Faz algum tempo que terminei o livro já comentado aqui. A história se passa em Shangai nos anos vinte/trinta e a cidade pode ser considerada a protagonista da história. Esta concentra-se em alguns expatriados japoneses que caminham pelas suas ruas ao lado dos riquixás, mendigos, crianças sujas, carcaças de animais expostas em bancadas pelos açougueiros e do Yangtzé, onde barcos descarregam mercadorias.
Há muitos estrangeiros na cidade, russos que fugiram da Revolução Comunista e vivem como mendigos ou prostitutas, soldados indianos à serviço da Inglaterra, europeus que trabalham para as grandes companhias de seus respectivos países e os próprios japoneses como Sanki e Kouya, os personagens principais. Ambos estão sempre buscando algo indefinido em uma cidade cheia de contradições. Sanki espera a morte do marido da irmã de Koya, sua paixão de juventude e, quando isso finalmente ocorre, ele já não sabe mais o que deve fazer. Para complicar, ele apaixona-se por uma chinesa, membro do movimento comunista, o que torna o romance impossível. Sanki também é amado por Osugi, uma jovem japonesa que trabalha para um banho turco e termina como prostituta após ser despedida.
Kouya, amigo de Sanki, é funcionário de uma madeireira, mas o que deseja mesmo é juntar dinheiro suficiente para especular na bolsa de valores e casar-se com uma japonesa que trabalha como dançarina/scort girl em um salão da cidade, só que ela sempre rejeita seus avanços.
A sensação é de que estão todos na expectativa de algo que mude suas vidas. E quando algo realmente grande ocorre - o partido comunista inicia uma série de rebeliões e greves de protesto contra a exploração das potências estrangeiras - tudo continua da mesma forma. A falta de comida, a miséria, as agressões, as mortes na rua e as greves aparecem mais como panos de fundo de suas tragédias pessoais.
O entulho flutuando nas águas do rio, um menino lambendo restos amassados de amendoim sobre a rua, as prostitutas procurando possíveis fregueses, estas são imagens que sempre retornam à minha mente quando penso no romance.
A sensação é de que estão todos na expectativa de algo que mude suas vidas. E quando algo realmente grande ocorre - o partido comunista inicia uma série de rebeliões e greves de protesto contra a exploração das potências estrangeiras - tudo continua da mesma forma. A falta de comida, a miséria, as agressões, as mortes na rua e as greves aparecem mais como panos de fundo de suas tragédias pessoais.
O entulho flutuando nas águas do rio, um menino lambendo restos amassados de amendoim sobre a rua, as prostitutas procurando possíveis fregueses, estas são imagens que sempre retornam à minha mente quando penso no romance.
Shangai é o único livro de Riichi Yokomitsu traduzido para o inglês que vi na Amazon, gostaria de ler a tradução algum dia para ver se entendi o grosso da história direito, pois achei o texto difícil, há muitas referências históricas e discussões políticas que não consegui acompanhar muito bem, mas é um livro bastante interessante pela descrição da cidade e de uma época.
2 comentários:
Um dia conseguirei ler em japonês, ó céus? =) Adorei o enredo do livro.
Ah, hoje fiz batatas recheadas com queijo porque vi num post seu e me deu vontade! É bom!
Aline, eu também espero um dia conseguir ler essa língua com fluência,atualmente, ando lendo mais o dicionário... rs
Que bom que a batata deu certo!
Postar um comentário