Como o autor explica, o livro foi baseado em alguns contos que ele havia escrito e aos quais foram juntados outros para criar uma única história. Ela narra o encontro e o relacionamento de algumas pessoas na Europa antes da segunda Guerra. Segundo Hermann Broch, sua intenção era mostrar como a indiferença de personagens como Andréas, seu protagonista, foi um dos fatores que agravou a situação da Alemanha. Os “inocentes” do título são aqueles que se negaram a assumir a culpa pela deterioração dos valores na Europa e limitaram-se a viver de forma indolente na esfera de seu universo particular. Entretanto, todos os personagens - a velha baronesa, sua filha, Zerline, a empregada e o próprio Andréas - pagam preços altos por sua indiferença, todos vivem, ironicamente, carregando o fardo de suas ações.
Este é um trecho da confissão de culpa feita por Andréas quase no final do livro:
“Indiferente ao sofrimento alheio, indiferente ao nosso destino, indiferente ao Eu no homem, à sua alma. Conseqüentemente, torna-se uma questão de indiferença quem é arrastado para o local de execução primeiro. Você hoje, eu amanhã.”
Terrível, não?
5 comentários:
lembro mesmo de ter lido maravilhas desse autor em um livro do Kundera. está na minha lista de leituras para este ano.
abs.
Olá Karen,
Este Natal li um livro que também fala desse tema (no meio de outros, claro está). Chama-se "A Sétima Porta", de Richard Zimmler. É um escritor americano que vive no Porto. Escreve em inglês, mas a tradução para português é excelente (imagino que deve ser porque ele trabalha directamente com a tradutora). Não sei se já foi ou vai ser editado no Brasil, mas nas livrarias online portuguesas pode ser encontrado. Recomendo muito!
Beijinhos!
Karen, passei aqui só para te dizer que estou completamente fascinada pelo Kafka à beira-mar. Beijos, Lara
Daniel, ele é mesmo um grande autor, terminei "Os sonâmbulos" do Broch e recomendo!
Billy, não conheço o Richard Zimmler, obrigada pela dica!
Lara, é fascinante, não é mesmo? Senti um vazio quando quando terminei o livro, como se tivesse me despedido de uma amigo...
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