Descobri Woody Allen como escritor recentemente, quando li um dos artigos que ele escreveu para a revista New Yorker no qual mistura teorias filosóficas e dietas. Eu o achei extremamente divertido, um exemplo da típica ironia woodyalleniana e fiquei feliz ao encontrar uma coletânea com outros artigos em um livro bem velhinho, publicado pela primeira vez em 1974.
O. compra livros "curiosos", então tive que ler tudo em espanhol.
Em "Como acabar de uma vez por todas com a cultura" Allen satiriza tudo e todos, desde a psiquiatria, biografia, revoluções, filosofia até o cinema e a máfia. Achei alguns artigos melhores do que outros, acho que há algumas tiradas que fazem mais sentido se você é americano ou judeu, mas no geral, é uma leitura bem interessante e que flui rápido. Eis um trecho do artigo "Como acabar com as revoluções na América Latina", os revolucionários estão na selva e um deles escreve um diário da campanha:
"10 de julho: Hoje foi, em linhas gerais, um bom dia levando em consideração que os homens de Arroyo nos emboscaram e quase nos liquidaram. Em parte, a culpa foi minha, porque revelei nossa posição ao invocar a Santíssima Trindade aos berros quando uma tarântula subiu por minha perna. Durante alguns segundos, não consegui me livrar da tenaz da maldita aranha enquanto ela abria caminho nas secretas profundezas de minha roupa fazendo com que eu corresse como um louco até o rio e me jogasse nele, o que me pareceu que durou três quartos de hora. Pouco depois, os soldados de Arroyo abriram fogo sobre nós. Lutamos com valentia, embora a surpresa tenha criado uma leve desorganização e durante os primeiros dez minutos nossos homens tenham atirado uns nos outros. Mesmo Vargas se salvou por um fio da catástrofe quando uma granada aterrissou a seus pés. Ele ordenou que me jogasse sobre ela. Consciente de que somente ele era indispensável para nossa causa, eu o fiz. O destino quis que a granada não explodisse, e saí inteiro do incidente com apenas um ligeiro tremor e a incapacidade de adormecer a menos que alguém segure uma de minhas mãos."
O. compra livros "curiosos", então tive que ler tudo em espanhol.
Em "Como acabar de uma vez por todas com a cultura" Allen satiriza tudo e todos, desde a psiquiatria, biografia, revoluções, filosofia até o cinema e a máfia. Achei alguns artigos melhores do que outros, acho que há algumas tiradas que fazem mais sentido se você é americano ou judeu, mas no geral, é uma leitura bem interessante e que flui rápido. Eis um trecho do artigo "Como acabar com as revoluções na América Latina", os revolucionários estão na selva e um deles escreve um diário da campanha:
"10 de julho: Hoje foi, em linhas gerais, um bom dia levando em consideração que os homens de Arroyo nos emboscaram e quase nos liquidaram. Em parte, a culpa foi minha, porque revelei nossa posição ao invocar a Santíssima Trindade aos berros quando uma tarântula subiu por minha perna. Durante alguns segundos, não consegui me livrar da tenaz da maldita aranha enquanto ela abria caminho nas secretas profundezas de minha roupa fazendo com que eu corresse como um louco até o rio e me jogasse nele, o que me pareceu que durou três quartos de hora. Pouco depois, os soldados de Arroyo abriram fogo sobre nós. Lutamos com valentia, embora a surpresa tenha criado uma leve desorganização e durante os primeiros dez minutos nossos homens tenham atirado uns nos outros. Mesmo Vargas se salvou por um fio da catástrofe quando uma granada aterrissou a seus pés. Ele ordenou que me jogasse sobre ela. Consciente de que somente ele era indispensável para nossa causa, eu o fiz. O destino quis que a granada não explodisse, e saí inteiro do incidente com apenas um ligeiro tremor e a incapacidade de adormecer a menos que alguém segure uma de minhas mãos."
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