26.3.13

Aveia assada com peras



Nada do outro mundo, mas é gostosa para quem aprecia aveia. Pode ser servida com mel, iogurte e feita sem as peras ou com outras frutas, boa para o café da manhã. Receita daqui.



Aveia assada com peras

2 x de aveia em flocos
2/3 x de açúcar mascavo (menos se usar açúcar normal ou demerara ou caso prefira consumir com um pouco de mel depois de pronto, prove o leite com açúcar até ficar a seu gosto)
1 c chá de fermento em pó
1 1/2 c chá de canela em pó
1/4 c chá de noz moscada em pó
1/2 c chá de alecrim picado (usei seco)
1 pitada de sal
2 x de leite
1 ovo
2 c sopa de manteiga derretida
3 peras cortadas ao meio sem as sementes

cobertura
1/2 x de nozes picadas (ou outro tipo de no)
1 c sopa de manteiga picada
1 pitada de sal
1 c sopa de açúcar mascavo


Pré-aqueça o forno à 180C. Unte um refratário com cerca de 20x25cm.

Misture a aveia, o fermento, a canela, a noz moscada, o alecrim e o sal e espalhe no refratário untado. Bata o leite, o açúcar, a manteiga e o ovo em outro recipiente. Derrame essa mistura sobre o refratário com a aveia. Distribua as peras.

Misture os ingredientes da cobertura e polvilhe sobre tudo.

Asse por cerca de 40-45 min, até que o centro fique cozido e a superfície doure. Deixe esfriar um pouco antes de servir.



 
 
 

Minhas orquídeas este ano.


20.3.13

Batatinhas ao vinho

Que esfriada, hein? Frio e chuva, o calor da última semana parece mentira. Tive que ir a SP na segunda e fiquei congelando ao vento enquanto esperava o ônibus. O outono chegou de vez.

Vi esta receita no Gororoba com Cardamomo e resolvi preparar. Batatas, cebolas pequenas (chalotas) e dentes de alho cozidos em vinho com azeite, o vinho evapora, o azeite dá uma "fritada" geral ao fim e pronto, as batatas cozinham sem ficar molengas, continuam firmes até o final, mais ou menos o princípio do adobo (que leva vinagre). Elas ficam meio ácidas, como nas conservas/saladas tradicionais, mas gostei mesmo das cebolas e do alho.

Um pouco de alho, cebola, o azeite do cozimento e uma fatia de pão... Olha, dá samba!


A receita e as explicações estão no blog. Tentei seguir as proporções, mas não usei medidas exatas. É botar batatas bolinhas limpas e cortadas ao meio junto com dentes de alho e mini-cebolas descascadas em uma panela grande, adicionar vinho branco suficiente para cobrir tudo (serve o mais barato), temperar com sal grosso e ramos de alecrim e juntar azeite suficiente para formar uma película em toda a superfície do líquido. Levar ao fogo alto, deixar tudo cozinhar, esperar o vinho evaporar, então o azeite começará a fritar tudo, dar umas chacoalhadas para não queimar e tirar do fogo quando achar que está bem dourado.

Forma diferente de preparar batatas em conserva. Aprovada!
Nova borboleta, logo mais a estação muda e elas darão uma sumida.

16.3.13

Bolo de leite de Uauá


Receita trazida na bagagem da Neide Rigo, é uma versão mais simples do mole mole, boa para o dia a dia, lembra um pudim mais durinho e sem calda. Fiz em uma forma retangular porque era muita massa. Comfort food.




Bolo de leite de Uauá


1 litro de leite
3 ovos
2 colheres (sopa) de manteiga (eu derreti)
1 copo de açúcar
2 copos de farinha de trigo
1 pitada de sal

Misture tudo na mão mesmo até incorporar bem. Coloque em forma de buraco no meio grande, untada, e deixe assar em forno bem quente até dourar e a massa ficar firme - teste com uma faca.

Rende para um batalhão.




As mexeriqueiras de casa estão começando a dar frutos, eles não são grandes nem doces, então, costumo apanhar os maduros e aqueles que caíram no chão para fazer suco. 



11.3.13

Frango à caçadora


Inspirada na receita do blog da Elise. Prato rústico, suculento, muito bom. Usei sobrecoxas sem pele, mas você pode usar um frango inteiro em pedaços.



Frango à caçadora

Um frango de cerca de 2 kg cortado em pedaços e livre de excessos de gordura
sal a gosto
2 c sopa de azeite
1 cebola média fatiada
1 pimentão vermelho ou verde em fatias (não usei)
80g de cogumelos fatiados/picados (usei shimeji)
2 dentes de alho fatiados
1/3 x de vinho branco, tinto ou rosé
2 1/2 a 3 x de tomates sem pele picados
pimenta do reino a gosto
1 c chá de tomilho seco (ou ervas finas/de provence)
1 c chá de orégano


Seque os pedaços de frango com papel toalha, tempere com sal. Aqueça o azeite em uma panela à temperatura média e coloque os pedaços de frango com a pele voltada para baixo, deixe dourar, vire e doure do outro lado. Retire e repita o procedimento até terminar com todos os pedaços. Reserve.

