Acabei de assistir Norwegian Wood, um filme baseado no romance homônimo do Haruki Murakami. Ele foi filmado com atores japoneses pelo diretor vietnamita Anh Hung Tran de O cheiro do papaia verde.
Sou fã do Murakami e acho O cheiro do papaia verde lindo de doer, mas não gostei da versão filmada do livro. A história ficou lenta e os personagens não convencem.
O foco é voltado para o relacionamento de Toru e Naoko. Naoko é a ex-namorada do melhor amigo de Toru que se suicidou aos dezessete anos. Os dois se reencontram em Tóquio alguns anos depois desse acontecimento e se aproximam, mas Naoko ainda está muito fragilizada e o relacionamento desencadeia uma crise que a leva a internar-se em uma clínica de repouso entre as montanhas de Quioto.
Toru visita Naoko de tempos em tempos, no entanto, seu estado não apresenta melhoras. Durante essas idas e vindas, ele conhece Midori, uma garota com uma vida igualmente complicada. Toru fica dividido entre as duas, mas não pode abandonar Naoko. Esse triângulo precário se dissolve com a morte da última.
Há o figurino e a atmosfera dos anos 60. A fotografia é bonita. Mas falta algo. Os diálogos dos personagens são monocromáticos e, apesar do pano de fundo ser o Japão, a história poderia se passar em qualquer outra parte da Ásia. O livro é mil vezes melhor, muitas histórias paralelas interessantes são deixadas de lado, uma pena.
(Se alguém quiser assistir a uma versão filmada de uma história do Murakami, recomendo Tony Takitani, um conto da coletânea Blind willow, sleeping woman. É a história de um homem solitário que encontra a mulher de sua vida, perde-a e precisa aprender a lidar com isso.)
17 comentários:
vi esse filme outro dia. adorei seu post agora falando tambem do livro.
eu gostei da fotografia do filme, gostei muito. e que povo magro e jovem e bonito e triste! mas eu gostei do filme. gosto de ver producoes que nao sao super, sao mais arte.
ainda hoje to com minhas notas pra escrever o post, que tal meu jornal the soton times com noticias de ontem? e bota ontem nisso.
Kalina, achei que o enredo ficou vago, no ar. Também não gostei muito da escolha dos atores. Como já tinha lido o livro, eles acabaram com a imagen que eu tinha dos personagens.
sim, sim, roteiro desconexo. senti isso, mas tenho uma mania (doente?) de 'aproveitar' tudo e fico sempre apontando o que ha de bom nos filmes. ha tanto que aprender sobre as culturas num filme.
Quero muito ver. Foi bom ter lido sua opinião antes para baixar as minhas expectativas, que estavam um tanto altas por eu ter gostado do livro.
Beijo!
Kalina, a gente sempre aproveita algo (mesmo que fale mal depois!).
Letrícia, talvez tivesse sido melhor não ter lido minha opinião... Sou meio cricri, mas também tinha grandes expectativas, vai ver que foi esse o problema. :(
Não me consegue arranjar link para eu baixar? :s Queria tanto ver este filme!
Guakjas, infelizmente eu não tenho o link. :(
Pena :(
Não vi ao filme. Lí e vi as fotos em uma reportagem de uma revista . Achei os personagens muito pefeitos e bonito demais. Espero que tenham reproduzido a cena em que Midori e Toru vão ao hospital vistar o pai doente. Midori deixa- os sozinhos e Toru acaba sentando ao seu lado falando sobre Eurípedes e dando de comer pepino ao homem. Adoro essa passagem no livro.
Anônimo, sabe que fiquei esperando essa cena do pepino? Infelizmente nem a conversa acontece.
Ahhhh, nem quero ver o filme, então. Pra não estrgar a sensação que o livro me trouxe.
Oi Karen! Quanto tempo! Mas saiba que, mesmo não comentando, sempre visito o seu blog!
Li o livro agora, no início do ano, e gostei. Achei que fosse gostar mais, mas depois vou escrever sobre isso no blog.
Estou lendo contos do Kenzaburo Oe e estou gostando muito. E comprei o Kafka à beira mar... tem algo a ver com o nome do seu blog, não?
beijos e feliz 2012
Oi, Fernanda! O livro tem mais jeio de romance adolescente, também não é meu preferido. Mas é bonitinho.
Faz tempo que li algo do Kenzaburo Oe, ele é bem mais profundo e grave do que o Murakami.
Sim, comecei o blog na época em que terminei o livro e uma versão do título foi a primeira coisa em que pensei para batizá-lo. rs
É isso mesmo, Karen! É um romance adolescente!
Vamos ver o que acho do Kafka, o nome do livro é muito legal e dando aquela espiada nas primeiras páginas achei o texto bacana.
O Kenzaburo é ótimol, recomendo a antologia que saiu pela Companhia das Letras. Tem contos muito bonitos.
Mas depois quero “trocar umas ideias” com você... Estou impressionada como o suicídio é tema recorrente... suponho que tenha a ver com a cultura, algo profundo da alma japonesa.
Um beijo!
Fernanda, o enredo do Kafka é o segundo "tipo" de texto do Murakami, aquele em que ocorrem coisas "surreais", espero que goste. Achei o começo meio lento, mas depois você começa a gostar dos personagens e não larga mais.
Tenho uma coletânea do Kenzaburo Oe. Um livro bem grosso com alguns romances e contos em inglês. Não li todos. Nos últimos anos tenho preferido leituras mais "leves". rs
Há uma cobrança muito grande para que a pessoa se "enquadre" na sociedade japonesa. Talvez essa seja uma das razões para o suicídio. Mas tenho a impressão de que isso está mudando.
Quando quiser, basta enviar um e-mail. :)
Oi Karen, obrigada! ;-)
Ah, mais um fã do "Kafka à beira-mar"! Eu também fiquei com essse sentimento nas suas páginas finais. Adoro quando um livro faz isso comigo.
O filme poderia ser bem melhor, uma pena! :(
Obrigada pela visita e pelo comentário!
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