24.1.12

Farofa com maracujá


(Estafei. A cozinhança do final do ano, mais a cozinhança dos últimos dias, me esgotaram, como já devem ter notado, o blog anda mais devagar. Preciso me recuperar).

Esta farofa é muito simples, fácil e, ao mesmo tempo, muito requintada. Eu a provei pela primeira vez em um resort em Ilhéus. Passamos um natal por lá há muitos e muitos anos atrás. Pegamos um pacote que incluía café e jantar, o almoço do lugar era pago e no sistema de bufê. Um bufê fraquinho.

Logo descobrimos que poderíamos pedir comida pelo menu à la carte e foi a opção que preferimos. Nós nos esbaldamos com pratos de frutos do mar. O mais engraçado era que os pratos para dois do menu saíam mais baratos do que o bufê. Vai entender. E éramos praticamente os únicos que pediam comida à la carte!

A farofa apareceu como acompanhamento de um camarão ao curry com arroz. Tudo muito bom! Não posso garantir que a receita do resort seja a mesma, mas o sabor é o mesmo. Passo uma ideia geral de como faço:

Basta derreter uma ou duas colheres generosas de manteiga em uma frigideira antiaderente, colocar a polpa de um maracujá, adicionar farinha de mandioca (quanto baste, usei uma farinha de mandioca mais flocada), temperar com sal e ir mexendo até que a farinha fique sequinha e ligeiramente tostada. O resultado é uma farofa meio azedinha, as sementes de maracujá dão uma crocância gostosa.

 

18.1.12

Brownie fácil da Letícia




Não sou muito boa fazedora de brownies, sempre o deixo mais tempo do que o necessário no forno e ele passa do ponto, virando um bolo meio sem graça. Mas desta vez acho que acertei. A massa ficou bem "fudgy", úmida.

Comecei a cortar o brownie enquanto ele estava morno, a massa deu uma grudada na faca e estragou um pouco a aparência dos quadrados, mas nada se perdeu, isso eu garanto.

Gostei. Bem simples ("simples", "rápido" e "fácil" são minhas palavras preferidas na cozinha). O único chocolate que adicionei foi o do cacau em pó, poderia ter colocado pedaços de chocolate e "muchas otras cositas", mas preferi colocar só um punhado de nozes picadas para dar crocância. Talvez seja um pouco mais doce do que estou habituada, mas de vez em quando não faz mal, não é mesmo?




Brownie fácil

1 xícara de farinha de trigo
2 xícaras de açúcar
¾ de xícara de cacau em pó não adoçado
¼ de colher (chá) de sal
¼ de colher (chá) de fermento químico em pó
3 ovos grandes
100 g de manteiga derretida
¼ de xícara de óleo de canola (ou outro que não tenha muito cheiro)
2 colheres (chá) de essência de baunilha


Preaqueça o forno a 190ºC. Prepare uma assadeira de 20 X 30 cm – você pode untá-la e enfarinhá-la ou, simplesmente, forrá-la com papel manteiga (nesse caso, deixe o papel sobrar para fora da assadeira para que você desenforme o brownie facilmente).

Coloque em uma tigela todos os ingredientes da receita, na ordem em que estão listados. Com uma colher de pau, misture até que a massa fique homogênea (se preferir, use a batedeira).

Despeje a massa na assadeira preparada, espalhando-a com a ajuda de uma espátula, e leve ao forno por 30 minutos, mais ou menos – faça o teste do palito. Lembre-se: o palito não deve sair seco, como nos bolos comuns – uma migalhas úmidas são muito bem vindas.

Espere esfriar antes de comer. Vai bem sozinho, com café, com sorvete ou com leite gelado.


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16.1.12

Risoto de cogumelos e vinho tinto


Para acabar com restos. Azeite, cebolas, arroz, sobras de vinho tinto no lugar do vinho branco tradicional, cogumelos secos reidratados em água morna (encontrados no fundo da despensa e sem data de validade), água em que os cogumelos ficaram de molho, mais água (ou caldo de legumes), parmesão.

15.1.12

Peras belle Hélène


As sobremesas do Natal e do Ano Novo foram afrancesadas. Um tipo de crepe suzette no Natal e peras belle Hélène no final do ano.

Receita simples. Basta cozinhar rapidamente as peras na calda e montar a sobremesa com sorvete de baunilha/creme, calda de chocolate e fatias de amêndoas tostadas. Passo só as indicações gerais, usei canela para a calda, mas você pode adicionar casca/raspas de limão ou baunilha.

