18.2.09

Praia, comida, passeios

(vista da praia de Juquehy do restaurante Chápeu de sol)

O. e eu não somos muito fãs de praia e sol, quer dizer, não gostamos de ter muita intimidade com eles, ver as ondas quebrarem na praia, sentir o cheiro de mar, isso tudo é muito lindo, mas achamos que passar o dia na areia tomando sol é o fim da picada. Quando vamos ao litoral, nosso negócio é fazer pequenas excursões pelas redondezas com o mar como pano de fundo. E quando vamos a praia, nós nos besuntamos com um filtro fator 50 e passamos no máximo uma hora na areia, sempre pela manhã (um eventual banho na água salgada não está descartado ). O. detesta sol e calor, por isso, ele prefere ficar sentado curtindo a paisagem na sombra, como gosto de caminhar, costumo fazer caminhadas ao longo da praia e volto para baixo do guarda-sol em seguida. Isso é tudo.

Durante nossa estadia em Barra do Una, fomos apenas duas vezes à praia depois do café da manhã. Saíamos para comer no almoço e no jantar, pois o hotel não servia refeições. Tinha feito uma pequena lista dos restaurantes das imediações, mas acabemos almoçando apenas em dois deles, uma vez na praia vizinha, em Juquehy, no restaurante Chápeu de sol que fica de frente para o mar e tem uma vista ótima (av. Mãe Bernarda, 2001) e outra no Restaurante Antigas, na praia de Camburi (vi a recomendação no Chá com arroz). No Chápeu de sol, O. foi de risotto com camarões e calda de laranja (ou será que era maracujá?) e eu pedi uma robata de lulas e uma salada verde com bruschetta de brie. A robata estava ok, a salada também, mas as bruschettas pareciam feitas com broas de milhos (um pão mole e amarelo) e não com um pão italiano crocante, como tinha imaginado. O., que esperava comer muitos camarões, ficou um pouco decepcionado com os cinco exemplares ao redor do risotto (este estava bem feito).

No Antigas, pedimos uma casquinha de siri, pescada grelhada com molho de tomates e camarões e abadejo grelhado com molho de tomates com lulas. Os peixes estavam bons, eram servidos com arroz branco, mas deixamos a casquinha de lado, pois ela estava com um sabor esquisito, meio azeda, o garçom perguntou se algo estava errado e dissemos o que tínhamos achado, ele a retirou e depois disse que realmente havia um "azedinho" no final e explicou que aquele era um lote novo ou final de uma antigo, não entendi direito, mas que a casquinha não seria cobrada.

À noite, preferimos comer em Barra do Una mesmo, no domingo, jantamos no restaurante Giselle que fica na beira do rio (av. Magno Passo Bittencourt, 367), o ambiente é bem informal com mesinhas ao ar livre. Pedimos camarões grelhados acompanhados de arroz à grega e batata frita.

Como o Giselle parece abrir apenas entre quinta e domingo, nos demais dias, jantamos no restaurante do Hotel Canoa, também em Barra do Una, os pratos à base de peixe grelhado acompanhados de arroz à grega e batata são o forte da casa. Comida caseira muito boa. O pessoal do hotel também é muito simpático, tinha pensado naquele hotel como alternativa de hospedagem, mas O. desistiu porque não havia cofres nos quartos. Só não gostei muito do prato de peixe grelhado com molho de tomates e camarões porque o molho de tomate não era fresco, devia ser enlatado.

Um restaurante que não estava na lista e no qual paramos porque seguimos a avenida do lado contrário em busca de outro restaurante foi o Sapore di mare, também em Juquehy, ele fica na mesma avenida do Chapéu de sol, à beira-mar, lá, pedi um robalo grelhado com risoto de figos frescos e o O. foi de abadejo com crosta de amêndoas e purê de mandioquinha e um molho de frutas, os dois pratos estavam muito bons.

O que nos deixou realmente surpresos com os restaurantes no litoral norte foram os preços, achamos tudo tão caro comparado com o interior! Talvez eles regulem com o que é cobrado na cidade de SP e os paulistanos não estranhem tanto, mas nós achamos quase tudo mais caro do que em nossa região.

