29.6.11

Antepasto de beringela


Um bom antepasto, um bom pão, um pouco de vinho e eis uma boa refeição. 

Receita da Letrícia. Acho que cozinhei os legumes um tiquinho demais, mas nada que comprometesse o sabor. E não tinha o pimentão.



Antepasto de beringelas

1 cebola grande picadinha
2 beringelas grandes picadas em cubos de 1 cm
2 abobrinhas grandes picadas em cubos de 1 cm
1 1/2 pimentão vermelho em cubinhos (não usei)
12 azeitonas picadas
4 dentes de alho picadinhos
1 pimenta dedo-de-moça picadinha
2 colheres (sopa) de vinagre balsâmico
3 colheres (sopa) de azeite
1 colher (sobremesa) de orégano seco
Um punhado de passas sem sementes, se você gostar
Água, para acrescentar aos pouquinhos, sempre que achar necessário


Comece refogando cebola, alho, pimentão e pimenta dedo-de-moça no azeite. Quando a cebola estiver translúcida, acrescente a beringela. Misture bem e deixe cozinhar por alguns minutos, até que a beringela murche um pouco. Adicione então a abobrinha, misturando bem. Acrescente o vinagre balsâmico, o orégano, uma pitada de sal e 1/3 de xícara de água. Tampe a panela e deixe cozinhar por uns 15 minutos.

Passado esse tempo, acrescente as passas e as azeitonas e deixe cozinhar por mais 5 minutos. Prove o tempero, acerte o que for necessário (mais sal, mais vinagre e, eventualmente, um pouco de açúcar), misture bem e deixe cozinhar destampado por uns minutinhos, só para os sabores se conhecerem melhor.

Sirva o antepasto morno ou frio, com uma dose extra de azeite.

Observação final:

Os tempos de cozimento dessa receita são estimativas, vá conferindo o seu antepasto, provando e acertando o que precisar. Só tome cuidado para não deixar que os vegetais cozinhem demais e fiquem molengas.


21.6.11

No knead bread (pão sem sova ou pão de panela)


Finalmente preparei o famoso "no knead bread" do  New York Times que fez muito sucesso entre os foodbloggers. A ideia é fazer um pão "pro" em casa com poucos ingredientes e pouco trabalho. Na verdade, o que ele exige é planejamento, misturar os ingredientes no dia anterior e assar no dia seguinte. O meu problema com esse pão era a parte do forno, pois ele deve ser assado dentro de uma panela ou refratário com tampa. Depois de pesquisar um pouco, li que algumas pessoas haviam usado panelas de inox e tomei coragem.

A panela é aquecida por meia hora no forno e você deve colocar a massa lá dentro com ela bem quente, fiquei em dúvida sobre minha habilidade para fazer isso e com razão, vivi meu momento Jerry Lewis bem nessa hora. Retirei a panela quente do forno, coloquei-a sobre o fogão, retirei a tampa e coloquei-a sobre a pia. Joguei a massa da melhor forma possível dentro da panela tentando segurar o pano de prato para que a farinha não voasse para todos os lados. Estava tão concentrada nisso que peguei a tampa com a mão nua, queimei alguns dedos e derrubei-a no chão, sorte que ela não caiu sobre meu pé, pois aí teria sido um pastelão completo.

Mas no final o pão saiu direito. A base ficou mais crocante do que o resto da casca, mas o miolo é mais denso e úmido do que a dos pães que fiz sem a panela. Enfim, recomendo o pão, mesmo depois das queimaduras.

(Ah, como já devem ter notado, também sou péssima fatiadora de pães).





 No knead bread (pão sem sova)



3 x de farinha de trigo + um pouco para polvilhar
1/4 c chá de fermento biológico instantâneo seco
1 1/4 c chá de sal
1 1/3 x de água


Misture a farinha, o fermento e o sal em um recipiente grande. Adicione a água e mexa bem para incorporar, a massa será grudenta e bem rústica. Cubra o recipiente com um filme plástico e deixe a massa descansar por no mínimo 12 horas, de preferência cerca de 18, à temperatura ambiente.