Descarte o excesso de gordura da panela conservando cerca de 2 c sopa, caso não haja gordura suficiente, adicione um pouco de azeite. Adicione a cebola, o pimentão e o cogumelo à panela. Aumente a temperatura e refogue tudo, mexendo, até que a cebola fique translúcida. Junte o alho e refogue um pouco mais. Adicione o vinho e esfregue o fundo da panela com a espátula para remover os pedaços de frango que eventualmente tenham ficado grudados. Cozinhe até que o vinho se reduza à metade e adicione os tomates. Tempere com pimenta, tomilho, orégano e sal. Prove e corrija caso necessário. Adicione os pedaços de frango com a pele voltada para cima. Baixe a temperatura, tampe e deixe cozinhar até que a carne fique macia, cerca de 30-40 minutos. Mexa de vez em quando e adicione um pouco de água caso necessário.



9.3.13

Banana da terra cozida


 O. diz que voltei do ES com "hábitos", o que ele quis dizer foi que agora dei para servir banana da terra cozida como acompanhamento nas refeições. Mas adotar ideias gostosas e saudáveis é algo bom, não é mesmo? Especialmente quando é tão simples: bananas da terra maduras em pedaços cozidas no vapor por alguns minutos. Se não puder preparar no vapor, corte as extremidades e coloque em uma panela com água, deixe cozinhar até que a casca comece a rachar e sirva cortada em pedaços. Fica muito boa com cozidos de carne, picadinho e pratos com peixe.


Última visitante fotografada

3.3.13

Um pouco de ares capixabas

Fazia algum tempo que pensávamos em ir para algum lugar onde pudéssemos comer peixe fresco e frutos do mar até enjoar. Foi assim que acabamos no litoral capixaba. Mais precisamente em Guarapari, a cerca de 1h de Vitória. Ficamos em um pousada bem simples na Praia do Morro. Praia de área urbana com um calçadão, pequenos quiosques e boa infraestrutura para os banhistas. Um local agradável para famílias, mas achei um pouco cheio, vários ambulantes, meio "farofa". Ia cedo, dava uma volta, alugava uma cadeira por R$5,00 olhava o mar por alguns minutos, me molhava e ia embora depois de beber uma água de coco, aliás, muito boa e a bom preço (R$2,00).

Praia do morro - ES

No canto da praia há um parque e uma trilha curta que conduz até um mirante de onde é possível ter uma visão panorâmica da Praia do Morro, a trilha termina em uma praia mais isolada do outro lado. A entrada custa R$2,00.

Vista da praia do Morro


O marlim, ponto de referência da praia do Morro

A pousada servia um bom café da manhã e os donos eram simpáticos, os quartos ofereciam o básico. Alguns micos habitavam o jardim e gostavam de passear pelas árvores e telhados. Eles parecem ser comuns por lá, também vi alguns na entrada da trilha da praia.

Os micos da pousada, eles também podem ser vistos na trilha do Morro da Pescaria

Passamos de carro por Vitória e Vila Velha para chegar a Guarapari, a rodovia até lá é duplicada e muito bem conservada. A velocidade máxima é de 80-60 km/h, mas ande a 90km/h e será atropelado pelos outros veículos. 

Vitória é uma cidade bonita e moderna. Vila Velha não me pareceu tão atraente quanto a sua vizinha, mas tem uma orla arrumada. Usar o GPS para ir e voltar de Guarapari foi fácil, mas navegar por Guarapari era bem chato, várias ruas têm um nome no mapa e outro para entrega de correspondência e era necessário procurar quais os nomes registrados no aparelho para chegar ao destino correto. O trânsito na área urbana também é meio caótico, a rodovia vira parte da cidade e você faz algum contorcionismo para reencontrá-la. O GPS se perdia quando seguíamos pela rodovia do sol (ela margeia a costa e conduz a Meaípe e Anchieta) e as praias onde fomos almoçar tinham ruas que não eram localizadas por nosso aparelho. Íamos parando e perguntando.

Guarapari tem um quê de litoral paulista, uma cidade que cresceu se espalhando ao longo da rodovia. Perto de nossa pousada na Praia do Morro havia uma certa variedade de restaurantes e bares, mas a maioria dos lugares tinha uma preferência por música ao vivo que acabava nos fazendo desistir de entrar. E não era só no fim de semana, mas todas as noites até às 23-24h. Também cruzávamos com pessoas suspeitas e alguns "drogaditos" nas calçadas.

