O. e eu não somos muito fãs de praia e sol, quer dizer, não gostamos de ter muita intimidade com eles, ver as ondas quebrarem na praia, sentir o cheiro de mar, isso tudo é muito lindo, mas achamos que passar o dia na areia tomando sol é o fim da picada. Quando vamos ao litoral, nosso negócio é fazer pequenas excursões pelas redondezas com o mar como pano de fundo. E quando vamos a praia, nós nos besuntamos com um filtro fator 50 e passamos no máximo uma hora na areia, sempre pela manhã (um eventual banho na água salgada não está descartado ). O. detesta sol e calor, por isso, ele prefere ficar sentado curtindo a paisagem na sombra, como gosto de caminhar, costumo fazer caminhadas ao longo da praia e volto para baixo do guarda-sol em seguida. Isso é tudo.
Durante nossa estadia em Barra do Una, fomos apenas duas vezes à praia depois do café da manhã. Saíamos para comer no almoço e no jantar, pois o hotel não servia refeições. Tinha feito uma pequena lista dos restaurantes das imediações, mas acabemos almoçando apenas em dois deles, uma vez na praia vizinha, em Juquehy, no restaurante Chápeu de sol que fica de frente para o mar e tem uma vista ótima (av. Mãe Bernarda, 2001) e outra no Restaurante Antigas, na praia de Camburi (vi a recomendação no Chá com arroz). No Chápeu de sol, O. foi de risotto com camarões e calda de laranja (ou será que era maracujá?) e eu pedi uma robata de lulas e uma salada verde com bruschetta de brie. A robata estava ok, a salada também, mas as bruschettas pareciam feitas com broas de milhos (um pão mole e amarelo) e não com um pão italiano crocante, como tinha imaginado. O., que esperava comer muitos camarões, ficou um pouco decepcionado com os cinco exemplares ao redor do risotto (este estava bem feito).
No Antigas, pedimos uma casquinha de siri, pescada grelhada com molho de tomates e camarões e abadejo grelhado com molho de tomates com lulas. Os peixes estavam bons, eram servidos com arroz branco, mas deixamos a casquinha de lado, pois ela estava com um sabor esquisito, meio azeda, o garçom perguntou se algo estava errado e dissemos o que tínhamos achado, ele a retirou e depois disse que realmente havia um "azedinho" no final e explicou que aquele era um lote novo ou final de uma antigo, não entendi direito, mas que a casquinha não seria cobrada.
À noite, preferimos comer em Barra do Una mesmo, no domingo, jantamos no restaurante Giselle que fica na beira do rio (av. Magno Passo Bittencourt, 367), o ambiente é bem informal com mesinhas ao ar livre. Pedimos camarões grelhados acompanhados de arroz à grega e batata frita.
Como o Giselle parece abrir apenas entre quinta e domingo, nos demais dias, jantamos no restaurante do Hotel Canoa, também em Barra do Una, os pratos à base de peixe grelhado acompanhados de arroz à grega e batata são o forte da casa. Comida caseira muito boa. O pessoal do hotel também é muito simpático, tinha pensado naquele hotel como alternativa de hospedagem, mas O. desistiu porque não havia cofres nos quartos. Só não gostei muito do prato de peixe grelhado com molho de tomates e camarões porque o molho de tomate não era fresco, devia ser enlatado.
Um restaurante que não estava na lista e no qual paramos porque seguimos a avenida do lado contrário em busca de outro restaurante foi o Sapore di mare, também em Juquehy, ele fica na mesma avenida do Chapéu de sol, à beira-mar, lá, pedi um robalo grelhado com risoto de figos frescos e o O. foi de abadejo com crosta de amêndoas e purê de mandioquinha e um molho de frutas, os dois pratos estavam muito bons.
O que nos deixou realmente surpresos com os restaurantes no litoral norte foram os preços, achamos tudo tão caro comparado com o interior! Talvez eles regulem com o que é cobrado na cidade de SP e os paulistanos não estranhem tanto, mas nós achamos quase tudo mais caro do que em nossa região.
Também passamos por alguns outros hotéis em outras praias para termos mais opções de hospedagem no futuro. O primeiro no qual passamos foi o Ilha de Toque Toque, ele fica razoavelmente afastado e mais próximo da cidade de São Sebastião, em um ponto isolado da rodovia Rio-Santos. Os quartos ficam em chalés em um terreno em declive com vista para o mar (alguns com mais mar do que outros), mas não há acesso para a praia, é preciso ir de carro ou caminhar por uma trilha até a praia de Toque Toque Grande onde o hotel tem um apoio de praia. A idéia era almoçar no restaurante do hotel para ter uma idéia de como era a comida, mas, quando chegamos, fomos informados de que a pessoa que cozinhava tinha torcido o pulso. Uma pena, lugar é agradável. Vimos dois quartos, mas aquele em que estava interessada e que tem uma vista linda estava ocupado e não pude dar uma olhada.
Também passamos pelo Villa Bebek, segundo os guias, o hotel mais charmoso da região. E ele realmente é diferente. O lugar todo é um misto de loja de produtos indianos (inclusive com cheiro de incenso em todos os lugares) e foto de revista de decoração. Achei os bangalôs de muito bom gosto, mas O. achou que há um excesso de frufrus e cortinas de contas coloridas. Enfim, acho que seria um lugar ótimo para ir com uma amiga ao invés do marido ou namorado, pois uma mulher entenderia as exclamações de "Que fofo!" da outra. O jardim é muito bem cuidado e há um living com sofás confortáveis cheio de revistas para leitura. O restaurante é pequeno e os preços são altos. Uma refeição com entrada e prato principal à base de peixe para o casal não sai por menos de R$150,00, acho que talvez valha a pena escolher a opção de diária com jantar incluído se você não quiser sair para comer fora à noite. Provamos um tartare de salmão por lá, muito bom.
Por fim, passamos pelo Juquehy Hotel do qual a Estalagem do Pier, onde estávamos hospedados, é filial. Ele tem boa estrutura e fica bem na frente da praia. Também era o único lugar onde havia ar condicionado na recepção e o O. quase não quis sair mais de lá. Fazia tanto calor! Ausência de ar condicionado em restaurantes e recepções de hotéis é uma constante. Sentimos falta...