A massa estará pronta quando a superfície estiver com bolhas. Enfarinhe uma superfície de trabalho e derrube a massa sobre ela. Molhe as mãos com um pouco de água e puxe as bordas da massa para o seu centro formando uma bola. Coloque essa massa com a parte com as dobras voltada para baixo dentro de um recipiente fundo e não muito largo (usei  a cuba da batedeira)  forrado com um pano de prato polvilhado com farinha. Polvilhe mais farinha sobre a massa, cubra com um pano de prato e deixe crescer por de 2 horas. (Este trecho é um pouco diferente da receita original, segui as dicas deste blog).

Meia hora antes do tempo de crescimento da massa, aqueça o forno à 230C e coloque uma panela com tampa (aço inox, cerâmica, ferro, pirex, etc) lá dentro. Quando a massa estiver pronta, retire a panela do forno com cuidado, coloque suas mãos por baixo do pano de prato e vire a massa dentro da panela com a parte das dobras voltada para cima, não se preocupe com a bagunça, o importante é que a massa pouse lá dentro. Tampe e asse por 30 minutos. Retire a tampa depois desse tempo e asse por mais 15-30 minutos, até que o pão fique dourado. Deixe esfriar.

17.6.11

Frango indiano aromático


Mais uma receita que recortei de uma revista Claudia Cozinha da qual vou me desfazer. Descobri que assim eu realmente acabo preparando as receitas, enquanto se as revistas ficarem empilhadas na estante, eu nem me movo.

Prato gostoso, bem temperado e perfumado. Acabei diminuindo as quantidades de sal, cominho e coentro em pó para que ficasse mais ao meu gosto.


Frango indiano aromático

1kg de filé de frango em cubos grandes
1 1/2 c chá de sal
1 pitada de pimenta do reino
2 cebolas médias em pedaços
5 dentes de alho
1 pedaço de gengibre (2 cm) descascado
2 tomates médios sem casca e sem sementes
3 c sopa de manteiga
1/2 c chá de cardamomo em pó (ou 4 vagens de cardamomo ligeiramente amassadas)
1 pedaço de canela em pau
2 folha de louro
4 cravos da índia
2 c sopa de coentro em pó
1 c sopa de cominho em pó
1 pitada de pimenta calabresa
1 1/2 x de água

para finalizar:
1/4 x de cebolinha picada
1/4 x de coentro picado
1/4 x de salsa picada

Tempere o frango com uma colher de chá do sal e a pimenta do reino. Reserve. Em um processador ou liquidificador, bata bem a cebola. Transfira para uma tigela. Bata também o alho com o gengibre (usei um ralador pequeno). Reserve em outra tigela. Por fim, bata o tomate até obter um purê.

Em uma frigideira grande, aqueça a manteiga em fogo médio. Adicione a cebola batida e refogue por 15 minutos até dourar (se necessário, junte três colheres de sopa de água). Junte a mistura de alho e gengibre e refogue por 5 minutos. Adicione as especiarias e refogue por três minutos. 

Ponha o purê de tomate e cozinhe por mais dez minutos. Acrescente o frango e misture. Tampe a frigideira e cozinhe por 20 minutos em fogo baixo, acrescentando a água aos poucos até o frango ficar macio. Corrija o sal caso necessário. Na hora de servir, polvilhe com as ervas picadas e sirva com arroz branco.



15.6.11

Tinguensai com alho e gengibre


Receita simples com tinguensai ou bok choy que a Mariana me passou. Há até um video que mostra o preparo passo a passo. A única modificação que fiz foi adicinar um pouco de amido de milho dissolvido em um pouco de água para deixar o caldo mais espesso porque o tinguensai soltou muito líquido. Uma wok bem quente talvez tivesse evitado isso.


