23.2.07

Torta de fubá e cobertura de ratatouille


Assim como a Ana, que passou a receita, eu também adorei esta torta, especialmente a massa que pretendo usar em outras tortas salgadas de agora em diante. Ela é leve, nutritiva, com pouca gordura e gostosa. Com os legumes então, perfeita!

Como a Ana, eu também preparei a massa sem o processador e ela ficou boa, só tive que adicionar um pouco mais de água para dar o ponto.


Torta de fubá e cobertura de ratatouille

Massa:
2/3 x de fubá
1/3 x de farinha de trigo integral
1/4 c chá de sal
2 c sopa de manteiga à temperatura ambiente
2 c sopa de óleo de canola
3 c sopa de água


Recheio:
2 c sopa + 1 c chá de azeite
1/2 cebola pequena em fatias finas (cerca de 1/3 x)
Cerca de 1/3 de uma berinjela em fatias finas
1 zucchini, fatiada
3 tomates médios em fatias finas
1/4 c chá de sal
1/4 c chá de pimenta do reino moída
90 g de mussarela ralada no ralador grosso
1/4 x de folhas de manjericão picadas
1/4 x de queijo parmesão ralado


Prepare a massa:

Preaqueça o forno à 180C. Combine o fubá, farinha integral e sal em um processador. Pulse para incorporar. Adicione a manteiga e o óleo e pulse cerca de 20 vezes, até que a mistura fique empelotada. Adicione a água e pulse até obter uma bola. Retire a massa do processador e forre uma forma para torta (a minha tinha 22cm diâmetro). Cubra a massa com uma folha de papel alumínio e coloque arroz, feijões ou outro grão para fazer um peso e evitar que a massa forme bolhas enquanto assa. (Os grãos não podem ser cozidos depois, mas você pode guardá-los para a próxima vez). Asse por 10 min. Retire do forno, remova o papel alumínio com os grãos e retorne a massa para o forno, asse por mais 5 min, ou até que ela perca a umidade. Retire do forno e deixe esfriar. (Serei sincera, eu pulei a parte dos grãos, só levei para assar até que a massa não estivesse mais crua).

Recheio: 
Aumente a temperatura para 200C. Aqueça 1 c chá de azeite em uma panela antiaderente e refogue a cebola até que fique macia. Com um papel absorvente, unte uma forma grande com óleo. Arrume as fatias de berinjela, zucchini e tomate em uma única fileira, pincele com o azeite restante (eu coloquei um pouco de óleo e misturei com as mãos, minha fileira não ficou muito arrumada). Tempere com sal e pimenta. Asse os vegetais até que fiquem macios, mas sem dourar, cerca de 15 minutos. Retire do forno e deixe esfriar.

Abaixe a temperatura para 180C. Arrume as fatias de berinjela em 2 camadas no fundo da forma com a massa, cubra com 1/3 da mussarela e com um pouco do manjericão. Adicione o zucchini e a cebola refogada, cubra com mais 1/3 da mussarela e com o manjericão. Coloque os tomates, a mussarela restante e polvilhe o parmesão. Asse por 25 - 30 minutos, ou até que o queijo derreta e os vegetais murchem um pouco mais. Retire do forno, deixe esfriar por 5 min. Sirva morno.

Dance, dance, dance - Haruki Murakami

"My peak? Would I even have one? I hardly had had anything you could call a life. A few ripples. Some rises and falls. But that's it. Almost nothing. Nothing born of nothing. I'd loved and been loved, but I had nothing to show. It was a singularly plain, featureless landscape. I felt like I was in a video game. A surrogate Pacman, crunching blindly through a labyrinth of dotted lines. The only certainty was my death.
No promises you're gonna be happy, the Sheep Man had said. So you gotta dance. Dance so it all keep spinning."

Um hotel misterioso em Sapporo no qual vive um homem vestido com uma fantasia de carneiro, um ser primordial, mortes banais ou misteriosas, um ator, algumas prostitutas, uma garota de 13 anos e sua família, este é o universo de Dance, Dance, Dance, história narrada por um homem de 34 anos que trabalha como free lancer para jornais, revistas, etc.

Simpatizei com ele, quando ele diz que seu trabalho é "escavar neve cultural", algo sem sentido, sem paixão, achei que aquilo era uma boa descrição para o que tenho feito até agora. Eu não diria neve, mas capim, eu faço montes de capim pesquisando o século XVIII, capim histórico. Algo não menos inútil.



