20.10.13

Ilhéus - BA

Fiquei longe daqui por algum tempo, mas sempre acabo voltando, afinal, por mais que eu não atualize o blog, vocês nunca o abandonam, não é mesmo? Aproveitei e trouxe algumas postagens publicadas em outros lugares para cá. Como esta.


Mar de água cor de canela, coqueiros, céu azul, depois cinza, chuva, calor, rugir das ondas para embalar o sono, frutos do mar, praia deserta. Mini férias. Passamos alguns dias em Ilhéus. Nossa segunda visita à cidade. A primeira vez foi há treze anos atrás, pouco depois de nos casarmos. Ficamos nas praias do sul então. Escolhemos uma pousada do lado norte agora, no caminho para Itacaré. 


A praia era tão deserta que tinha medo de fazer as caminhadas solitárias com os pés na água de que tanto gosto. Ficava nas imediações da pousada, observava a paisagem, entrava rapidamente na água e voltava. 

 

O tempo variou bastante. Choveu, ventou, fez frio, calor... 

 
 


Marido escolheu a pousada. Ela era bem pequena, com apenas três chalés, administrada por um casal de italianos. Quando chegamos, havia apenas um outro casal que foi embora no dia seguinte, passamos o resto da semana praticamente sozinhos. Há várias outras pousadas ao longo da estrada, mas os turistas aparecem mais nos meses de férias de verão e tudo parecia vazio. Todos os proprietários de negócios com os quais conversamos disseram o mesmo: tirando dezembro e janeiro, não há movimento. Muita gente acaba quebrando por causa desse desequilíbrio. Quem tem propriedades nessa área da praia do norte também está ameaçado de perder tudo se o projeto de um porto para transporte de minérios for para a frente. Seria uma pena.


Nossa pousada era cercada por verde e a praia em frente era muito bonita, acabamos passando a noite em um dos chalés e depois nos mudamos para outro em busca de um sinal de internet melhor. Marido já abrira mão da televisão, mas sem internet ele não ficaria. Gostei da pousada, todos foram muito simpáticos, mas algumas coisas poderiam ser melhoradas, como um frigobar um pouco barulhento e a água que vazava pela lateral do box do chuveiro no primeiro chalé, já no segundo, os trincos de algumas portas não fechavam e o da varanda se trancava sozinho, o que criou episódios insólitos, como ficarmos os dois trancados do lado de fora na varanda do segundo andar. Tive que ficar gritando para que alguém viesse nos salvar. A alternativa seria pular e tentar escalar o muro para entrar pelo banheiro...


O café era simples, mas as frutas eram sempre frescas e comemos tapioca quentinha todos os dias. Na hora do almoço, pegávamos o carro e íamos comer em algum lugar. Jantávamos na pousada, mas a comida não era lá essas coisas e, como a área de refeição ficava ao ar livre, servíamos de repasto para os insetos locais, algo pouco agradável.


Gostei muito da cama com dossel, ele mantinha os insetos afastados e era como acordar dentro de uma caixa de luz pela manhã. Por falar em acordar, nós nos levantávamos muito cedo, lá pelas cinco já estava muito claro. Havia apenas um vigia e três labradores nos arredores até às sete, quando uma mulher chegava para abrir a recepção/cozinha e dava início aos preparativos do café da manhã que era servido às oito. No primeiro dia, resolvi sair lá pelas seis e meia para tirar fotos e não cheguei a caminhar alguns metros quando os três labradores me viram e resolveram me "cumprimentar" com pulos e mordiscadas, acabei dando meia-volta, àquela altura já tinha alguns arranhões e a bermuda suja com marcas de patas.

 

Os cajueiros crescem em todos os lugares, os frutos não são bonitos como os comercializados, mas atraem vários animais silvestres. Espero que o porto não seja construído e que os proprietários da pousada decidam continuar investindo no negócio.


Dia de fazer uma limpeza nos coqueiros para evitar acidentes, não deve ser fácil subir lá em cima.


Muitos micos nas árvores. Uma vez, contei cerca de dez pulando das telhas do chalé para uma folha de coqueiro ao meu lado.