Tinguensai com alho e gengibre

3 tinguensais
2 dentes de alho picados
1 c sopa de gengibre ralado
1 pitada de pimenta calabresa (ou 1/2 pimenta dedo de moça picada)
2 c sopa de shoyu
1 c sopa de óleo
algumas gotas de óleo de gergelim

Separe as folhas de cada tinguensai, lave bem e separe a parte branca e mais espessa da parte escura da folha. Corte a parte branca em pedaços e as folhas ao meio caso sejam grandes. Aqueça o óleo e refogue a parte branca do tinguensai, mexa e adicione o alho, o gengibre e a pimenta calabresa. Quando a parte branca começar a ficar macia, adicione a parte verde das folhas, tempere com shoyu. Espere as folhas murcharem e finalize com o óleo de gergelim.


11.6.11

Dentro do ônibus xiii

Queria escrever sobre coisas alegres, sobre os passarinhos tomando banho de areia ou uma bela manhã de sol, mas ultimamente sempre que saio de casa e pego o ônibus, sou acometida por pensamentos melancólicos. E eles são inevitáveis em dias cinzentos como os desta semana. Ainda há galhos e fios caídos nas calçadas por causa da última ventania.

Faz algum tempo que não vejo gente rindo dentro dos ônibus, conversando sobre algo que não gire em torno de problemas. Ouço muitas discussões ao celular, brigas de uma proprietária com os inquilinos de uma casa, namoradas e mulheres com os respectivos companheiros, mulheres com outros membros da família com  direito a lágrimas de frustração. As pessoas brigavam menos, ou as brigas eram menos públicas antes do celulares. Por outro lado, também estamos ficando meio japoneses, todos ficam com cara de paisagem lá dentro, cada um no seu espaço, as discussões mais esdrúxulas correndo soltas do seu lado e aquilo parece ser a coisa mais normal do mundo. Ah, as contradições!

Outro dia estava na calçada esperando o sinal mudar para ir até o ponto. Uma mulher negra estava ao meu lado e assim que o sinal ficou verde, ela se voltou para mim e falou "Vamos?" com um sorriso e tanta energia que não pude deixar de sorrir de volta. Só aquilo bastou para me aquecer por dentro. Enfim, a mudança de estação está me fazendo sentir falta de calor, em todos os sentidos.



10.6.11

Brownie com castanha de caju


De um recorte da Claudia Cozinha. Não sou grande especialista nem grande comedora de brownies e afins, acho enjoativo (diz isso quem comeu os quatro últimos pedaços), mas ficaram bem decentes e as castanhas de caju podem dar lugar a outros tipos de nozes.

Fiz metade porque a receita inteira é enorme e rendeu bem, diminui um pouco o açúcar (220g ao invés de 300g, lembrando que fiz metade).


Brownie com castanha de caju

1 1/3 x de manteiga (cerca de 300g)
360g de chocolate meio amargo
6 ovos ligeiramente batidos
2 1/4 x farinha de trigo (270g)
3 1/3 x de açúcar (600g)
150g de castanha de caju picada grosseiramente

Assadeira de 22x32cm untada com manteiga e polvilhada com farinha (ou forrada com papel manteiga).

Numa panela, derreta a manteiga com o chocolate em fogo baixo (ou aqueça por alguns segundos no micro-ondas). Retire do fogo, mexa e adicione os ovos. Misture bem.

Aqueça o forno em temperatura média. Junte a farinha e o açúcar à mistura de chocolate e mexa com uma espátula até incorporar. Acrescente as castanhas picadas e misture cuidadosamente. Transfira a massa para a assadeira preparada e alise a superfície com uma espátula. Leve ao forno por 45 minutos ou até a superfície ficar firme. Retire do forno e deixe amornar. Corte em pedaços.

6.6.11

Salada de lentilhas, nozes e passas


Lentilhas são versáteis e saborosas, além de muito nutritivas. Basta cozinhá-las e usá-las como se fossem um ingrediente qualquer em saladas com os temperos que desejar.

