30.11.14

Santiago - 2014


Voltamos a Santiago após dois anos. Outro bairro. Lugares novos e outros já conhecidos.

Estava com uma preguiça imensa de andar com a máquina fotográfica, por isso, tirei fotos apenas de nosso corrido tour por Viña del Mar e Valparaíso. Faltou ver o Pacífico da última vez, fizemos isso agora. Viña tem um quê de Punta del Este; Valparaíso, um quê de Ouro Preto com suas ladeiras, casas e casarões coloridos. 

Santiago. Gosto de Santiago apesar de achar a cidade movimentada e barulhenta. Cidade de casais de namorados sentados sobre a grama nas praças e na margem do rio. Como em Buenos Aires, os carros esperam os pedestres atravessarem a rua, isso não devia me impressionar, mas sempre me impressiona. E há bicicletas e gente saudável. E cães, muitos. Lindos e fofos. Um pouco de todo mundo como os gatos da Itália. Se fotografasse todos os que vi, daria um livro. 

Buenos Aires é uma senhora que procura manter sua dignidade apesar dos tempos bicudos. Montevideo, um senhor simpático que gosta de passear com seu cão. Santiago é uma jovem boêmia (com uma preferência por tons de cinza).

Estávamos no metrô quando, de repente, um bando de jovens, cada um carregando um instrumento musical, se reuniu no centro do vagão e tocou jazz. Tocavam bem e foi algo bonito.

Vamos ao cinema apenas quando viajamos. A última vez foi em Buenos Aires, há três ou quatro anos atrás, quando vimos Meia-Noite em Paris do Woody Allen. Tentamos assistir a Guardiões da Galáxia em Montevideo, mas não conseguimos. Na primeira tentativa, os ingressos estavam esgotados; na segunda, não havia sessão naquele dia da semana. Em Santiago, vimos Interstelar e Jogos Vorazes (Juegos del Hambre - Sinsajo, em espanhol). Não gostei de nenhum dos dois. Interstelar me pareceu um dramalhão sci-fi e meus personagens preferidos são os dois robôs e a menina, nessa ordem. Ao menos o primeiro Jogos Vorazes tinha alguma ação. Cansei de ver a Jennifer Lawrence chorar desta vez.

O preço dos livros poderia ser melhor no Chile. Eles são bem mais caros do que aqui. Pena. Há autores chilenos muito bons. Não sei explicar, mas tenho essa impressão de que os escritores dos países de língua espanhola são sempre profundos.

Também experimentei o mote con huesillo, a sobremesa/bebida feita com trigo cozido e calda de pêssego desidratado. E gostei. E comprei cerejas a R$ 15,00 o quilo na rua. E caixinhas de framboesas e blueberries. E achei o iogurte delicioso, mesmo o mais vagabundo. E andei, andei e andei. Quase sempre pelas mesmas ruas, é verdade, para me saturar mesmo. Foi bom. 


 
 
 
As alpacas da vinícola Emiliana
O "mato" chileno é muito bonito
Relógio de flores em Viña. Impressionante como todos tiram selfies aqui
 
 
 
 
A disputada foto na frente do moai (original trazido da Ilha de Páscoa) na frente do museu Fonck em Viña del Mar
 
Apartamentos em degrau em Viña
Vista da casa do Neruda em Valparaíso, não entrei (e confesso que Neruda não é um de meus favoritos)
A casa de cinco andares de Neruda, a Sebastiana
Valparaíso é colorida
Há desenhos em todos os lugares
O funicular (o estado de conservação deixa a desejar)
Valparaíso também "roubou" o mar, no passado, a água chegava até a metade da Praça Sotomayor
Antigo e novo, edifício Grace
Pobre Arturo Prat, virou poleiro de gaivotas

20.10.14

São Miguel dos Milagres e Macéio - Alagoas

Porto da Rua
Cismei em conhecer São Miguel dos Milagres e, quando fizemos planos de ir a Alagoas, dividimos a estadia entre esse povoado no litoral norte do estado e Macéio, a capital. A semana anterior àquela de nossa chegada foi de muita chuva na região e a estrada para Milagres, a cerca de duas horas de carro do aeroporto, estava muito ruim, cheia de buracos e trechos em obras nos quais o asfalto sumia. Ela percorre vilarejos bem modestos e canaviais. S. Miguel mesmo é uma sucessão de povoados na beira da rodovia que passa na frente das casas diante das quais os moradores se sentam para ver a vida passar. De um lado, os casebres sem infraestrutura, do outro, as pousadas "exclusivas" e com preços salgados, a maioria, de europeus. As praias são bonitas, vazias, com águas verdes, mas havia muito sargaço em todos os lugares, talvez devido às chuvas. Meus banhos de mar são rápidos e não gosto de tostar ao sol, mas gosto de caminhar e, como havia disponibilidade, andei de bicicleta. 

Vislumbramos alguns peixes-bois quando fomos conhecer o projeto de proteção em Tatuamunha, almoçamos em algumas pousadas - para conhecer e por falta de opção - lemos, assistimos a alguns dvds e voltamos para Macéio onde ficamos em um hotel ótimo, o Radisson, na Pajuçara. Recebemos muitos mimos, ganhamos dois pratos com frutas nas duas primeiras noites e voltei com várias maçãs, bananas e ameixas na mochila, além de sonhos de valsa. Não entrei na água, mas caminhei bastante. Pegamos quarto com vista para o mar e podia ver o movimento do mercado de peixe logo abaixo durante o dia e os usuários de drogas que se reuniam no mesmo lugar à noite.

Para finalizar, nós nos dirigimos à praia do Gunga, no litoral sul. Outro contraste. Norte e sul não poderiam ser mais diferentes, a estrada para o sul é ótima, sinalizada e duplicada.

As praias do sul também são um choque para quem vem das praias vazias do norte com suas barracas, camelôs, vendedores diversos, música e muvuca. É, há várias Alagoas.

Voltei preocupada com minhas mudas frutíferas, está fazendo um calor terrível e não choveu enquanto estivemos fora, achei que elas tinham morrido, mas mesmo as mudas de cerejeira e de maçã, ambas germinadas de sementes, estavam firmes. Hoje, plantei mais algumas sementes de cerejeira e maçãs que germinaram na geladeira e também algumas sementes de cajá, tamarindo e pinha que separei do prato de frutas da pousada em S. Miguel.

O. me viu fazendo caretas enquanto comia o cajá e o tamarindo para pegar as sementes e não entendeu a razão de eu querer plantar algo que obviamente não achava gostoso. É pelo prazer de ver uma semente germinar e crescer, oras.

pimenta-rosa
não falta coco nessa terra
Praia do Toque
Uma das pontes sobre o rio Tatuamunha
atravessando o mangue
segunda ponte
vista da ponte
Os peixes-bois usam rastreador quando são novos na reserva.
Joana subindo para respirar
Parece um torpedo com cauda.
Claudio, o guia, uma figura.
Peixes-bois se cruzando debaixo d'água do lado de fora do cercado onde os animais mais novos ficam.
É preciso atravessar duas pontas sobre o rio, a primeira é tranquila. A da foto, mais longa, balança e me deixou apreensiva.
As jangadas levando os turistas
pesca artesanal na praia do Toque
Fomos surpreendidos por esse bichinho feito com toalhas quando chegamos ao Radisson
vista de Macéio
Jangadas que levam às piscinas naturais
vista do quarto
carpas na frente do Radisson
Praia do Gunga
Balsas que trazem turistas (mas dá para chegar de carro)