Flores que crescem perto da praia.

 
 

Então decidimos ir almoçar em Itacaré em um dia de chuva. Estrada deserta, cheia de subidas e descidas. No caminho, um caminhão com uma calcinha pendurada no parachoque traseiro. Não tirei fotos de Itacaré, mas não gostei da cidade, ela é pequena, amontoada, pessoalmente, achei bem pouco charmosa e deve ser infernal nas férias, pois as ruas são estreitas e as lojas e restaurantes ficam concentrados em uma área. Almoçamos em um cabana na praia da Concha, outra má ideia em dia de chuva, pois as cabanas não protegem contra o vento e a rua de terra estava cheia de poças e lama.

 

A melhor parada na rodovia à beira-mar entre Ilhéus e Itacaré (BA-001) é a Cabana da Empada no km 28. Nossa pousada ficava próxima e almoçamos lá três vezes. (Também passamos por lá no final de uma tarde e compramos suco e empadas para o jantar). O forte são as empadas salgadas e doces, mas há uma área de restaurante aberta para almoço que recomendo muito. Comemos três pratos diferentes e todos estavam ótimos. Deve ser o negócio mais próspero da região, pois sempre há gente parando para comer uma empada ou almoçar. Os preços são justíssimos. As empadas doces e salgadas custam R$ 4,00 e são bem recheadas. Há de camarão, carne de sol, palmito, frango, caranguejo. As doces são praticamente mini tortinhas de limão, maçã, doce de leite com nozes, brigadeiro, cupuaçu com chocolate...


A proprietária cuida pessoalmente do negócio e presta atenção aos menores detalhes. A pimenta é deliciosa, o café é muito bem tirado e chega com um potinho de creme. Os camarões dos pratos são enormes.

 
 

Os sucos de frutas são muito bons. Dentre as opções, pedi a mais curiosa: araçá-boi. Digamos que é uma fruta com bastante "personalidade", seu suco é grosso e azedo, não consegui terminar. 

 

Todos os dias havia um arranjo de flores diferente na pia do lavatório. 

 
 

Em uma de nossas incursões pelas praias do sul, resolvemos comer no Peixe na Brasa, em Cururupe. A cabana fica escondida, a praia estava deserta e acho que fomos os únicos comensais naquele dia. O dono disse que é assim nesta época do ano. O banheiro era bem precário e a higiene do lugar me deixou um pouco preocupada, mas fomos decididos a comer o peixe e, ao menos ele, não nos decepcionou. O dono trouxe dois vermelhos grandes e frescos para que escolhêssemos o tamanho e, após quarenta minutos, ele retornou à mesa com arroz, batatas, farofa e pirão. Dispensamos os acompanhamentos por temermos algum "incidente" futuro, mas o peixe, ah, o peixe! Um dos melhores, ou o melhor, que já comemos: úmido, casquinha crocante e muito bem temperado. Valeu a pena ter resistido à vontade de sair correndo dali. Espero que a cabana resista e tome alguns cuidados para ficar mais atraente no futuro.

 
 

Tinha ido para Ilheús com a firme intenção de visitar uma fazenda de cacau, mas minhas tentativas de contatar algumas delas foi vã, ninguém atendia ao telefone ou respondia os e-mails. Por sorte, descobri que a Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira) oferece visitas gratuitas, basta aparecer no Centro, que fica na rodovia Ilhéus-Itabuna, entre 8h:30-10h:30 ou 13h:30-15h:30. Assiste-se a um video curto sobre o trabalho do centro e depois um guia mostra um pouco mais da área da fazenda: as plantações de cacau, o galpão de fermentação e de secagem. É básico, mas achei bom. Só é preciso ir de carro para circular lá dentro.
Nosso guia me deu dois frutos de cacau que estavam no chão e disse que eu poderia tentar fazer mudas em casa. Torçam para que isso dê certo!