Não usei medidas exatas, inspirei-me em outras receitas que vi na internet. Lavei e cozinhei cerca de 1 xícara de lentilhas até que elas ficassem macias sem que se desfizessem, escorri, passei por água fria, escorri outra vez e coloquei em um recipiente com 1/2 cebola roxa picada, um punhado de nozes picadas, um punhado de passas claras picadas, uma colher de sopa de alcaparras picadas e 2 c sopa de salsinha picada. Temperei generosamente com azeite, 1/2 c sopa de mel, 1 c sopa de vinagre balsâmico, 1 c chá de mostarda tipo dijon, sal e pimenta a gosto. No entanto, você pode ajustar as medidas do tempero de acordo com as quantidades de ingredientes usados e juntar as especiarias que quiser: canela, cominho, cravo, coentro, etc. A beleza desse tipo de salada é que cada um pode prepará-la do jeito que tiver vontade. É para ser algo prático e gostoso.

Gostei desta versão de salada de lentilha, há o adocidado das passas e do mel, o toque ácido do vinagre balsâmico e o crocante da cebola e das nozes.


5.6.11

Dentro do ônibus 0

(Texto de 2008 que trouxe daqui).

A tarde estava quente e as pessoas amontoavam-se dentro do ônibus, na medida em que ele parava em cada ponto, via novos rostos absorvidos em procurar um espaço ou um assento vazio. Mas não havia assentos vazios, eles estavam todos ocupados, mal havia espaço para apoiar as mãos, cada um precisava vencer a resistência dos outros corpos e conquistar um espaço para si. Sentia o suor em minhas têmporas e nas axilas. O contato de minhas mãos com a barra no teto era desagradável. Olhava ao redor de forma distraída até que notei uma mulher com uma criança sentada em um banco próximo. A mulher voltava-se para trás, conversava com alguém. Vi uma senhora mais velha responder em outro banco. O que chamou minha atenção não foi o conteúdo da conversa, mas a maneira como ela era feita, não havia palavras, ambas as mulheres tinham algum tipo de deficiência e limitavam-se a balançar a cabeça e a grunhir fazendo caretas com todos os músculos da face. Tinham uma linguagem própria que era incompreensível. Aquilo me intrigou e passei boa parte do tempo observando aquela família pelo canto dos olhos. A criança que sentava-se ao lado da mulher mais nova deveria ter cerca de sete anos, era uma menina com belos olhos escuros e o rosto um pouco sujo. Ela balançava uma caixa de suco e procurava beber o que ainda restava com o canudo branco alheia aos movimentos e grunhidos trocados entre as duas outras mulheres. Seus cabelos compridos estavam presos, mas desgrenhados. Ela parecia não ter herdado a deficiência das outras duas que, àquela altura, concluí serem sua mãe e sua avó. Fiquei um pouco aliviada, mas logo percebi que algo não estava certo, um dos braços da menina era mais grosso do que o outro, como se um deles tivesse se desenvolvido demais. Procurava imaginar quem seriam ou teriam sido os homens que as tomaram nos braços e deram continuidade àquela linhagem. A menina também passaria sua herança genética para os filhos, franzi o cenho ao pensar no tipo de deformidades armazenadas em seu útero. Envergonhei-me por pensar aquilo e olhei ao redor para certificar-me de que ninguém tinha lido meus pensamentos. Eu não era a única que prestava atenção àquelas mulheres, vários outros passageiros olhavam para elas com um misto de curiosidade e pena. A mais velha levantou-se, aproximou-se da outra que também se levantou e apertou a campainha do ônibus. Enquanto elas desciam, vi que todas usavam saias compridas e sujas. Apesar do ônibus estar lotado, ninguém se sentou nos bancos desocupados como se eles pudessem ser contagiosos. No entanto, não demorou muito para que outros passageiros entrassem e ocupassem os assentos, contentes por terem encontrado um lugar livre.

