1.9.11

Wilhelm Genazino - Das Glück in Glücksfernen Zeiten

Depois de defender sua tese de doutorado sobre Heiddeger, Gerhard Warlich consegue um emprego em uma grande lavanderia e o que deveria ser uma forma rápida de pagar pela sua bolsa de estudos se transforma em um emprego de treze anos. Ele começa como motorista, é promovido e, aos quarenta e um anos, vê-se como uma espécie de responsável pela logística do lugar, aquele que organiza os horários e o itinerário dos entregadores. Ele vive com Traudel, uma bancária, igualmente há vários anos e tem uma vida normal. No entanto, ele não consegue deixar de sentir que falta algo. 

Gerhard gosta de observar as pessoas e as coisas ao seu redor, mas sua hipersensibilidade acaba por amplificar as impressões que suas observações despertam de forma cada vez mais forte até culminar em uma crise nervosa. Sua inquietação e sentimento de inadequação à realidade tornam-se tão intensos que ele termina sendo internado em uma clínica.
 
Esse é, em linhas gerais, o enredo do curto romance do escritor alemão Wilhelm Genazino. (Não encontrei nada dele traduzido por aqui). Ele é outro autor europeu contemporâneo que me dá a impressão de que o tema da atualidade é a falta de sentido de tudo, há uma apatia generalizada. Foi o que senti quando li os contos da Judith Hermann e um romance do Michel Houellebecq. Personagens perdidos em um mundo onde há pouco com o que se identificar. Empregos que servem apenas para ganhar dinheiro, relacionamentos movidos por inércia nos quais o expresso quase sempre não é o sentido. Há um anseio por uma vida diferente, mas sem contornos definidos.

"Das Glück in Glücksfernen Zeiten" pode ser traduzido como "A felicidade em tempos distantes da felicidade". Um título bem apropriado para o livro. 

Li em uma versão para "leitor eletrônico", uma tentativa de melhorar a leitura em alemão e aumentar o vocabulário. Tinha uma certa resistência a usar os tais leitores, mas tenho lido cada vez mais livros e revistas em PDF e não posso reclamar. 





2 comentários:

tatiane disse...

Quando não há outra opção também leio nesses "leitores eletrônicos", mas parece que falta algo. A mão quer segurar um livro porque foi isso que ela aprendeu a fazer e só há aquele aparelhinho desajeitado. É estranho...

Karen disse...

Tatiane, é diferente mesmo, mas até que estou gostando. O problema de espaço aqui anda tão grave que tento fazer de tudo para não acumular mais coisa. rs