 
 
 
 


Acabamos não passando pelo centro histórico de Ilhéus, só cruzávamos a cidade quando íamos do lado norte para o sul. Lamento apenas não ter ido até lá para comer um acarajé.
Não encontrei um bom chocolate local, entrei em contato com a fábrica dos chocolates Mendoá, mas recebi respostas vagas sobre a possibilidade de fazer uma visita e, no fim, não deu em nada. Demos uma parada na loja dos Chocolates Caseiros de Ilhéus e não gostei do que provei, achei bem fraquinho.
Comemos muitos pescados e os preços dos pratos, em geral, custavam a metade do que custam no sudeste. Foi uma experiência culinária mais positiva do que aquela do começo do ano no Espirito Santo, mas sou suspeita, adoro o tempero baiano... 
Fomos sempre bem atendidos, a comida levava tempo para chegar à mesa, mas não tínhamos pressa. A única coisa triste foi ouvir o pessimismo dos comerciantes que vivem do turismo. Eles praticamente esperam os meses de verão e tentam empatar ganhos e despesas durante os outros meses do ano.
Enfim, foi uma boa quebra de rotina.



20.9.13

O sapo

O céu desta tarde me lembrou do céu de um outro dia. Tinha dezoito anos. Acabara de me matricular no curso de filosofia e não estava certa sobre o que fazer da vida. Algo que não mudou muito, infelizmente. Filosofia era uma ideia sedutora, sem futuro algum, mas eu me recusava a prestar vestibular para um curso que pudesse me dar algum status social ou garantir um emprego "respeitável". (A gente sempre enfia o pé na jaca por vontade própria).
Naquele dia, estava sentada à beira da piscina de um hotel fazenda vazio no meio do Pantanal mato-grossense com um exemplar de "Tristes Trópicos" no colo. Parecia ser o livro adequado para ler naquele lugar e eu tinha lá as minhas veleidades intelectuais. A piscina estava suja e um sapo morto boiava em sua superfície. 
Ganhara a viagem como prêmio de um concurso cultural promovido por um jornal e acompanhava o trabalho de campo de uma bióloga que protegia as araras azuis. Passávamos o dia percorrendo os arredores para checar ninhos, medir e pesar aves. Achava o trabalho daquela mulher apaixonante.
Conforto zero, a vastidão dos campos, o ruído dos bichos à noite, o isolamento total, queria aquilo para mim. Foi algo mágico e lamentei voltar. No entanto, quando penso em tudo o que vi e senti naqueles poucos dias, a imagem que logo me vem à mente é a daquele sapo morto na piscina suja iluminada pelo sol do final de tarde.

17.9.13

O sonho da primeira noite - Natsume Sôseki

Ontem foi o primeiro dia de aula do curso deste semestre. Professor made in Japan. Ele chegou de viagem no domingo e deu aula na segunda com jetlag e tudo. Não fala português, a aula foi toda em japonês. Estava preocupada, perguntando-me se não ficaria perdida, mas até que entendi bem, ele escolhe palavras simples, fala devagar e de forma clara. Fiquei contente. O problema é do meu lado. Para ler e escrever há os dicionários, mas falar exige uma resposta imediata e, enquanto fico procurando pelas palavras apropriadas, sinto que elas fogem como borboletas. Para me comunicar melhor, tenho que falar mais, nem que esteja errado, não é mesmo? Darei o rosto a bater e sei que vai doer.

Nós nos apresentamos e discutimos um texto de Natsume Soseki do livro "Dez noites de sonhos". Lemos o primeiro sonho, um dos mais bonitos e românticos. Acho que já há tradução para o português, mas decidi fazer minha versão. Traduções nem sempre são acessíveis e achei que algumas pessoas poderiam se interessar. Se gostarem, posso tentar traduzir mais textos curtos de autores pouco conhecidos por aqui no futuro, é um bom exercício para mim. E se houver erros ou correções a fazer, por favor, digam.