22.2.07

Paulo das Trutas - Monte Verde (MG)

Mais uma de Monte Verde. (Juro que estou acabando!)

Comer ao menos uma vez no Paulo das Trutas é a uma experiência, digamos, bem pitoresca e agradável. Como o nome diz, o lugar serve trutas (só trutas, ok?) com diversos tipos de molhos. Vários tanques redondos com as ditas cujas cercam o restaurante que fica em meio a muito verde e parece um barracão. Há outras duas filiais no centro da cidade. Entretanto, creio que a experiência de ver as trutas serem retiradas do tanque antes de irem para o prato só é possível no restaurante mais afastado ao qual se chega por ruas bastante "judiadas".

Chegamos por volta de 12:30h, caminhamos em direção ao restaurante entre pés de hortências em flor (elas estão em todos os lugares) e o restaurante estava fechado, o dono (não temos certeza de se ele era ou não o "Paulo") apareceu atrás de nós, como em um passe de mágica, e disse que iria abrir. Uma mulher veio em seguida e abriu as portas. Enquanto ela ajeitava as coisas lá dentro, passamos um tempo olhando os tanques, os peixes e conversando sobre as condições das estradas, carros, etc., quer dizer, O e o suposto dono conversaram sobre essas coisas.

Como de regra, comemos sozinhos. A opção de bebidas era escassa, não havia frutas paras as caipiroscas mais elaboradas e cerveja importada, só de trigo. Quem viaja para Monte Verde na baixa temporada corre esses riscos.

Escolhemos nossos pratos, eu fui de truta com purê de maçã e O de truta com molho de cebolinhas. Vimos nossos peixes serem retirados do tanque (algo que não aconselho) e esperamos um bom tempo até a comida ficar pronta. Minha primeira opção tinha sido uma truta defumada, mas não havia nenhuma à minha disposição, elas ainda estavam sendo preparadas no defumador do lado de fora. (Você pode comprá-las nas lojinhas da cidade, mas eu não tive coragem, elas pareciam fósseis pré-históricos embrulhados à vácuo entre duas folhas de plástico).

Apesar do menu dizer que as trutas são grelhadas, leia: "empanadas em farinha e fritas em manteiga", mas isso não é um problema, pois, para saboreá-las, você retira a pele, que sai com facilidade, em seguida, os pedaços de carne da parte superior, remove a espinha dorsal que sai inteira e pronto! Pessoalmente, acho que as trutas não têm muito sabor, o que muda na forma de prepará-las, e faz a diferença, são mesmo os molhos.

Tanque de trutas

Outro tanque

Estão vendo as trutas?

O lugar é bem simples

Truta grelhada com batatas passadas na manteiga

Um cão bonachão

Salmão Teriyaki

Mais uma da querida Elvira! Ficou tão boa! O adorou. Como eu não tenho uma grelha ou panela apropriada, usei uma frigideira comum, dourei levemente de todos os lados e coloquei no forno para terminar de cozinhar o interior do filé de salmão, pincelando com a mistura de shoyu de vez em quando.

Salmão teriyaki

- 4 pedaços de filé de salmão com 125 g cada um
- 125ml de molho de soja
- 3 colheres (sopa) de saquê (ou xeres seco, vinho do porto branco seco...)
- 2 colheres (sopa) de açúcar
- 3 colheres (chá) de maisena
- água

Lavar os filés de salmão e secá-los com papel absorvente. Colocá-los num prato fundo.
Misturar o molho de soja com o saquê. Dissolver o açúcar na mistura. Adicionar a maisena previamente diluída num pouquinho de água e misturar.
Regar o peixe com a mistura, deixando os filés bem untados de marinada. Deixar repousar por 30 minutos.
Aquecer uma grelha. Grelhar os lombos de salmão por aproximadamente 10 minutos de cada lado, pincelando de tempos em tempos com a marinada.
Servir com arroz branco e salada (cenoura ralada, couve roxa...).

20.2.07

Casa da Lúcia - Monte Verde (MG)

Ainda em Monte Verde...

Sempre que íamos e vínhamos de nossa pousada, passávamos na frente de uma casinha pequena e aconchegante com flores nas janelas. Era a "Casa da Lúcia" um lugar que serve chás, strudel, biscoitos e outras coisinhas. Demos de cara com a porta uma ou duas vezes antes de conseguirmos entrar. No balcão, havia strudels e um bolo tipo prestígio que parecia delicioso, mas apenas dividimos um strudel de maçã e tomamos um chá, muito bons! A decoração do estabelecimento lembra uma casa de bonecas, com objetos cheios de lacinhos e frufrus. Há algum artesanato e geléias à venda. Fiquei encantada com os biscoitos glaçados em uma estante e tive que me conter para não comprar pães de mel cobertos com chocolate... Mesmo que a variedade de produtos não seja grande, é uma bela experiência parar um instante ali, não faltam coisas para olhar!