Faço a calda de chocolate combinando chocolate, creme de leite e uma ou duas colheradas de alguma bebida como Cointreau, Poire William, Grand Marnier, Drambuie, ou mesmo um conhaque ou uísque, apenas para dar um gostinho. Geralmente coloco o chocolate para derreter no micro-ondas com o creme de leite, mas não sei se há uma ordem correta para se fazer a calda, em algumas receitas o creme de leite (nesse caso necessariamente fresco) é fervido e misturado ao chocolate picado. Mas a forma mais ortodoxa pede que a calda seja feita em banho-maria. A bebida entra sempre no final.



Peras belle Hélène

300ml água
150g de açúcar
1 canela em pau
4 peras médias cortadas ao meio, descascadas e sem as sementes


Aqueça a água, o açúcar e a canela em uma panela, quando ferver, junte as peras e deixe cozinhar até que fiquem macias, porém firmes, cerca de 10-12 minutos. Retire do fogo e deixe as peras esfriarem no próprio líquido. Conserve na geladeira e empregue quando for montar a sobremesa.


13.1.12

salada de coquetel de camarão


Quase sempre a refeição do Ano Novo fica nos temas "marítimos". Fiz o coquetel de camarão para o jantar e arrumei o que sobrou como uma salada no dia seguinte. Ficou muito bom. Gostei bastante do molho para o coquetel, ele funciona muito bem como molho para salada também. Passo a receita do coquetel, servindo como salada, você pode usar menos camarão e fazer volume com alface. ;)




Coquetel de camarão

2 c sopa de azeite
500g de camarões grandes limpos
1 c sopa de ervas finas
sal e pimenta
1 1/4 x de iogurte natural
2 c sopa de maionese
2 c sopa de mostarda à l'ancienne (em grãos)
1 1/2 c sopa de mel
1 c chá de açafrão da terra (cúrcuma)
1/4 x de manjericão picado (não tinha)


Aqueça o azeite em uma frigideira grande e doure os camarões, adicione as ervas e tempere com sal e pimenta. Cozinhe até que os camarões fiquem rosados, cerca de 2 minutos de cada lado.

Misture o iogurte, a maionese, a mostarda, o mel, o açafrão da terra e o manjericão. Tempere com sal e pimenta a gosto. Sirva o molho com o camarão.


11.1.12

Torta de cebola caramelizada com peras, gorgonzola e nozes


Um apertivo/entrada/belisquete delicioso. Usei uma massa de pizza integral para fazer esta torta, praticamente uma focaccia. Você pode usar outra receita de massa sem problemas. As medidas do recheio são mais orientações, empregue as quantidades que desejar. Se tiver pressa e não quiser ter trabalho você também pode usar uma massa folhada.

Usei metade da massa obtida com as quantidades da receita abaixo. Moldei pães com o restante.

(Sinceramente acho que o gorgonzola não é essencial, o adocicado da cebola com as peras e o crocante das nozes já bastam...)





Torta de cebola caramelizada com peras, gorgonzola e nozes


Massa
1 1/2 x de água morna
1/3 c chá de fermento biológico instantâneo seco
1 c chá (rasa) de sal
3 c sopa de azeite
1-2 c sopa de mel
1 x de farinha intergral
2 x farinha


Cobertura
3 x de cebolas fatiadas
1 c sopa de azeite
1 1/2 c sopa de vinagre balsâmico
1/2 c sopa de açúcar mascavo
sal a gosto
2 peras pequenas descascadas e cortadas em fatias meio grossas

um pouco de gorgonzola ou roquerfort esmigalhado
um punhado de nozes picadas 


Misture os ingredientes da massa na ordem em que aparecem acima. Ela deve ficar macia e com consistência boa o suficiente para ser trabalhada com as mãos. Adicione mais farinha caso necessário. Forme uma bola, cubra com um pano de prato e deixe descansar de um dia para o outro, caso contrário, prepare-a de manhã e deixe descansar até o meio da tarde.  Ela deve crescer e ficar cheia de bolhas na superfície.

Coloque em uma superfície enfarinhada e abra no formato e na espessura desejados.  (Usei metade da massa para a torta e fiz pães como restante).

Espalhe a cebola caramelizada com as peras, pedaços de gorgonzola e as nozes sobre a superfície da massa. Asse em forno preaquecido até dourar.