O sonho da primeira noite

Tive este sonho.
Sentava-me com os braços cruzados à cabeceira de uma mulher que estava deitada com o rosto voltado para cima. Ela disse que iria morrer com uma voz calma. Seus longos cabelos espalhavam-se sobre o travesseiro emoldurando os contornos de sua delicada face oval. A cor de seu sangue era visível sob as bochechas brancas, seus lábios eram vermelhos. Ela não parecia prestes a morrer. Mas a mulher, com voz calma, disse claramente que iria morrer. Eu também achava que ela iria morrer. “Ah, então você vai morrer?”, perguntei espiando-a. “Vou morrer”, respondeu ela abrindo os olhos. Olhos grandes e úmidos, uma superfície negra circundada por longos cílios. Meu reflexo flutuava vividamente no interior de suas pupilas.
Perguntava-me se ela realmente iria morrer observando o brilho daqueles olhos negros cuja transparência permitia que mergulhasse até seu interior. “Você não vai morrer, não é mesmo? Está tudo bem, não está?”, perguntei outra vez aproximando os lábios de sua cabeceira. “Mas sim, vou morrer, não há o que fazer”, respondeu ela com os olhos sonolentos.
“Você consegue ver meu rosto?”, perguntei com emoção. “Se o vejo? Ora, não estou refletida em seus olhos?”, respondeu rindo. Afastei o rosto sem dizer nada. Perguntava-me se ela realmente iria morrer enquanto cruzava os braços. Após algum tempo, ouvi-a dizer:
“Depois que eu morrer, enterre-me. Cave um buraco com uma concha de madrepérola. Marque meu túmulo com os pedaços das estrelas que caíram do céu. Então fique ao seu lado e espere, pois irei reencontrá-lo”.
“Quando você retornará?”, perguntei.
“O sol nasce, não é mesmo? Depois ele se põe, não é mesmo? Então nasce e se põe outra vez, não é mesmo? Você pode esperar enquanto o sol rubro vai do leste para o oeste, do leste e cai no oeste?”
Balancei a cabeça sem dizer nada. Ela aumentou ligeiramente a entonação de sua voz calma:
“Espere cem anos”, disse de forma decidida, “sente-se ao lado de meu túmulo e espere cem anos. Virei ao seu encontro com certeza”.
Respondi apenas que a esperaria. Então o reflexo de meu rosto, que podia observar vividamente no interior de suas pupilas negras, começou a se desmanchar. Era como se as águas começassem a se movimentar e perturbar o reflexo de uma sombra, quando achei que elas iriam transbordar, os olhos se fecharam. Lágrimas surgiram entre seus longos cílios e escorreram sobre as suas bochechas. Ela morrera.
Fui ao jardim e cavei um buraco com uma concha de madrepérola. Ela era grande, com bordas regulares e afiadas. Cada vez que retirava a terra, a lua se refletia na sua parte externa. Sentia o cheiro da terra úmida. Terminei de cavar o buraco após algum tempo. Depositei a mulher em seu interior e comecei a cobri-la com a terra macia. Cada vez que fazia isso, a lua era refletida pela concha.
Depois, recolhi os pedaços de estrelas e coloquei-os sobre a terra. Eles eram arredondados, deviam ter perdido as arestas enquanto vieram caindo do céu por um longo tempo e ficaram assim. Enquanto os pegava e colocava sobre a terra, meu peito e mãos aqueceram-se um pouco.
Sentei-me sobre o musgo. Ia ficar ali esperando por cem anos, pensava, observando as pedras das estrelas. Logo, como dissera a mulher, o sol nasceu no leste. Era um sol grande e vermelho. Logo, também como dissera a mulher, ele se pôs no oeste e desapareceu de repente ainda vermelho. “Um dia”, contei.
Após algum tempo, um sol rubro se levantou e então se pôs em silêncio. “Dois dias”, contei outra vez.
Enquanto contava os dias dessa forma, não tinha mais ideia de quantas vezes vira o sol. Não importava quanto contasse, um inesgotável sol vermelho passava sobre minha cabeça. E, ainda assim, os cem anos nunca chegavam. Por fim, comecei a achar que fora enganado pela mulher enquanto observava o musgo que crescera sobre as pedras arredondadas.
Logo após ter esse pensamento, um caule verde surgiu por baixo das pedras inclinando-se em minha direção. Ele foi crescendo e parou perto de meu peito. Na ponta do caule delgado e trêmulo, ligeiramente inclinada, uma flor em botão abriu suas pétalas. Era um lírio branco cujo perfume penetrava meu nariz e ia até os ossos. Ele foi coberto pelo orvalho vindo de algum ponto acima e balançou de um lado para o outro devido ao próprio peso. Inclinei o pescoço e depositei um beijo nas pétalas brancas molhadas pelo orvalho frio. Quando afastava o rosto do lírio, olhei para o céu distante ao acaso e vi uma única estrela brilhando na madrugada.
“Então já se passaram cem anos!”, só então me dei conta daquilo.
 