Fomos duas vezes jantar em uma pizzaria chamada Paris que ficava a dois quarteirões da pousada. A melhor pizza que comi na vida. Engraçado, não é mesmo? Fui para comer frutos do mar e encontrei uma pizza que deixará saudades. Massa crocante e macia ao mesmo tempo.

A culinária capixaba é conhecida por suas moquecas, que se diferenciam das baianas por serem feitas da forma mais simples possível, sem leite de coco, azeite de dendê e pimenta. Ela invarialmente chega acompanhada de arroz, pirão e moqueca de banana à mesa. Aliás, banana da terra cozida ou frita é um acompanhameto frequente.

Nossa primeira investida gastronômica foi em Ubu, uma praia de Anchieta. Fomos até a Moqueca do Garcia e o O. pediu lagosta grelhada, algo que ele estava morrendo de vontade de comer. Pedimos uma entrada de camarão frito que veio em uma cumbuca enorme. Percebemos nosso erro quando vimos o tamanho do prato de lagosta com os acompanhamentos serem colocados à nossa frente. Comemos o que conseguimos mandar para dentro depois de tanto camarão, mas a lagosta estava muito seca e sem graça. Tínhamos a ilusão de que ela iria para a grelha fresca, mas quando perguntei para a atendente, ela confirmou que ela tinha sido descongelada e grelhada. A moça se desculpou e admitiu que a lagosta às vezes ficava mesmo seca por ter sido congelada. Também descobrimos que dificilmente comeríamos o peixe recém-pescado com o qual tínhamos sonhado antes da viagem, pois todo mundo comprava o peixe já congelado. Não sabíamos que nossas expectativas seriam desfeitas por um  freezer. Mas assim foi.

Frente da Moqueca do Garcia em Ubu, Anchieta - ES

A Moqueca do Garcia fica de frente para o mar. O vilarejo é sossegado e gostoso, minha segunda opção de lugar para ficar dentre aqueles que visitamos. 

Ainda em Ubu

Não havia ninguém na praia na segunda-feira pela hora do almoço.

Camarão frito da Moqueca do Garcia, não chegamos ao fundo

O prato de lagosta
Já sem a ilusão do peixe fresquinho, nós nos dirigimos a Meaípe, a praia da moda de Guarapari, primeiro, entramos no Gaeta e comemos uma moqueca de badejo com camarão. O prato com os acompanhamentos (moqueca de banana, arroz e pirão) alimentaria quatro pessoas como nós. Deixar tanta comida nas panelas me deprimia e tentei comer o máximo possível, mas ainda sobrou muito. Gosto de pedir pratos fartos quando estou perto de casa e posso sair com uma "quentinha", mas ali era difícil. Não sei o que fazem com os restos, mas gostaria de imaginar que eles têm um fim mais nobre do que o lixo.

Moqueca de badejo e camarão com acompanhamento do Gaeta

 Dividimos uma torta de coco na sobremesa.

Bolo de coco do Gaeta

No Cantinho do Curuca, resolvemos ser mais modestos, pedi uma casquinha e uma porção de bolinhos de bacalhau, enquanto o O. foi de peixe grelhado com legumes. A casquinha estava boa, os bolinhos tinham mais gosto de bolinho de peixe do que de bacalhau, mas estavam bons.

Casquinha de siri e bolinhos de bacalhau do Cantinho do Curuca
O prato de peixe grelhado que o O. tinha imaginado ser individual era grande e acabei comendo uma posta. Prato correto, sem nada demais.

Badejo grelhado com legumes do Curuca

A sobremesa era a torta de coco como no Gaeta, tínhamos direito a uma porção de cortesia. Gostei mais da torta do Curuca, a base era praticamente um pudim de coco enquanto a do Gaeta ficava entre um bolo em um pudim. Ambas as casas oferecem um pratinho com camarão frito de entrada, a do Curuca estava mais sequinha. Já sobre a moqueca deste último, não posso dizer nada. 

Meaípe é dividida pela rodovia do sol, a parte mais próxima da praia tem a largura de uns dois quarteirões e é onde fica a maior parte dos restaurantes. Há alguns hotéis e  pousadas também, mas não achei o lugar assim tão charmoso. Entramos no hotel Gaeta e no Hotel da Lea que ficava ao lado para ver os quartos com vista para o mar. O Gaeta está caidão, paredes com umidade e móveis que já viram dias melhores. O hotel da Lea é bem conservado e tem quartos espaçosos. Só é preciso ir quando não há shows no Multiplace + que fica ao lado, o barulho e o movimento da casa de shows devem ser incômodos.