Mais uma vez, fomos os primeiros e únicos fregueses. Na saída, a mulher que nos atendeu pediu desculpas por "qualquer coisa", ela explicou que a dona tinha levado a sobrinha a SP (acho) e que ela fazia a limpeza da casa e decidiu dar uma "mãozinha" só para não deixar tudo fechado. Muito simpática. Sai de lá sonhando. Imaginava como seria ter um lugar como aquele: eu abriria e fecharia quando desse na telha, prepararia alguns poucos, mas bem feitos, quitutes, deixaria um jazz tocando baixinho, ficaria lendo quando não houvesse ninguém... Sem stress, sem necessidade de ganhar dinheiro, apenas por curtição. Mas ainda tenho que trabalhar muito para isso...



Casa da Lúcia
R. Mantiqueira, 52 (rua do Bradesco)
Monte Verde (MG)

(Clique sobre as imagens para ampliá-las)

Biscoitos tão bonitinhos! Comprei um em forma de estrela, eles têm gosto de pão de mel

Mais biscoitinhos

Estava quase terminando o strudel de maçã quando me lembrei de tirar a foto, o chá é uma mistura de ervas vendida e preparada na própria casa.


Parece uma casa de bonecas, não acham?

Um pouco da decoração e objetos à venda

Bonecas

19.2.07

Arroz con Pollo (Arroz com frango)

Aqui vai uma receita para que vocês não achem que não falo mais sobre comida!

Receita da Elise, do Simply Recipes. Como gosto de pratos com um pé no México! Preciso ir para lá algum dia e me deleitar com a culinária local. Usei arroz integral e, apesar da receita pedir os pedaços com a pele, preferi sobrecoxas sem pele e sem osso. A receita pode variar bastante, se quiser adicione ervilhas, pimentão vermelho ou mesmo apimentar mais o prato. Acho que um pouquinho de colorau não seria má idéia...


Arroz con Pollo 

 
para o frango
3 c sopa de azeite
1 frango em pedaços (cerca de 1,4kg) ou coxas e peitos sem desossar e com a pele
1/2 x de farinha para empanar
Sal
pimenta do reino moída
páprica

Para o arroz
2 c sopa de azeite ou mais, caso necessário
1 cebola picada
1 dente de alho picado
2 x de arroz
3 x de caldo de frango (verifique qual é a quantidade de líquido necessária para o cozimento do arroz)
1 c sopa bem cheia de extrato de tomate ou 1 x de tomates frescos ou cozido escorridos (usei meia lata de tomate pelado)
1 pitada de orégano
1 c chá de sal

 
Aqueça 3 c sopa de azeite em uma frigideira ou panela grande em fogo médio. Coloque a farinha em um prato fundo junto com o sal, pimenta do reino e páprica, misture bem, empane levemente os pedaços de frango com essa mistura e coloque-os na frigideira. Frite de cada lado por alguns minutos, o suficiente para que eles fiquem corados. Use uma espátula para retirar os pedaços de frango, reserve.

Adicione o arroz à panela e mais um pouco de azeite, caso seja necessário. Mexa para envolver o arroz com a gordura, mexendo menos em seguida para que o arroz fique ligeiramente corado. Mexa apenas para corar por igual (cuidado para não queimar). Adicione a cebola e o alho. Refogue, mexendo sempre até que a cebola murche, cerca de 4 minutos.

Coloque os pedaços de frango sobre o arroz com a pele para cima. Em outro recipiente, misture o caldo de frango, o tomate, sal e o orégano. Derrame sobre o arroz com o frango. Deixe cozinhar em fogo baixo com a panela tampada por 20-25 min, dependendo do tipo de arroz e das instruções de sua embalagem, ou até que o arroz e o frango estejam cozidos. Misture o arroz com um garfo. Adicione mais sal e pimenta, caso deseje.


18.2.07

Pousada Cerejeiras - Monte Verde (MG)

Escolhemos a Pousada Cerejeiras pelo site da associação de hoteis e pousadas de Monte Verde (há hotéis e pousadas para todos os gostos). É meio arriscado fazer isso, pois não é possível saber o que vamos encontrar, mas O se decidiu pelo lugar por causa de um pequeno detalhe: um ofurô com teto de vidro (fotos abaixo). Fizemos a reserva por telefone, nossa viagem deveria ter ocorrido em janeiro, mas com toda a chuva que caiu na época, decidimos mudar a data para fevereiro, foi uma boa decisão, com exceção do dia em que chegamos, o tempo foi muito bom.