27.8.13

Gilles Lipovetsky na revista francesa L'Express

De uma entrevista com o sociólogo Gilles Lipovetsky na revista francesa L'Express:


"Vivemos em um tempo superestetizado que, no entanto, não se traduz em um embelezamento do mundo."

"Estamos longe da imagem do artista profeta ou do artista maldito. Desde que Warhol reivindicou o status de artista comercial, a imagem romântica do artista deu lugar àquela do empreendedor, cujo objetivo é menos a glória eterna do que a celebridade e o dinheiro. O artista se põe de bom grado a serviço das grandes marcas: Murakami trabalhou para a Vuitton, Keith Haring para a Swatch. O artista é tratado como uma estrela: Damien Hirst fez uma capa para a Time, os grandes arquitetos são icones mundiais. E, em sentido inverso, todos os setores são declarados artísticos: os grandes chefs, os criadores de moda (que são expostos em museus), até os homens de negócios (Steve Jobs, o "artista visionário")... A arte era a inimiga do mundo do dinheiro, inaceitavelmente, ela acabou vítima da lógica do business. O tempo da oposição entre arte e economia faz parte do passado."

"As mídias de massa permitem um acesso às obras inédito na história: são milhões de indivíduos que, hoje, ouvem música, assistem a filmes e contemplam as mais belas obras arquiteturais do mundo. Da mesma forma, as mídias contribuem para a formação de um neoconsumidor esteta em busca constante de emoções ligadas a textos, sons e paisagens. O capitalismo estético proletarizou menos o consumidor do que o estetizou. Agora, os indivíduos, em massa, desejam ver as belezas do mundo e escutar música; eles decoram suas casas e se vestem de acordo com a moda. E o desenvolvimento dos meios midiáticos, da internet em particular, engendrou o desejo de criação pessoal em massa: como prova, os blogs, os clipes, as fotos. Entretanto, evidentemente, isso não é sinônimo de qualidade artistica. Da mesma forma, a democratização dos gostos estéticos não significa um enriquecimento da experiência estética: o visitante contemporâneo que permanece dez seguntos diante de uma tela de Ticiano, o que ele apreende? O que compreende daquilo que é a própria substância da beleza?"

"Desejamos saborear a qualidade do presente, mas a empreitada exige uma performance crescente com seu lote de estresse, frustrações e baixa autoestima. As tensões se multiplicam entre consumismo e ecologia, hedonismo e medicação da sociedade, qualidade de vida e aceleração dos ritmos (ansiedade, depressão, vícios), conflitos intersubjetivos (divórcios, separações, incompreensões...) estão em alta. O capitalismo estético globalizado e a individualização de nossa relação com o mundo são acompanhados pelo sentimento de passar ao largo da "bela" vida. A sociedade superestetizada não conduz a uma humanidade mais feliz."




14.4.13

Cookies macios de aveia, coco e banana


Variação da receita de cookies com três ingredientes. Acho que falta aperfeiçoar um pouco, não coloquei açúcar desta vez, mas colocaria na próxima. Tenho procurado opções de quitutes para beliscar enquanto passo duas horas e meia dentro de um ônibus. Ficaram muito bons. 



Cookies macios de aveia, coco e banana

3 bananas nanicas maduras médias amassadas com um garfo
1 1/2 x de aveia prensada
1 1/3 x flocos de coco sem açúcar
1/4 x de óleo
1/3 x de farinha integral (pode ser substituída por farinha de amêndoa caso prefira uma versão sem glúten)
1/4 x de açúcar mascavo (se adiconar passas, pedaços de chocolate ou se o coco for adoçado, talvez nem seja necessário, não usei desta vez, mas achei que só a banana não adoçou o suficiente)

Misture todos os ingredientes e distribua a mistura sobre uma assadeira untada usando duas colheres. Asse até dourar. 