Cebola caramelizada:

Refogue a cebola no azeite junto com o vinagre, o açúcar mascavo e sal a gosto. Deixe cozinhar em fogo baixo até que comece a caramelizar e ficar macia. Coloque as peras alguns minutos antes do final do cozimento das cebolas, para que fiquem cozidas, mas não se desfaçam. Adicione água caso tema que a mistura queime. Deixe esfriar antes de empregar.


6.1.12

Nhoque de abóbora com manteiga e sálvia



Receita de bota fora. Estava com meia abóbora japonesa na geladeira e resolvi fazer um nhoque bem simples. Ficou gostoso, como não queria esconder o sabor adocidado da massa, apenas passei o nhoque pela manteiga com um pouco de sálvia seca e finalizei com parmesão. Servi como acompanhamento para uma carne. 

A massa não ficou firme o suficiente para enrolar e, como não queria adicionar mais farinha, usei uma técnica que vi em um programa japonês. Você pega uma porção de massa com uma colher e a "raspa" com outra, isso é repetido até que ela seja mais ou menos moldada em algo ligeiramente comprido e uniforme e colocada diretamente da colher para a água quente. (Para minha defesa, foi a primeira vez que fiz isso).

O programa japonês em questão se chama "Chikara no Tabi" ("Empowering Journeys" em inglês), é um tipo de documentário e, em cada episódio, uma pessoa conhecida no Japão passa alguns dias em um país diferente para fazer algo que possa ajudá-la ou enriquecê-la de alguma forma. O episódio em que vi os tais nhoques serem feitos era com a Harumi Kurihara, uma escritora de culinária cujos livros são best sellers e já foram até traduzidos para outras línguas. Ela passou alguns dias participando da rotina da cozinha de um restaurante em Londres. Deixaram que ela descascasse alguns legumes e arrumasse saladas, mas não foi muito além disso. A Harumi tem 64 anos e, apesar de estar super em forma, o pique de uma cozinha de restaurante é bem puxado. 

Aliás, um dos últimos episódios do programa foi com um artista de rakugo que veio para São Paulo. Ele passeou pela Liberdade, pelo Mercado Municipal, deu um pulo na USP e depois foi visitar uma família nipo-brasileira no interior do estado. Ele veio para conhecer "japoneses antigos", pessoas que ainda conservam algo do passado do Japão. Engraçado isso, não é mesmo? Meu pai veio para cá já adulto em uma das últimas levas de imigrantes e também dizia que os japoneses e descendentes daqui eram diferentes porque, sem contato com o Japão, eles conservaram hábitos e referências de quando deixaram o país.

Mas onde é que eu estava mesmo? Ah, os nhoques ficaram muito bons, leves e saborosos. Se tiver paciência de pegar porçõezinhas de massa, passá-la de uma colher para outra e moldar os nhoques um de cada vez, garanto que o resultado é bastante bom. Também é uma forma de salvar aquelas massas que nunca ficam no ponto para enrolar pelo método tradicional.



Nhoque de abóbora com manteiga e sálvia

500g de abóbora kabocha (pesei já cozida)
1 x de farinha
1 ovo
1 c sopa da manteiga
sal a gosto

para finalizar:
2 c sopa de manteiga
1 c chá de sálvia seca 
parmesão para polvilhar


Descasque a abóbora, pique e cozinhe no vapor. Amasse e adicione os demais ingredientes. Misture bem. Se não for possível moldar nhoques da forma tradicional. (Espalhando farinha em uma superfície, formando cordões com porções da massa e cortando). Aqueça água em uma panela grande, espere ferver e vá derrubando pequenas porções da massa com o uso de duas colheres (veja instruções acima). Espere que os nhoques subam, retire com uma escumadeira e coloque-os em algum recipiente. 

Ao terminar o processo, aqueça a manteiga em uma frigideira grande e antiaderente, adicione a sálvie e refogue rapidamente o nhoque. Misture delicadamente ou faça movimentos com a frigideira para que a manteiga envolva a massa. Tempere com sal caso necessário. Sirva polvilhado com parmesão ralado.


5.1.12

Salada de feijão fradinho, tomates, cebola e pimentão


Outra salada simples e fácil de preparar. Basta juntar os ingredientes (*) do título e temperar tudo com sal, azeite, alho e suco de limão. Deveria haver um pouco de coentro também, mas estava sem. Fica muito bom como acompanhamento para arroz integral e uma farofinha...