Também passamos por alguns outros hotéis em outras praias para termos mais opções de hospedagem no futuro. O primeiro no qual passamos foi o Ilha de Toque Toque, ele fica razoavelmente afastado e mais próximo da cidade de São Sebastião, em um ponto isolado da rodovia Rio-Santos. Os quartos ficam em chalés em um terreno em declive com vista para o mar (alguns com mais mar do que outros), mas não há acesso para a praia, é preciso ir de carro ou caminhar por uma trilha até a praia de Toque Toque Grande onde o hotel tem um apoio de praia. A idéia era almoçar no restaurante do hotel para ter uma idéia de como era a comida, mas, quando chegamos, fomos informados de que a pessoa que cozinhava tinha torcido o pulso. Uma pena, lugar é agradável. Vimos dois quartos, mas aquele em que estava interessada e que tem uma vista linda estava ocupado e não pude dar uma olhada.

Também passamos pelo Villa Bebek, segundo os guias, o hotel mais charmoso da região. E ele realmente é diferente. O lugar todo é um misto de loja de produtos indianos (inclusive com cheiro de incenso em todos os lugares) e foto de revista de decoração. Achei os bangalôs de muito bom gosto, mas O. achou que há um excesso de frufrus e cortinas de contas coloridas. Enfim, acho que seria um lugar ótimo para ir com uma amiga ao invés do marido ou namorado, pois uma mulher entenderia as exclamações de "Que fofo!" da outra. O jardim é muito bem cuidado e há um living com sofás confortáveis cheio de revistas para leitura. O restaurante é pequeno e os preços são altos. Uma refeição com entrada e prato principal à base de peixe para o casal não sai por menos de R$150,00, acho que talvez valha a pena escolher a opção de diária com jantar incluído se você não quiser sair para comer fora à noite. Provamos um tartare de salmão por lá, muito bom.

Por fim, passamos pelo Juquehy Hotel do qual a Estalagem do Pier, onde estávamos hospedados, é filial. Ele tem boa estrutura e fica bem na frente da praia. Também era o único lugar onde havia ar condicionado na recepção e o O. quase não quis sair mais de lá. Fazia tanto calor! Ausência de ar condicionado em restaurantes e recepções de hotéis é uma constante. Sentimos falta...

14.2.09

Estalagem do pier - Barra do una

Acho que depois de mais de três anos de blog, perdi um pouco do tesão que sentia para escrever aqui, com exceção da leitura, não sou uma pessoa muito fiel em matéria de passatempos e atividades, antigamente ficava pensando no que devia cozinhar para poder blogar e tirava fotos de tudo, mas a febre passou, voltei a cozinhar só para comer e ponto. Blogar foi uma terapia, serviu de válvula de escape para minhas frustrações pessoais e, por meio do "Kafka", tive a chance de conhecer muita gente interessante.

Enfim, escrevi isso apenas para justificar minha ausência, não para dizer que vou deixar o blog. Voltarei sempre que fizer algo digno de ser publicado, como no caso deste post. Passei alguns dias em em Barra do Una em São Sebastião, no litoral norte de SP. Fazia praticamente uma década que não ia para lá. Apesar das últimas semanas chuvosas, tivemos manhãs de sol para passear e ir até a praia, chovia apenas na parte da tarde. E, com exceção do dia em que fomos embora, fez calor, muito calor!

Escolhi o hotel e a praia pela internet, não conhecia nenhum dos dois, (aliás, nunca tinha ido para essas bandas do litoral), apenas li que Barra do Una era um lugar tranquilo e o hotel escolhido, a Estalagem do Pier, me atraiu pelo fato de estar à beira do rio Una, ficar em um lugar tranquilo e oferecer caiaques e bicicletas para os hóspedes.