9.4.13

Bacalhau divino


Bacalhau da Páscoa. Nem sei quantas receitas com esse ingrediente já testei. Até tento fugir da combinação purê, bacalhau e creme de leite, mas é difícil. Esta leva leite de coco e achei muito boa. Fiz metade.

Daqui.  




Bacalhau divino

1 kg de bacalhau
1 pimentão vermelho picado
1 pimentão verde picado
1 cebola
3 tomates picados maduros (não precisa tirar pele nem semente)
2 dentes de alho
1 xícara de azeitona preta sem caroço picada
Orégano a gosto

Purê de batatas:
1 kg de batatas cozidas e espremidas
2 colheres de sopa de manteiga
1/2 xícara de leite
Sal a gosto

Creme:
1 xícara de catupiry
1 lata de creme de leite sem soro
1 vidro de leite de coco de 200 ml 


Primeiro faça o purê de batatas. Esprema as batatas, acrescente a manteiga e o leite com as batatas ainda bem quentes, é só mexer bem e acrescentar sal a gosto. Coloque esse purê num refratário alto e arrrume como se fosse a massa de uma torta.

Faça o refogado com o bacalhau já dessalgado (deixar de molho na véspera e trocar no mínimo 5 vezes a água). Coloque para dar uma breve fervura, 5 minutos em água já fervente. (Sobre o processo de cozimento do bacalhau, leia as observações nos comentários abaixo, eu não o deixo ferver, apenas coloco as postas em água fervente, desligo e deixo tampado por algum tempo). Depois desfie o bacalhau em lascas. Coloque bastante azeite numa panela e frite a cebola e o alho. Junte os pimentões, o tomate e deixe apurar por uns 10 minutos.Adicione as azeitonas e o bacalhau e cozinhe 10 minutos sem deixar secar muito, (caso seque, coloque um pouquinho de água quente). Tempere com orégano e sal caso necessário.

Distribua esse refogado de bacalhau sobre o purê de batatas.

Creme:
Bata todos os ingredientes no liquidificador e despeje sobre o bacalhau. Leve ao forno previamente aquecido (bem quente) e deixe gratinar. Sirva com arroz branco e uma salada de folhas.

6.4.13

Empanadas


Adoro empanadas e queria testar esta receita da Neide Rigo já há algum tempo. Elas ficaram boas, mas não tão parecidas com as que comi na Argentina, a massa ficou mais crocante e firme, o recheio deu uma secada, não adicionei o caldo à carne, deixei que o recheio cozinhasse até que ficasse "enxuto" para evitar vazamentos, mas talvez devesse ter deixado um pouco de líquido perto do final e adicionado um tiquinho de farinha para engrossar, assim talvez ele ficasse mais suculento.


Fiz 1/3 da receita. Não ficaram bonitas, mas ainda aprendo a fazer as bordas trançadas...



Empanadas de Carne 
(35 empanadas aproximadamente)

massa
1 kg de farinha de trigo
1 colher de sopa de sal (adicionei menos)
200 gramas de manteiga sem sal
água morna o quanto baste

recheio
1 kg de carne limpa, sem muita gordura (contra filé, alcatra, patinho) cortada em cubinhos
1 kg de cebola cortada em cubinhos
100 gramas de manteiga
1 concha de caldo de carne (não adicionei)
1/2 maço de cebolinha picada
pimenta calabresaa gosto
sal e pimenta do reino moída a gosto
cominho a gosto
páprica a gosto
8 ovos cozidos duros, picados
35 azeitonas verdes, inteiras, sem caroço (para a finalização)
70 uvas passas sem sementes (para a finalização)


Preparo da massa
Misture a farinha ao sal e coloque-a em coroa sobre a mesa, desfaça a manteiga no meio. Misture bem com as mãos e vá incorporando água morna aos poucos até obter uma massa flexível. Trabalhe a massa com as mãos e divida-a em bolas. Estique as bolas com um rolo, na espessura de aproximadamente 2 milímetros. Corte discos de 10 centímetros de diâmetro e reserve.