A pousada é simples, com doze chalés e fica a 1700m da Av. Monte Verde em um local alto. Ela pertence a um casal de japoneses que mora no local, para quem acha que japoneses preferem ir a lugares administrados por japoneses, juro que foi pura coincidência, só descobri que a Dona Luiza e seu marido eram orientais quando cheguei lá. Ambos foram muito simpáticos e nos receberam muito bem. Nós e mais um casal éramos os únicos hóspedes, mas a pousada ficaria cheia no Carnaval.


Nosso chalé era simples, mas estava limpo e bem cuidado. Só achei que as janelas de madeira deixavam o vento passar e senti um pouco de frio durante a noite. Também fui despertada algumas vezes por um alarme que teimava em tocar no meio da noite, não sei de onde era. Também fui despertada por algum animal que fazia barulho sobre o forro de madeira do teto. Além disso, havia o vento... Eu chamava meu colégio ao lado da rodovia Anhangüera de "morro dos ventos uivantes", mas acho que o nosso chalé ganhou o título. Na primeira noite choveu e ventou horrores e parecia que o chalé voaria pelos ares.


Fizemos o check-in na tarde de domingo, deixamos nossas coisas no chalé e saímos para uma volta de reconhecimento na cidade, quando voltamos, a luz havia acabado, não ligamos, achamos que ela voltaria logo, desfiz as malas e saímos outra vez para jantar. A luz não havia voltado quando retornamos, a chuva foi ficando forte. Liguei para a casa da Dona Luiza e ela me disse que seu marido havia ligado para a companhia de luz e falou para usarmos a vela de "emergência" sobre a lareira. Acendi a vela, mas ela era um toquinho de 5cm que não duraria nada e iluminava menos do que a tela do celular. Foi quando o "grande fazedor de fogo" se ofereceu para acender a lareira. Ele usou os dois acendedores (aquele álcool em forma de gelatina) e não conseguiu fazer a lenha pegar fogo. Conclusão, ficamos sem fogo, sem luz, com a maior chuva do lado de fora e a vela em seus extertores. Liguei outra vez para a Dona Luiza e expliquei nossa situação e o senhor Masaru, marido da Dona Luiza, veio nos salvar. Ele chegou com um guarda-chuvas, trouxe mais tocos de velas, acendedores e fez o fogo pegar. (Nossa vela apagou na hora em que ele chegou). O luz voltou meia hora depois. Nos dias seguintes, eu acendi a lareira. Minha infância e adolescência acendendo fogueiras para preparar comidinhas e assar batatas doces valeu algo. Já O se justificou dizendo que não conseguiu fazer fogo porque não conseguia ver nada...


Felizmente não vivemos mais situações dramáticas. O café da manhã da pousada era frugal, mas bom. Havia uma cafeteira que moía e fazia um expresso na hora, gostei da idéia, estou cansada de cafés aguados nos hotéis.


O que me deixou meio preocupada na pousada foi o fato de não haver ninguém na portaria durante à noite, mas a maioria dos estabelecimentos funciona dessa forma. Necessidade de segurança deve ser uma neura de paulista. Quando o alarme misterioso disparava, ficava sempre me perguntando se não era o do nosso carro estacionado mais abaixo.


Vista panorâmica do deck da piscina, na verdade, seria preciso cortar algumas árvores para vermos algo


Ladeira, o café era servido lá embaixo


Nuvens baixas e garoa no dia em que chegamos

Manhã seguinte, céu azul


lareira acesa pelo Sr. Masaru


Fotos do banheiro com ofurô e teto de vidro


Estava nublado quando chegamos

Nosso cão de guarda, ele sempre vinha nos receber quando íamos tomar café


Notas: não há cofre no quarto, mas a Dona Luiza garantiu que era seguro levar o laptop, pois a mulher que trabalhava para ela era conhecida e ela garantia a segurança. O Sr Masaru disse que poderíamos usar a conexão WiFi da pousada, mas, por alguma razão, não conseguimos estabelecer uma conexão.
O celular da Vivo tem momentos de lucidez, mas em regra, não funciona na cidade.

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Mais sobre Monte Verde no blog que mantenho com outras foodbloggers o Nos quatro cantos do mundo.

