Sinto ter desaparecido sem explicações, passamos alguns dias em Buenos Aires e voltamos hoje. Quando estou em casa gasto boa parte do tempo na frente do micro lendo e navego na internet nos intervalos, mas quando viajo, costumo só dar uma checada no e-mail, fico com preguiça de fazer login no blogger. Mas agora retorno ao cotidiano, já com muitas roupas para lavar, compras para fazer e restos de comida congelada para comer ate lá.
Sobre a viagem, bem, a primeira vez em outubro do ano passado foi uma espécie de lua de mel. Quase tudo era novo e lindo. Acho que desta vez vimos a cidade com olhos mais realistas. Adoro as construções ao estilo europeu, as avenidas largas, os estudantes com uniformes à la Carrossel, os passeadores de cães, os ônibus com pintura de lata de bala, as avenidas enormes, a maneira como as pessoas se vestem com mais apuro. No entanto, não gosto do lixo e dos "presentinhos" dos cães nas calçadas, das filas e do atendimento na maior parte dos lugares. Foram raras as vezes em que não tivemos que pedir a conta mais de uma vez nos restaurantes (apenas no jardim japonês nós a recebemos enquanto esperávamos pela sobremesa, sem que a tivéssemos pedido).
Encaixamos um day tour em Colonia del Sacramento, no Uruguai, algo que teve suas boas surpresas e alguns acontecimentos frustrantes (mais sobre isso depois). Levei o O. a alguns lugares que visitara sozinha no ano passado, como Puerto Madero e o Jardim japonês, comemos bife de chorizo com batata frita, assistimos a um espetáculo "diferente" no Centro Cultural da Recoleta e fechamos a estadia vendo Meia-noite em Paris, do Woody Allen, e foi lindo porque o filme é adorável, porque li e gostei de A moveable feast e Tender is the night, porque estava assistindo a um filme encantador em Buenos Aires e isso tudo me amoleceu e comecei a chorar quando o personagem principal encontra Ernest Hemingway em um bar (foi nesse exato momento que a mulher da fileira da frente atendeu o celular que tocava, mas tudo bem).
Passeei pelo Museu de Bellas Artes e pelo Cemitério da Recoleta (e não, não vi ou procurei o túmulo da Evita), programas que passaram batido da última vez. Chegamos à conclusão de que não conseguimos comer várias vezes seguidas em restaurantes, falta de aptidão física mesmo, e, como no ano passado, chegou uma hora em que começamos a cancelar reservas em restaurantes para ir até a pizzaria da esquina ou ao Tea connection para beliscar algo, rolou até uma farofagem no quarto. Confesso que nossas refeições não foram lá muito brilhantes.
Voltamos a nos hospedar no Howard Johnson da Recoleta, hotel de que gostamos muito no ano passado, mas desta vez tenho algumas ressalvas, apesar de termos feito a reserva com uma boa antecedência, pedindo um andar alto e uma única cama, chegamos à noite e fomos encaminhados para um quarto no primeiro andar com duas camas. O pior é que o quarto ficava exatamente ao lado de uma construção da prefeitura que não parece ter data para terminar, primeiro fomos despertados pelos nossos vizinhos que iam fazer check out lá pelas três da manhã e depois por algumas marteladas lá pelas seis e meia. Reclamamos no dia seguinte e fomos para um quarto alguns andares acima, ele era um pouco mais silencioso, pero no mucho. Então, se alguém for ficar no HJ, aviso que os quartos dos andares mais baixos e com numeração par podem ser meio barulhentos. Acho que o quarto mais silencioso é aquele em que ficamos no ano passado, o número 3 de cada andar.
Não tínhamos uma programação muito definida. Também pegamos um câmbio não tão favorável, como diz a Quéroul, quem converte não se diverte, mas a frase: "tinha que ser justo agora!", não saía da nossa cabeça.
Em suma, foi uma viagem com seus altos e baixos e voltamos mais cansados do que quando saímos.
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6 comentários:
Oi Karen,
Voltar sempre é melhor que ir.
As fotos estão lindas!
Bj,
Lylia
tava doida pra saber como tinha sido... as fotos estão lindas, vocês pegaram um tempo bom, né?
bem vinda de volta, espero que vocês tenham se divertido, mesmo com o dóla aumentando - uó, né?
e, ai, nem me fale de Meia noite em Paris... eu chorei já no primeiro encontro - eu nem conheço nada de Fitzgerald, mas a cena que o Owen Wilson encontra com ele e a esposa me botou a chorar pra sempre. filme fofo toda vida!
aaaai, quero Buenos Aires de novo, Karen, como faz? (fico aqui assistindo Darín e Inés Efron nos entremeios, mas quero demais pisar naquela terrinha outra vez).
beijo beijo. :)
Lindo demais demais.
Lylia, na verdade eu prefiro ir a voltar, pois a expectativa é sempre maior. rs
Quéroul, pois é, pegamos um tempo ótimo, um pouco mais fresco do que aqui, mas bem mais agradável do que quando botamos os pés em Guarulhos ontem, credo, de onde veio esse calor? Chegamos com blusas e não aguentamos.
A viagem foi boa, mas estamos exaustos. O varal está cheio e a despensa vazia.
Como é lindo esse filme do Woody Allen, né? Adorei, durante um tempo achei que ele tivesse perdido o pique para filmar, mas os últimos três filmes dele que vi são muito bons.
Buenos Aires sempre estará te esperando, não se preocupe! Logo você volta! ;)
Andressa, concordo! :)
Lindo esse jardim japonês! Estou planejando ir ano que vem para BsAs, mas só nas férias do marido, que ainda não tem data para acontecer. Mas essa alta súbita do dólar deu uma broxada nos planos.
De todo jeito, cansada ou não, uma viagem é sempre um bom motivo para sumir!
Tatiane, o jardim não é grande, mas é bem cuidado e tranquilo.
É, essa alta do dólar foi muito chata, mas espero que a sua viagem saia! Buenos Aires é uma experiência muito interessante!
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