Preparo do recheio
Doure a cebola na manteiga e junte a carne, misture e acrescente o caldo, a cebolinha, e os demais temperos. Cozinhe, deixe esfriar e leve à geladeira, depois de gelado, junte os ovos cozidos e misture bem.

Finalização
Coloque uma colher de sopa de recheio no centro do disco e junte uma azeitona e duas uvas passas, umedeça as bordas do disco e feche a massa fazendo pressão com o dedo, para as bordas ficarem entrelaçadas. Asse as empanadas em forno quente, aproximadamente 200 C, até dourarem.

2.4.13

Cookie com três ingredientes


Páscoa passou sem novidades. Teve maratona de The Walking Dead e Girls. Aliás, achei esta temporada das duas séries muito fraca. Pena, mas agora Game of Thrones está de volta e, em sequência, True Blood deve voltar. 

Sobre a receita, ando com uma obsessão por aveia... Estes cookies são ótimos para crianças. Bastam duas bananas amassadas, 1 xícara de aveia e um punhado de passas e você tem alguns cookies. Eles são macios, não ficam crocantes. Usei aveia prensada, mas o ideal seria preparar com aveia em flocos, ficariam mais compactos e exigiriram menos mastigação (também seriam mais fáceis para uma criança comer). Achei a doçura ideal, até um tanto doce, pois exagerei nas passas. Se quiser, elas podem ser substituídas por chocolate picado e um tiquinho de canela não seria de todo mau. Unte muito bem a forma, pois os cookies grudam. 

Dobrei a receita. Como os cookies são mais úmidos, talvez seja melhor conservá-los na geladeira caso não sejam consumidos logo.

Daqui.






Cookie com três ingredientes


2 bananas nanicas médias bem maduras
1 xícara de aveia em flocos (usei aveia prensada porque era o que tinha, mas faça com aveia em flocos)
um punhado de passas (ou outra fruta seca, ou chocolate picado, ou nozes)


Pré-aqueça o forno à 170 C. Forre uma assadeira com papel manetiega/alumínio ou unte-a muito bem.

Descasque e amasse as bananas. Adicione a aveia e as passas. Misture e vá colocando colheradas pequenas da mistura sobre a assadeira. Rende cerca de 16 cookies.

Asse por cerca de 15-20 minutos, até dourar. 



26.3.13

Aveia assada com peras



Nada do outro mundo, mas é gostosa para quem aprecia aveia. Pode ser servida com mel, iogurte e feita sem as peras ou com outras frutas, boa para o café da manhã. Receita daqui.



Aveia assada com peras

2 x de aveia em flocos
2/3 x de açúcar mascavo (menos se usar açúcar normal ou demerara ou caso prefira consumir com um pouco de mel depois de pronto, prove o leite com açúcar até ficar a seu gosto)
1 c chá de fermento em pó
1 1/2 c chá de canela em pó
1/4 c chá de noz moscada em pó
1/2 c chá de alecrim picado (usei seco)
1 pitada de sal
2 x de leite
1 ovo
2 c sopa de manteiga derretida
3 peras cortadas ao meio sem as sementes

cobertura
1/2 x de nozes picadas (ou outro tipo de no)
1 c sopa de manteiga picada
1 pitada de sal
1 c sopa de açúcar mascavo


Pré-aqueça o forno à 180C. Unte um refratário com cerca de 20x25cm.

Misture a aveia, o fermento, a canela, a noz moscada, o alecrim e o sal e espalhe no refratário untado. Bata o leite, o açúcar, a manteiga e o ovo em outro recipiente. Derrame essa mistura sobre o refratário com a aveia. Distribua as peras.

Misture os ingredientes da cobertura e polvilhe sobre tudo.

Asse por cerca de 40-45 min, até que o centro fique cozido e a superfície doure. Deixe esfriar um pouco antes de servir.



 
 
 

Minhas orquídeas este ano.