16.2.07

Impressões gastronômicas de Monte Verde (MG)

Passei alguns dias em Monte Verde, cidade do sul de Minas. Foram dias agradáveis e tranqüilos. Às vezes me esqueço de como é bom parar, ficar longe dos afazeres domésticos e me preocupar apenas com o lugar onde vou comer. Devo confessar que tivemos algumas dificuldades com a alimentação na cidade, pois, agora, tomamos muito cuidado com a alimentação e procuramos evitar pratos pesados ou gordurosos e, em Minas, é difícil fugir do feijão tropeiro, carne de porco e afins. Também achamos que os restaurantes estão meio descaracterizados, quase todos servem mais ou menos os mesmos pratos, você acha truta, fondues, massas e algum prato mineiro em todos os lugares, o que, em minha opinião, acaba com o charme do negócio.

Sei que vou parecer purista, mas fiquei espantada quando vi vários estabelecimentos servindo rodízio de fondue, e tinha até fondue de truta e frango! Para mim, comer fondue tem todo aquele ritual de colocar o rechaud na mesa, colocar a carne/pão/fruta nos espetinhos e saborear tudo bem devagar, curtindo a companhia. Não sei como funciona o tal rodízio, mas achei bizarro.

Comemos aqui e ali, a abóbora aí em cima era recheada com carne seca, foi degustada no restaurante Toca do Rabicó. A idéia do prato é boa, mas achei a carne muito gordurosa, ela é refogada com bacon e linguiça calabresa e a gordura fica no fundo da moranga, esta, por sua vez, não teve tempo de absorver os temperos da carne. A batata que a acompanhava parecia ter sido cozida há algum tempo e depois frita.

A foto acima é do interior do restaurante Pucci, ele é bem arrumadinho e, como a maioria dos restaurantes, tem poucas mesas. Gostei do ambiente, achei a comida apenas ok. Tem opções de fondue, truta, massa, etc. Foi uma pena não ter comido um fondue aqui, ao menos teria sido à luz de vela.

Nunca tinha visto esta cerveja da Antarctica antes, o rótulo parece ter saído dos anos 80, não acham? O se enganou e, ao invés de pedir uma cerveja alemã, recebeu esta.

Este é um restaurante de um dos vários pequenos "malls" da rua central de Monte Verde, chamado Mamma Tera.

Comemos uma espécie de "nhocão" recheado com queijo, vi o mesmo tipo de prato servido em outros lugares. O interessante era que o queijo do recheio tinha sido envolvido em pó de curry, aliás, talvez por sermos os primeiros comensais da noite e o forno estar frio, o queijo não havia derretido.

Já estas broinhas, eu recomendo fortemente! Deliciosas, úmidas, macias, adocicadas, hummm! Vendidas no Museu do Pão (apesar do nome, trata-se de uma padaria bem simples), na vila que fica um pouco afastada do centro.


Mais algumas notas:
Se você for vegetariano e pedir sopa, pergunte se ela não contém bacon (minha sopa de mandioquinha tinha).
A pizza da Cantina Roma é bem decente, boa massa. Éramos os únicos fregueses e os garçons estavam assistindo um filme chinês em um telão. O enredo era muito estranho, envolvia assassinatos, feng shui, mortos e espíritos, acho que nunca saberemos qual era o seu título.
Me disseram que o restaurante "O caipira" serve uma boa comida mineira, infelizmente, não comi por lá.

Depois comento dois lugares "pitorescos" da cidade que valem uma visita.


10.2.07

Trecho de um artigo do Woody Allen

Clique na foto para ampliar

Assinamos a revista Piauí e estamos contentes com ela. Há bastante coisa para ler e ela segue um estilo parecido com o da revista New Yorker, na verdade, ela costuma traduzir artigos que foram publicados nessa revista há algum tempo, caso deste aqui do Woody Allen que achei impagável, não sei se o artigo foi cortado, mas todos os trechos são hilários. O título é "Assim comia Zaratustra", se você conhecer um pouco de Nietzsche e de história da filosofia, vai achar ainda mais engraçado, selecionei alguns trechos:


"Nenhum filósofo chegou perto de solucionar o problema da culpa e do peso até que Descartes separou mente e corpo, de tal modo que o corpo podia se empanturrar à vontade, enquanto a mente pensava: "E daí? Não sou eu." A grande questão da filosofia perdura: se a vida não tem sentido, o que se pode fazer com a sopa de letrinhas? Foi Leibniz quem primeiro disse que a gordura consistia em mônadas. Leibniz fazia dieta e exercícios, mas nunca chegou realmente a se livrar de suas mônadas - ou, pelo menos, não daquelas que aderiram às suas coxas. Spinoza, por outro lado, jantava frugalmente porque acreditava que Deus existia em tudo, e é intimidador abocanhar um pãozinho judaico se a gente acha que está lambuzando de mostarda a Causa Primeira de todas as coisas."

