Nossos cinco dias em Montevideo: chuva, vento, vento, chuva, frio, chuva, vento, vento, frio, frio, vento...
Chegamos com um fenômeno meteorológico conhecido pelos locais como "tempestade Santa Rosa". Santa Rosa é uma santa limenha e sua data comemorativa é dia 30 de agosto. A tal da tempestade tem esse nome porque ocorre alguns dias antes ou depois dessa data, após um veranico que indica a mudança de estação. Estatisticamente, ela não ocorre sempre, mas acho que tivemos azar. Os três primeiros dias foram muito frios, chuvosos e ventosos. A temperatura não ultrapassou os 9 C e o vento dava uma sensação térmica bem menor.
Ficamos perto do Sofitel Carrasco, ventava horrores quando tirei a primeira foto e apenas eu e alguns corredores corajosos estávamos sobre a rambla.
Ficamos perto do Sofitel Carrasco, ventava horrores quando tirei a primeira foto e apenas eu e alguns corredores corajosos estávamos sobre a rambla.
Tinha marcado alguns tours por algumas vinícolas um mês antes de viajar e acabamos saindo com frio e tudo. Foi bacana.
Passamos primeiro pela H. Stagnari. Ela fica em um lugar bonito. Achei os vinhos comerciais, sem nada muito distintivo.
Passamos primeiro pela H. Stagnari. Ela fica em um lugar bonito. Achei os vinhos comerciais, sem nada muito distintivo.
Depois fomos à Pizzorno e, aí sim, achei os vinhos realmente interessantes. Especialmente o tannat reserva e o Primo. O enólogo que nos acompanhou, Marcelo, era bastante informativo e simpático, ele abriu um espumante e até nos serviu um vinho de sobremesa. Foi uma conversa boa acompanhada de bons vinhos.
No segundo dia, fomos à vinícola Chiappela, uma propriedade familiar. O tour incluía uma aulinha de poda de videiras, mas passamos, estava frio demais. Entramos no grande galpão e nos sentamos em uma área de degustação improvisada em um canto. Quem nos acompanhou foi o Gabriel, um dos enólogos e colega de turma do curso de enologia de uma das proprietárias. São vinhos feitos por uma geração jovem e têm bastante personalidade. Eles talvez ainda precisem de um pouco mais de equilíbrio, mas têm um futuro promissor. O Unum, um assemblage, é muito bom e diferentão. Rimos muito com o Gabriel e foi uma visita divertida.
Queria ter visitado mais vinícolas, achei a experiência melhor e menos comercial do que aquela em Bento Gonçalves. Os vinhos também me surpreenderam e os preços são muito mais palatáveis do que os nacionais.
Achei curioso o fato de muitas vinícolas misturarem tintos com brancos, geralmente, para tornar o vinho mais aromático.
Depois de sairmos da Chiappela, pedimos para nosso guia nos deixar no Mercado del Puerto. Comemos no El Palenque e depois tomamos um táxi. E saibam que os táxis pretos mais velhos podem proporcionar uma experiência inesquecível. O nosso era um fiat Uno velhinho, sem amortecedor e com um pedaço de madeira que servia de tampa de bagageiro. O motorista era um senhor simpático que dirigia como um doido pela rambla. Senti-me como uma pipoca em uma pipoqueira. Felizmente, chegamos inteiros e ficamos aliviados em descer. Ah, sem falar que o táxi tinha aquela divisória de vidro separando motorista dos passageiros com um buraco por onde o pagamento é feito. Não sei se os veículos mais novos, na cor branca, ainda têm isso.
E, quando começava a achar que não veria sol antes de voltar para o Brasil, ele apareceu. No entanto, ainda estava frio.
No último dia, fomos até Punta del Este. Demos uma volta pelo porto, vimos alguns lobos marinhos gordos e folgados ao lado da barraca de peixe, almoçamos e voltamos. Os prédios de Punta parecem todos novinhos e há muita coisa ainda sendo construída. Vi apenas alguns casais idosos caminhando e casais jovens tirando selfies aqui e ali. Estava tudo bem tranquilo por não ser temporada. A cidade é bem agradável e dá para entender porque o pessoal de Montevideo gosta de ir para lá nos fins de semana e nas férias. É a atmosfera do lugar.
Esse aí estava dormindo e parecia sonhar, mexia-se o tempo todo. Com que sonharão os lobos marinhos?
Fiquei um pouco decepcionada com a experiência gastronômica em Montevideo. Pedimos parrilla em quase todos os lugares, inclusive no Mercado del Puerto e, com exceção de um restaurante, achei a carne apenas ok. Talvez por sermos brasileiros, ela quase sempre veio mais bem passada do que gostaria.
Os restaurantes adotam a política de reduzir o sal da comida, eu achei a ideia boa, mas O. ficou meio infeliz com isso.
Comida é relativamente cara no Uruguai. E espresso bom é raro. No mais, enchemos a cara de sobremesas com doce de leite e de sorvete Freddo (havia uma loja na frente do hotel). Nas noites mais frias e chuvosas, preferimos comer fiambres, queijos, empanadas, morangos e beber vinho no quarto.
Não provei o tal do medio y medio, a mistura de vinho branco com espumante, preferi mimosas e clericots (a sangria de vinho branco local).
Acho que teríamos aproveitado mais se não tivéssemos chegado às vésperas de um feriado nacional (Independência) e com um tempo chato. O engraçado é que começou a chover e esfriou por aqui logo que voltamos... rs
Não provei o tal do medio y medio, a mistura de vinho branco com espumante, preferi mimosas e clericots (a sangria de vinho branco local).
Acho que teríamos aproveitado mais se não tivéssemos chegado às vésperas de um feriado nacional (Independência) e com um tempo chato. O engraçado é que começou a chover e esfriou por aqui logo que voltamos... rs