Antes da visita à fábrica da Garoto, almoçamos no Caranguejo do Assis, pedi uma casquinha de siri e um único caranguejo para provar. Acho que não repetirei a experiência. Tinha assitido a um video do youtube que ensinava a comer o bicho, mas dá muito trabalho, fiz muita sujeira e não consegui quebrar os pedaços com muita precisão. Enfim, muito esforço para pouca recompensa, não é algo que se aprenda do dia para a noite.

Meu esforço para comer caranguejo no Caranguejo do Assis
A casquinha estava muito salgada, consegui comer metade. O. dividiu o peixe assado que ele pediu comigo. Estaba bom, mas também salgado, o cozinheiro devia estar com a cabeça em outro lugar naquele dia. A banana e as batatas salvaram o prato.

Peixe assado, banana cozida, arroz e batatas do Caranguejo do Assis

A visita à fábrica da Garoto foi bem interessante, melhor do que tinha imaginado, não tanto pelo chocolate, mas pelo lado educativo e por ter a oportunidade de conhecer um pedaço da etapa de produção dos bombons. A visita é muito bem organizada, todos vestimos aventais e toucas e lavamos as mãos antes de entrar. Seguimos um guia e ouvimos suas explicações por fones de ouvido sem fio. Há uma parada na frente de um balcão de acrílico onde ficam uns 8 tipos de bombons e temos uns 10 minutos para comer quantos conseguirmos/quisermos. Comi dois, mas tinha gente que só parou quando voltamos a andar. No fim, ainda recebemos uma barrinha de batom de "brinde". 

A fábrica faz chocolate em massa, uma verdadeira linha de produção que funciona 24h. Fiquei surpresa quando ouvi que os ovos de Páscoa começaram a ser feitos em junho ou julho do ano passado e que a produção acabou em janeiro.

Por fim, decidimos ir até Iriri, outra praia em Anchieta, e comemos no restaurante do hotel Recanto da Pedra, como o nome deixa adivinhar, ele fica sobre algumas rochas. Um local gostoso de onde dá para observar a praia. Pedimos moqueca de camarão, ela veio com os acompanhamentos tradicionais. A quantidade não era pantagruélica como nos restaurantes mencionados acima, achamos ideal, os preços também eram bem mais suaves. Comida honesta.

Se tivesse que escolher um lugar para me hospedar em outra visita à região, ficaria em Iriri. A praia está um pouco mais afastada da rodovia e a prefeitura investiu em uma avenida onde há lojinhas e cafés arrumados. A vila proprimamente dita é pequena, mas charmosa. Não deve haver muito o que fazer fora de temporada, mas achei bom por isso mesmo. Infelizmente, acabei não entrando para ver as instalações do hotel do restaurante, sua localização é muito boa.

Moqueca de camarão do Recanto da Pedra

No geral, senti falta de uma rede hoteleira mais apurada fora de Vitória e Vila Velha, achei que as opções eram todas bem simples e os estabelecimentos maiores muitas vezes careciam de manutenção. 

A comida capixaba é saudável e bem roots,  em relação às moquecas, confesso que a versão baiana ainda tem meu coração. Já a banana cozida como acompanhamento será adotada em casa. Como o estado têm produtores de camarão, é fácil encontrar o crustáceo em vários pratos, camarão frito é uma entrada muito popular. Um prato gostoso e barato servido em vários lugares é o peroá, o nosso conhecido "porquinho", ele é frito inteiro e chega crocante à mesa. Há mais chances de que ele seja realmente fresco do que os outros peixes e frutos do mar.

Fiquei imaginando por que os restaurantes não estabelecem algum tipo de acordo com os pescadores e compram o peixe fresco para fazer no dia. Não ligo em ter uma opção de pratos mais restrita, sem badejo e robalo, mas peixe com gosto de mar é algo que gostaria de comer quando passo férias no litoral.

Outra coisa que me deixava sem graça eram os sucos, poucos lugares serviam sucos de frutas frescas, só o suco de limão era garantido. E a oferta de vinho era sempre bem limitada, geralmente os rótulos de supermercado, no Curuca, vi alguns chilenos mais conhecidos e um Catena Malbec.

Devo reconhecer que o povo capixaba é muito simpático, ficava até sem graça em reclamar ou comentar algo nos restaurantes. 

Foi uma boa visita de reconhecimento. Se voltasse, planejaria a viagem de forma diferente. Iria para uma praia pequena e mais distante da área urbana como Iriri e comeria em lugares mais simples, sem necessidade de grandes deslocamentos. Curuca e Gaeta, sempre mencionados nos guias turísticos, são boas experiências, mas os mesmos pratos são servidos em qualquer restaurante ou botecão e, até onde pude comprovar, com a mesma qualidade e simpatia.