3.6.11

Batatinhas com alecrim e alho




A aparência não engana, trata-se de uma versão de batatas aos murros. Esta foi inspírada em um dos programas do Jamie Oliver que vi esses dias. Você cozinha as batatinhas com pouca água e vários dentes de alho com casca, espera que fiquem macias, escorre e coloca em uma panela/frigideira antiaderente já no fogo, dá uma achatada com um amassador de batatas, adiciona azeite, pimenta e folhas de alecrim fresco. Remove alguns dentes de alho, amassa com um garfo para transformar em uma pasta e devolve para a panela/frigideira, isso serve para impregnar mais as batatas com o sabor do alho. Dá umas chacoalhadas para que dourem por igual e serve como acompanhamento.

2.6.11

No longer human - Osamu Dazai



O título deste livro do escritor japonês Osamu Dazai (1909-1948) poderia ser traduzido como "Fracasso como ser humano". Ele é escrito por um rapaz chamado Yozo sob a forma de um diário no qual ele relata a sucessão de fracassos e momentos humilhantes de sua vida. Tudo começa ainda na infância, filho de uma família abastada do nordeste do Japão, Yozo sempre procurou agradar as pessoas ao seu redor, foi assim que ele aprendeu a ser um "ator", a usar uma máscara da qual nunca mais conseguiu se livrar. Mais velho, ele vai para Tóquio estudar para se tornar um funcionário público, mas ao invés de ir para a faculdade, frequenta aulas de desenho, estas também logo são abandonadas quando ele conhece Horiki e passa a frequentar bares e prostitutas.

Yozo entra em um círculo vicioso do qual não consegue mais sair, vive da boa vontade das hostesses dos bares e mulheres que se sentem atraídas por ele e que procuram ajudá-lo. Seu discernimento sobre a hipocrisia da sociedade e sua incapacidade para se adequar às expectativas dos outros o desesperam. Ele se joga ao mar com uma hostess tentando se suicidar, mas apenas a mulher morre. Sua situação se degrada cada vez mais, ele se casa mas, mesmo vendo a mulher ser estuprada por outro homem, é incapaz de qualquer ação. Após uma nova tentativa de suicício e de se tornar um viciado em morfina, ele termina doente e desprezado por todos aos 27 anos de idade.

Vi em um documentário que este livro contém elementos autobiográficos do autor. Tais como as tentativas de suicídio (a última o matou antes de completar quarenta anos) e o abuso do álcool.

No longer human é um dos grandes livros da literatura japonesa e seu tradutor para o inglês, Donald Keene, é conhecido como um dos grandes estudiosos da mesma. É um livro para se ler em uma sentada. Ouvi dizer que os leitores japoneses voltaram a se interessar bastante pelas obras de Osamu Dazai, tenho a impressão de que o povo japonês está passando por um momento de questionamento de valores devido à crise que o país tem vivido nos últimos anos.


Trecho traduzido:


"Sociedade. Sentia que enfim começava a adquirir uma vaga noção do que isso significava. É a luta entre um indivíduo e outro, uma luta imediata na qual o triunfo é tudo. Seres humanos nunca se submetem a seres humanos. Mesmo escravos praticam suas retaliações mesquinhas. Seres humanos não conseguem imaginar nenhum meio de sobrevivência senão em termos de uma única e imediata competição. Eles falam sobre o dever perante o país e coisas do gênero, mas o objeto de seus esforços é invariavelmente o indivíduo e, mesmo depois que as necessidades individuais foram satisfeitas, lá está o indivíduo outra vez. A incompreensibilidade da sociedade é a incompreensibilidade do indivíduo. O oceano não é a sociedade, sãos os indivíduos. Foi assim que consegui obter um pouco de liberdade do meu terror diante da ilusão do oceano chamado mundo. Aprendi a me comportar de modo agressivo, sem a preocupação ansiosa e sem fim de antes, agindo conforme a necessidade do momento."


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