(*) Costumo deixar o feijão de molho de um dia para o outro, cozinho em água até que fique macio, escorro e uso.
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3.1.12

Torta de banana rápida


Fiz esta torta duas vezes, na primeira vez, esqueci de cobri-la com as claras em neve e quando a retirei forno, olhei para o refratário e a torta parecia um crumble, só que a farinha continuava visível por cima das bananas. Aí lembrei das claras. Tive que comer as bananas soprando o excesso de farinha. (Nada estranho para alguém que já fez uma torta de limão sem limão. Fiz a massa, cobri com o creme, o merengue, coloquei no forno e, depois de uns vinte minutos, olhei para a pia e vi os dois limões olhando para mim).

Na segunda vez, fiz tudo como mandava o figurino. Ou quase, pois substituí parte da farinha por flocos de aveia. Uma quantidade pequena, mas o suficiente para dar uma certa resistência de que gosto na hora de mastigar. Conhecia a receita como torta de preguiçosa, pois ela é bem fácil de fazer, não é necessário preparar uma massa, só empilhar os ingredientes. A mistura de farinha acaba se combinando com o líquido da banana e forma uma massinha enquanto assa.

Minhas bananas eram pequenas e foram fatiadas apenas uma vez ao meio no sentido do comprimento. Usei uma quantidade bem menor da mistura de farinha, dei apenas um polvilhada leve entre as camadas.

Definitivamente gosto de receitas de piquenique.



Torta de banana rápida

1 dúzia de bananas
10 colheres (sopa) de açúcar
10 colheres (sopa) de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento químico em pó
canela em pó para polvinhar
manteiga
2 claras de ovos


Numa tigela, misture a farinha, o açúcar e o fermento. Corte as bananas no sentido do comprimento, fazendo três ou quatro fatias. Numa forma de cerâmica (ou pirex de vidro) untada, faça uma camada de bananas, polvinhando com a mistura de farinha/açúcar/fermento. Em seguida, polvilhe também canela e espalhe pequenas (cerca de meia colher de chá) lascas de manteiga pela camada. Faça outra camada de bananas e o mesmo procedimento.

Quando a forma estiver completa, bata as claras em neve com 1 c sopa de açúcar, para fazer um quase-suspiro - e espalhe, delicadamente, por cima das bananas. Leve ao forno por 20 a 30 minutos ou até dourar. Fica mais gostosa ainda gelada.

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2.1.12

Endívias gratinadas com manta de presunto e queijo



Receita adaptada do blog da Petra para quem quiser se apaixonar por endívias.Tão boa! E nem gosto tanto assim de endívia, mas o amarguinho combinou muito bem com o presunto (usei de peru), os queijos e o creme de leite.



Endívias gratinadas com manta de presunto e queijo


4 endívias médias
1-2 c sopa de manteiga
sal
4 fatias de queijo, ou conforme a necessidade, isso depende da quantidade e tamanho das endívias (a mesma observação vale para o presunto)
4 fatias de presunto (usei de peru, elas não devem ser muito finas)
100 ml de caldo de legumes ou carne (usei água)
1 c sopa de vinho branco
200g de creme de leite fresco
25g de gorgonzola (ou roquefort)
25g de gouda (ou outro queijo) ralado
1 gema
2 c chá de amido de milho
sal, pimenta e noz moscada a gosto


Limpe as endívias e remova as folhas externas se elas estiverem murchas ou feias, corte uma fatia da base se ela estiver escura ou com má aparência. Corte cada endívia ao meio no sentido do comprimento.

Derreta a manteiga em uma frigideira antiaderente. Disponha as endívias com o corte voltado para baixo e deixe murchar e dourar um pouco. Vire-as, tempere com sal e deixe dourar mais alguns minutos. Retire da frigideira e deixe esfriar.

Aqueça o caldo e adicione o gorgonzola. Reserve.

Junte as duas metades da endívia e enrole com o presunto e o queijo. (Atenção, o presunto deve ficar na parte externa). Caso as endívias sejam grandes, enrole só uma das metades. Coloque sobre um refratário. Preaqueça o forno 200°C.

Junte o caldo com o gorgonzola ao vinho branco, creme de leite, gema, amido e queijo ralado. Tempere com sal, pimenta e noz moscada. Regue as endívias com essa mistura e leve a forno por cerca de 30 minutos, até dourar.