A dieta de Nietzsche:

Café da manhã
suco de laranja
2 fatias de toucinho
profiteroles
mariscos assados
torrada, chá de ervas

O suco de laranja é o próprio ser da laranja manifesto e com isso quero dizer que é a sua natureza genuína, aquilo que lhe confere a sua "laranjidade" e impede que tenha o paladar de, digamos, salmão escaldado ou cereais moídos. Para os devotos, a idéia de qualquer outra coisa que não cereal no café da manhã gera sobressalto e pavor, mas com a morte de Deus tudo é permitido, e profiteroles e mariscos podem ser comidos à vontade, e até asinhas de galinha fritas com molho picante e queijo.

Almoço
1 tigela de espaguete com tomate e manjericão
pão branco
purê de batatas
torta de chocolate com recheio de geléia de damasco e cobertura de chocolate

Os poderosos sempre almoçam comidas gordurosas, bem condimentadas, com molhos pesados, enquanto os fracos ficam beliscando germe de trigo e tofu, convictos de que seu sofrimento lhes renderá uma recompensa na vida após a morte, onde costeletas de cordeiro na grelha fazem o maior sucesso. Mas se a vida após a morte é, como eu sustento, uma eterna recorrência desta vida, então os mansos terão de jantar eternamente pratos de baixas calorias e frango grelhado sem pele.

Jantar
Bife ou salsichas
batatas douradas
lagosta à termidor
sorvete de creme batido ou bolo em camadas

Está é uma refeição para o Super-Homem. Deixe que os encucados com a angústia dos altos triglicerídios e da gordura trans comam para agradar ao seu pastor ou nutricionista, mas o Super-Homem sabe que a carne marmorizada e queijos cremosos com sobremesas gordurosas, e, ah, sim, muita, muita fritura, é aquilo que Dionísio comeria - se não fosse o seu problema de refluxo.

Bolo de chocolate e zucchini

Levei este bolo para o encontro na casa da Miki na segunda-feira passada, como iria sair do interior e almoçar em São Paulo, não podia preparar nada que tivesse calda, creme, etc, pois poderia estragar dentro do carro. Escolhi essa receita por curiosidade, já tinha visto inúmeras receitas de bolo de chocolate e zucchini e todas eram muito elogiadas. Encontrei este bolo no blog da Elise, o Simply Recipes. Gostei muito! O bolo é extremamente fofo, não é doce e o zucchini praticamente desaparece, sobram apenas o chocolate e as nozes. Eu não coloquei a calda por cima, deve ficar ainda melhor!

A receita rendeu 6 muffins e um bolo em forma de bolo inglês, use uma forma redonda grande, pois o bolo cresce bastante.

Bolo de chocolate e zucchini

2 1/2 x de farinha
1/2 x de cacau em pó (não use achocolatado)
2 1/2 c chá de fermento em pó
1 1/2 c chá de bicarbonato de sódio
1 c chá de sal
1 c chá de canela em pó
3/4 x de manteiga à temperatura ambiente
2 x de açúcar
3 ovos
2 c chá de essência de baunilha
2 c chá de raspas de casca de laranja
2 x de zucchini ralado no ralador grosso
1/2 x de leite
1 x de nozes picadas grosseiramente

Preaqueça o forno à 180C.
Misture a farinha, o cacau, fermento, bicarbonato, sal e canela, reserve.
Na batedeira, bata a manteiga e o açúcar até que fiquem bem misturados. Adicione os ovos um a um, batendo bem após cada adição. Com uma colher, adicione a baunilha, raspas de laranja e o zucchini.
Adicione os ingredientes secos e o leite, misture bem, e coloque as nozes por último.
Coloque a massa em uma forma redonda untada e enfarinhada. Asse por 50 min (verifique se está assado aos 45 min) ou até que um palito inserido no centro do bolo saía limpo. Deixe esfriar por 15 min na forma, desenforme e deixe esfriar completamente.
Cubra com a seguinte calda: Misture 2 x de açúcar de confeiteiro, 3 c sopa de leite e 1 c chá de essência de baunilha. Bata até que fique homogêneo.