Talvez alguns livros realmente devam ser lidos em determinadas épocas de nossas vidas, ao menos para mim, esse foi o caso com Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust, obra que narra as memórias do autor desde sua infância, composta de sete volumes. Todo mundo falava tanto desse autor francês, sempre lia elogios à sua obra e, no entanto, quando peguei o primeiro volume, "No caminho de Swan", e o li, achei tão enfadonho! Parei no começo do segundo volume, "À sombra das raparigas em flor", e o esqueci por completo. Há alguns anos atrás, resolvi fazer um curso de literatura em uma escola de francês apenas para melhorar o vocabulário e manter contato com a língua, a obra a ser lida era "Sodoma e Gomorra", se não me engano, o quarto volume de Em Busca do Tempo Perdido. Daquela vez, fui conquistada por Proust e li todos os volumes, um atrás do outro! Ah, as descrições de Combray e Balbec, cidades nas quais o autor respectivamente passou sua infância e suas férias à beira-mar, são belíssimas! A riqueza de detalhes e composição dos personagens são invejáveis!
No caminho de Swan, À Sombra das raparigas em flor e Sodoma e Gomorra são os volumes de que mais gosto, mas a obra toda é muito boa!
Terminei de reler o No caminho de Swan esta semana, este é finalzinho do livro:
"Os lugares que conhecemos pertencem apenas ao mundo do espaço no qual os situamos por uma questão de comodidade. Eles não passavam de uma fatia ínfima entre as impressões contíguas que formavam nossa vida então, a lembrança de uma certa imagem é apenas o pesar de um certo instante; e as casas, as ruas, as avenidas, são fugitivas, hélas, como os anos."
*Há traduções muito boas para o português feitas por Carlos Drummond de Andrade e Mário Quintana!
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