11.1.16

Últimas leituras

 

Feliz ano novo a todos! (Mesmo que não haja nada novo nele). 

Retomei a leitura dos diários da Sylvia Plath depois da defesa de mestrado e cheguei a seu fim antes do Natal. Lendo-os, tive a impressão de que ela era uma pessoa muito obsessiva e um pouco neurótica em relação à escrita e aos seus relacionamentos. As entradas de que mais gostei foram aquelas que continham simples descrições sobre o cotidiano. Mas há passagens muito bonitas em suas reflexões, do tipo que viram citações em blogs... 

Também li um pequeno livro de ensaios da Maya Angelou, nunca lera nada dela antes e achei sua escrita simples e bem fluida. Ela foi uma mulher e tanto: escritora, militante dos direitos das mulheres e dos negros, cantora, atriz, uma história de vida fantástica. 

Outro livro que decidi retomar novamente após uma primeira tentativa improdutiva no ano passado, foi o último romance de Milan Kundera, La fête de l' insignifiance (A festa da insignificância). Uma garota que estava sentada do outro lado do corredor em nosso longo voo de volta de Mendoza o lia com interesse e fiquei com vontade de confirmar se ele era assim tão bom. O texto é curto e narra pequenos fatos corriqueiros na vida de três ou quatro conhecidos, existências que se tocam e ignoram muito uma sobre as outras. Bem ao estilo de Kundera. Acho que li todos os seus romances, apesar disso, não posso dizer que ele seja um de meus autores preferidos. Bela escrita, belas reflexões, mas um perfume que logo se desvanece no ar.

Agora estou terminando In Arabian Nights: A Caravan of Moroccan Dreams de Tahir Shah. É uma mistura de livro de viagem, biografia e contos. O autor nasceu em Londres, filho de afegãos, e narra suas experiências em Casablanca, onde adquiriu uma casa e foi viver com a família. Ele descreve seu cotidiano e seu aprendizado sobre os costumes do país, cada pessoa que encontra, conta-lhe uma história e, por meio delas, ele entende um pouco mais sobre o Marrocos e sobre si mesmo. Gosto muito das histórias, ou contos, ao estilo das Mil e uma Noites que permeiam a leitura. O livro me fez lembrar de uma época em que eu lia e relia contos: Andersen, Grimm, Lobato, lendas brasileiras, lendas estrangeiras, o que quer que fosse. Eles pareciam imbuídos de inocência e, ao mesmo tempo, de algo muito mais profundo, tocavam algumas características essenciais do ser humano. Voltei a experimentar isso quando li as Mil e uma Noites mais tarde e, agora, outra vez, lendo este livro. Ele é a continuação de The Caliph's House: A Year in Casablanca.