ovos
1 pitada de sal
1/2 c sopa de fermento

Bata a manteiga com 175g de açúcar até obter um creme. Adicione os ovos um a um, depois a farinha, o sal, o fermento e o suco de uma laranja.
Coloque a massa em uma forma untada pequena (a minha forma tinha 22 c de diâmetro) e asse à 180C até que o bolo doure.

Leve o suco das três laranjas restantes e 125g de açúcar ao fogo e aqueça misturando até que o açúcar dissolva. Derrame a calda quente sobre o bolo quente, a massa irá absorver o líquido. Corte em quadrados e sirva depois que esfriar. (Dica fica muito bom com sorvete de creme).


8.1.09

Cidade X

relativity 
(Obra: Relatividade de Maurits Escher)

Era sempre uma experiência estranha ir para a cidade X com meu pai. Não me lembro se ele pedia que eu o acompanhasse ou se eu me oferecia para ir junto no dia anterior à partida. Sei que de repente me via dentro de um ônibus e logo estava no meio de uma grande cidade. Várias pernas indo de um lado para o outro passavam na altura de meus olhos. E tudo era cinza e o ar tinha um cheiro estranho, um misto de urina e mofo. Caminhávamos pelas ruas da cidade durante o que me pareciam longas horas, meu pai segurava uma de minhas mãos e eu corria para acompanhar seus passos, corria ainda mais para atravessar as ruas antes que os semáforos mudassem de cor. Depois subíamos e descíamos várias escadarias de prédios antigos. Elas eram escuras, os degraus sujos e meio gastos pelo tempo. Entrávamos e saíamos de salas onde meu pai conversava com alguém atrás de uma escrivaninha coberta de papéis, as janelas fechadas deixavam o ambiente abafado, sem ter o que fazer, eu olhava para o céu e observava as nuvens escuras movendo-se lentamente atrás dos vidros.

Nunca soube o que meu pai ia fazer ali, tinha apenas a impressão vaga de que era algo relacionado com as suas longas ausências a trabalho. Não gostava da cidade X, entretanto, não consigo esquecê-la, ela ficou enraizada em algum lugar de minha memória e, sem que me dê conta, de repente me vejo outra vez em uma de suas ruas, em uma de suas escadarias.