Fomos ao Parque das Cataratas del Iguazú no nosso último dia de estadia em Ciudad del Este. A Delia ligou e avisou que o motorista do traslado estava voltando do aeroporto e iria atrasar 15 minutos, no fim, o atraso foi de quase 30 minutos, mas foi a única vez em que isso aconteceu. A Veronica foi quem nos encontrou no lobby do hotel, desta vez, havia mais uma pessoa para nos acompanhar, o Flávio, um oriental, que ia na direção. A Veronica nos levou até a imigração antes de atravessarmos a Ponte da Amizade e fizemos nossa saída do Paraguai, caso contrário, teríamos problemas para entrar na Argentina. Como entramos com nossos passaportes, ganhamos vários carimbos, pois tivemos que repetir o processo na volta. A Veronica havia trabalhado na parte da Secretaria de Turismo que funciona no prédio da imigração logo na entrada de Ciudad e todos a conheciam. Já ela e o Flávio ainda tinham que dar entrada e saída do Brasil para entrar na Argentina.
Os dois parques, o argentino e o brasileiro, ficam próximos, basta pegar uma bifurcação na rodovia e entrar na cidade de Puerto Iguazú, onde há um Duty Free muito frequentado pelos turistas. Também li que vale a pena ir jantar nos restaurantes de lá, mas isso era complicado para nós que estávamos hospedados no Paraguai. (Depois de ver a localização de alguns hotéis que recebem os turistas atraídos pelas cataratas, não é difícil entender a razão de todos irem comer na Argentina, não há nada na rodovia que conduz ao parque do lado brasileiro e Foz acaba ficando mais afastada do que Puerto Iguazú para algumas pessoas). A imigração é meio chata, você deve passar por lá na entrada e mostrar seus documentos senão receberá uma advertência na volta. O Flávio teve que descer e abrir o porta-malas na entrada e na saída, ouvi alguns brasileiros dizerem que isso não foi necessário quando eles entraram na Argentina. Talvez isso tenha ocorrido pelo fato do carro ter chapa do Paraguai, senti um certo preconceito.
Na hora em que chegamos no parque também houve uma confusão, as entradas deviam ser compradas ainda dentro do carro, em um tipo de portaria, a ideia era comprar as entradas para nós dois, mas a atendente disse que a credencial da Veronica não era aceita e que ela teria que pagar pelo estacionamento e por sua entrada mesmo que não entrasse no parque propriamente dito. Nenhum dos dois tinha pesos, a única moeda aceita para pagamento das entradas, e acabamos pagando os 7 pesos para que eles deixassem o carro no estacionamento. Depois a Veronica teve que ir conversar com alguém na recepção para resolver o problema, não sei o que ocorreu, ela nos esperava na saída no horário combinado e disse apenas que teria que passar por uma grande burocracia para regularizar seu caso. Pensei que eles iriam para algum outro lugar enquanto estávamos no parque, mas os dois ficaram lá todo o tempo, fiquei chateada pelo que aconteceu.
No caminho, a Veronica foi bebendo seu tererê, um tipo de chá muito consumido pelos paraguaios, e me deixou provar um pouco. Ele era muito bom, fazia tempo que tinha provado tererê pela primeira vez (no Mato Grosso do Sul, onde a bebida também é comum). O gosto de sua mistura lembrava vagamente o da menta. Ela me disse que muita gente fazia seu próprio mix com ervas medicinais. Parece que todo paraguaio tem um conjunto com um tipo de garrafa térmica gorducha, guampa e bomba que carrega para todos os lados, muito divertido.
No caminho, a Veronica foi bebendo seu tererê, um tipo de chá muito consumido pelos paraguaios, e me deixou provar um pouco. Ele era muito bom, fazia tempo que tinha provado tererê pela primeira vez (no Mato Grosso do Sul, onde a bebida também é comum). O gosto de sua mistura lembrava vagamente o da menta. Ela me disse que muita gente fazia seu próprio mix com ervas medicinais. Parece que todo paraguaio tem um conjunto com um tipo de garrafa térmica gorducha, guampa e bomba que carrega para todos os lados, muito divertido.
Mas voltando às Cataratas, o parque argentino reflete mais a ideia que tenho de um parque, ao contrário do lado brasileiro, onde é possível ver as cataratas sem muito esforço, desse lado é necessário caminhar um pouco nem que seja para ir até a estação da qual parte um trenzinho que leva até a Garganta do Diabo. Ele parte a cada 30 minutos e o percurso dura mais ou menos 20 minutos para chegar até a estação da Garganta onde há uma passarela que dá acesso à queda. E não há outra maneira de chegar até lá. Além da estação da Garganta, há uma outra mais próxima onde é possível chegar andando e de onde partem dois circuitos de caminhada: o inferior e o superior. O primeiro é mais puxado, pois há alguns degraus e uma subida na volta. Ele passa ao lado de algumas quedas e por cascatas no meio da mata. O segundo é mais curto e passa sobre algumas quedas. Ambos são bem estruturados, você anda sobre passarelas metálicas sem pisar no chão, o trânsito é que pode ficar meio congestionado, especialmente se houver uma excursão escolar pelo caminho, afinal, todos querem tirar fotos. Do lado brasileiro, há uma visão panôramica das quedas do lado argentino, já deste lado, você caminha bem perto delas.
Exemplo de passarela por onde se caminha no parque argentino
Fizemos o circuito inferior e superior, o primeiro é muito bonito, já não achei o segundo tão interessante, você vai e volta pelo mesmo caminho, mas ele é mais fácil e vi até uma senhora com um andador passeando por lá. Na verdade, vi pessoas de todas as idades nos dois parques, mesmo casais novos com crianças de colo e carrinhos de bebê.
Trecho do circuito inferior
Reunião de quatis e nossas sombras enquanto tirávamos fotos
Vista de algumas quedas do circuito inferior
Cascatas quase no final do circuito inferior
Foto de um pedaço do circuito inferior tirada do circuito superior
Decidimos almoçar e descansar um pouco quando terminamos os dois circuitos. Não pegamos o trenzinho em nenhum momento e voltamos a pé para a entrada do parque onde ficava o restaurante. Como no caso do restaurante do lado brasileiro, a qualidade da comida deixava muito a desejar. O bufê é mais barato, mas fraco, melhora um pouco se você pagar mais e adicionar uma parilla que chega à sua mesa com um bife e uma linguíça sobre uma chapa quente. Há um Havanna na frente das lojas de souvenirs onde é possível tomar um café ou frapê. Pagamos em reais, mas as lojas aceitavam várias moedas, apenas a entrada devia ser paga em pesos (e só em pesos).
Com a pausa para o almoço, ficamos com um tempo muito apertado para ir até a Garganta do Diabo, ao contrário do lado brasileiro, onde há um ônibus atrás do outro, o trenzinho argentino é meio lento e tem horários definidos. Acabamos desistindo desse circuito, pois tínhamos um horário combinado para pegar o traslado de volta e não queríamos deixar ninguém esperando. Uma pena. Se tivéssemos ido até a Garganta primeiro e abreviado o almoço, teríamos visto tudo. Agora teremos que voltar para fazer isso e também o Aventura Náutica, o equivalente do Macuco Sáfari do lado argentino. :p
Gostei. Vale a pena visitar os parques e ver as Cataratas de qualquer um dos lados uma vez na vida, e quem diz isso é alguém que nunca pensou em visitar as Cataratas antes.
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