O hotel é pequeno, a entrada é voltada para a rua e os fundos dão para o rio. Ficamos em um quarto chamado de "especial" (há apenas dois), com o diferencial de uma cama maior e de um ar condicionado do tipo "split" que acho mais silencioso, mas não sei se foi a melhor escolha, pois ao contrário dos quartos normais, a janela do banheiro não tinha tela para evitar a entrada de mosquitos e como esqueci de colocar o raid elétrico providenciado pelo hotel antes de ir jantar, quando voltei havia dezenas de pernilongos lá dentro, passei um tempão caçando um por um para poder dormir. Sorte que levei repelentes e inseticida. Outra coisa de que não gostei no quarto foi o fato da cama ficar praticamente colada no corredor, se alguém passasse ao lado iria ouvir o que estava ocorrendo do lado de dentro e vice-versa (não recomendado para casais afoitos em lua-de-mel), já os demais quartos têm uma disposição diferente e a cama fica no fundo, separada da saleta. Na foto ilustrativa do site o quarto também aparece com uma varanda que dá para um jardim, mas o jardim não existe, a varanda dá para um muro, não sei se ele existiu em algum momento. Também pedi para que retirassem um tapete feito com algum tipo de fibra que ficava na frente da televisão, ele exalava um odor desagradável e o ambiente ficou muito melhor sem ele.

Apesar desses detalhes, o pessoal do hotel é atencioso e era legal poder pegar uma bicicleta para dar uma volta pelo bairro ( algo que você faz em alguns minutos, pois ele é minúsculo). A praia fica um pouco afastada, mas pode ser facilmente alcançada a pé, o hotel também oferece um serviço de leva-e-traz em um tipo de barquinho muito divertido. Um rapaz nos deixava na praia com guarda-sol e cadeiras e, na hora combinada, vinha nos buscar. O café da manhã é servido em um pequeno restaurante cercado de árvores, o local é bem agradável, infelizmente o hotel serve apenas "petiscos" e é preciso procurar lugares para jantar e almoçar. (Escreverei um post sobre nossas experiências e sobre alguns hotéis que visitamos para possíveis viagens futuras).

A praia era gostosa, como fomos durante a semana, ela estava praticamente deserta pela manhã. Descemos a Mogi-Bertioga no domingo e havia pouco tráfego, entretanto, a outra mão estava muito congestionada, havia muita gente voltando, vimos a fila começar na serra e ir até a rodovia nas imediações da divisa de Bertioga - São Sebastião.

Nossa volta também foi calma, não havia ninguém subindo, mas pegamos chuva até em casa, o que tornou a viagem de volta meio tensa, pois não conhecíamos muito bem o trajeto que o GPS programou, felizmente, chegamos sãos e salvos. Essa foi uma boa oportunidade para testar o GPS, ele funcionou muito bem nas vias expressas, gostamos das opções de trajeto que ele escolheu, mas, na ida, ele se perdeu na serra e nunca mais se achou. Sorte que dava para ver o mapa e podia me localicar mesmo sem receber as instruções. Acho que preciso programá-lo para evitar cidades, pois ele nos fazia passar por dentro de Mogi das Cruzes ao invés de seguir pela avenida que passa por fora.

O hotel

Detalhe do jardim

Detalhe do jardim

O pier de onde sai o barquinho que leva até a praia

Do barquinho no rio Una


Pontezinha de madeira sobre o rio

A pontezinha mais de perto

A pequena igreja do bairro

1.2.09

Bolo úmido de laranja


Este bolo é da revista francesa Régal, uma delícia, a massa fica mesmo muito úmida.



Bolo úmido de laranja

4 laranjas
175 g de manteiga à temperatura ambiente (usei 125g)
300 g de açúcar (175g + 125g)
175g de farinha
3 ovos
1 pitada de sal
1/2 c sopa de fermento

Bata a manteiga com 175g de açúcar até obter um creme. Adicione os ovos um a um, depois a farinha, o sal, o fermento e o suco de uma laranja.
Coloque a massa em uma forma untada pequena (a minha forma tinha 22 c de diâmetro) e asse à 180C até que o bolo doure.

Leve o suco das três laranjas restantes e 125g de açúcar ao fogo e aqueça misturando até que o açúcar dissolva. Derrame a calda quente sobre o bolo quente, a massa irá absorver o líquido. Corte em quadrados e sirva depois que esfriar. (Dica fica muito bom com sorvete de creme).